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A gente recebe uma penca de textos de e-mail de autores mais o ou menos conhecidos e mais ou menos famosos.
Alguns dos textos são verdades absolutas, como o que rola como sendo de autoria do Ricardo Boechat, falando sobre os gaúchos e o resto. Tem aquele que foi desmentido pelo Drauzio Varella, sobre viagra, muito divertido e pensando bem.... tem um certo fundo de verdade.
Mas recebi esse do meu amigo RP como sendo de Mentor Muniz Neto (confesso que nunca tinha ouvido falar dele, mas sei que a maioria dos meus 6 leitores também não), é diretor de criação e sócio da Bullet, uma das maiores agências de propaganda do Brasil, é sobre a crise mundial (a da vez).
Como esse meio é profundamente capitalista, não se preocupa com nada a não ser com o umbigo, satisfação do cliente e faturamento, duvido da autoria. Além disso, o texto está meio estranho, cortado, um cara acostumado a escrever para envolver, pegar o consumidor trouxa pela perna, estômago, olho e bolso..... acho que seria mais dramático, chamativo, sei lá. Mas se alguém souber, favor informar. Eis o texto:
"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos. Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais. A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dóares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, entende? Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores.
Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar...
Se quiser, repasse, se não, o que importa?
O nosso almoço tá garantido mesmo..."
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