sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O maior embuste da história

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ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
(Folha de SP, 24/02/2010)

POIS VEJAM só, 170 países -ou seja, a humanidade toda- se reuniram para discutir o combate ao aquecimento global, que seria consequência da emissão de gases ditos de efeito estufa de natureza antropogênica. E imaginem só: não existe esse tal de efeito estufa.Cada um desses 170 países se apoiou em seus cientistas, dezenas de milhões que, de uma maneira ou outra, com umas poucas centenas de exceções, reconhecem a existência do fenômeno. Mas esses 170 governos, essas dezenas de milhões de cientistas pretendem, por motivos ocultos ou pelo menos ainda não desvendados, enganar a humanidade com uma lorota que seria o maior embuste da história -e a prova incontestável disso foi obtida por uns "hackers".

Um dos especialistas em aquecimento global se vangloriou de que teria apresentado dados de maneira a confundir sua leitura e a percepção por não iniciados de que breves oscilações naturais na temperatura da Terra estariam ocorrendo.E, embora até agora não tenha sido demonstrado que houve real fraude, esse episódio é suficiente para desacreditar essas dezenas de milhões de cientistas que acreditam que o efeito estufa atmosférico existe. Todos eles seriam, portanto, partícipes do maior engodo da história da humanidade.

Essa suplantaria aquela que fora a até então mais perversa farsa científica de todos os tempos e que foi chamada de "o engodo do homem de Piltdown". Em 1908, foram descobertos alguns ossos de membros, de maxilar e do crânio de um "primata" por operários em uma caverna. Os indícios eram de que poderiam constituir aquilo que se buscava incessantemente, "o elo perdido" que provaria definitivamente a ascendência do macaco em relação ao homem e, consequentemente, a própria teoria da evolução de Darwin.

Nas décadas seguintes, novas evidências foram adicionadas. Até que um dia, 40 ou 50 anos mais tarde, algumas dúvidas afloraram e finalmente prova definitiva da fraude foi exposta. Dentes haviam sido maquiados e ossos de primatas diversos, inclusive Homo sapiens, preparados e incluídos, compondo assim um indivíduo híbrido. O principal autor fora o descobridor inicial, Charles Dawson, mas muitos cientistas ilustres, inclusive o jovem e brilhante Teilhard de Chardin, foram acusados de participação acessória.

A mais benevolente interpretação é a de que, com tais provas, derrotar-se-iam as resistências de cristãos e de suas igrejas à teoria da evolução. Com a demonstração de que o homem de Piltdown era um embuste, poder-se-ia concluir que o criacionismo seria a verdade triunfante. Ou seja, Adão foi feito de barro há cerca de 5.000 anos e sua mulher brotou de sua costela como um cogumelo.

Pode parecer ridícula essa conclusão, mas é exatamente isso o que os chamados céticos estão fazendo com relação ao efeito estufa atmosférico.Como um especialista se jactou de ter "preparado" resultados, concluem esses senhores que não há efeito estufa atmosférico e que, portanto, os milhões de cientistas que acreditam na sua existência são uns idiotas e só eles, os céticos, os pouquíssimos iluminados com o toque da divindade suprema, como Moisés, tiveram acesso à revelação.

Pois bem, no conturbado debate em torno do conflito religioso, ideológico e científico que se travou depois da publicação do livro de Darwin ("A Origem das Espécies") e se estende até nossos dias, jamais um intelectual criacionista usou um argumento baseado na fraude do homem de Piltdown para defender suas convicções. Talvez por elegância intelectual ou por simples inteligência, pois nenhum debatedor honesto usaria uma leviandade de um indivíduo ou mesmo de um grupo para desqualificar o trabalho sério e dedicado de milhares de autênticos pesquisadores e a convicção de milhões de cabeças pensantes. Apenas a vaidade arrogante e a irresponsabilidade intelectual acomodariam esse abuso contra a razão.

É também notável o fato de que, embora o Brasil possua alguns milhares de pesquisadores reconhecidos internacionalmente pela qualidade de suas pesquisas, qualidade esta evidenciada pelo número de citações na literatura internacional, nenhum dos poucos que rejeitam o aquecimento global se insira nesse abundante rol de qualificáveis como autênticos cientistas.

Para ONU, sistema tributário do País dificulta avanços sociais

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Manchete do Estadão

Para ONU, sistema tributário do País dificulta avanços sociais.

Entre outras coisas, o relatório de 30 páginas detalhando a situação no Brasil, chega a conclusão que os programas públicos minimizam os problemas sociais, sem tentar acabar com as causas.

Comentário Politicamente (In)Correto

Descobriram a roda!

E devem ter pago, e muito bem pago, um monte de gente para chegar a essas magníficas conclusões.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A maior lição do caso arruda e do mensalão do DEM

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Sem sombra de dúvida, a maior lição que os políticos esbornianos tiraram do caso arruda foi que, de agora em diante, verificarão cada vaso, cada caixa, cada pasta, cada móvel e cada canto dos locais onde farão as negociatas e pegarão suas propinas.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Playing For Change - Tocando para Mudar

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O N, com Y, me mandou um link, ai.......

No meio do caos, uma coisa muito fantástica.

Tem um projeto muito legal, chamado Playing for Change, criado por Mark Johnson, um engenheiro de som

Ele andava numa estação de metrô em Nova York quando viu dois monges, vestindo túnicas brancas, um deles tocando violão com cordas de nylon e o outro cantando. Olhou em volta, viu cerca de 200 pessoas atentas e...... ai surgiu uma idéia, o Playing for Change.

O projeto se destina a conectar o mundo por música, fornecendo recursos para os músicos e suas comunidades, de várias partes do mundo, o resultado é musicalmente muito, mas muito fantástica, musica boa e musicos mais que bons.

Os vídeos mesclam músicos, estilos e instrumentos de toda a parte, alguns são surpreendentemente fantásticos.

Aqui, uma "palinha", com as limitações que o provedor do blog determina.

Para saber mais, tem os sites do PlayingforChange.com, do PlayingforChange.org e, para aquela pirataria básica, o YouTube

Uma atenção especial para Grandpa Elliot, de New Orleans, o cara cantando é uma coisa muito diferente e boa.

20,9% da folha de pagamento da União é indevida

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A folha de pagamento da União custa aos cofres públicos R$ 1,6 bilhão por mês.

Após a criação de procedimentos de verificação, a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, órgão responsável pelo controle e auditoria da folha, considerou que em 2009, R$ 334,8 milhões, foram para pagamentos considerados indevidos.

Universidades são exemplos de como a irregularidade se torna padrão, algumas, que consideram o dinheiro público como propriedade privada, concederam a milhares de funcionários, benefícios que deveriam ser dados para apenas alguns grupos ou simplesmente generalizaram sentenças judicias, extendendo benefícios aleatoriamente e inflando as folhas de pagamento em valores que ultrapassam 30%.

O Ministério do Planejamento pretende aumentar os mecanismos de controle e cruzamento de informações, estimando que os pagamentos indevidos possam chegar a casa dos R$ 450 milhões.

Comentário Politicamente (In)Correto

Os beneficiados devolverão as somas recebidas indevidamente?

Descobriu-se que a UNB comete irregularidades deste tipo desde 1989, alguém vai ser punido por esse verdadeiro assalto, subvencionados pelos trouxas que pagam impostos.

Sou amplamente favorável a autonomia das Universidades, mas a UNB, com suas lixeiras de R$ 1.000,00, dinheiro público para reformas em propriedades privadas e outros escândalos, leva a pensar em rever esse conceito. Autonomia, só para o objeto fim da Universidade, o ensino e a pesquisa, no resto, um bridão administrativo com rédeas bem curtas.

Será que a essência desse país e dessa população é de ladrões? Não se salva ninguém????

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dança sensual" quer ser esporte olímpico a partir do Rio-2016

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A fundadora da IPDFA (Federação Internacional de "Pole Dance", a dança na lança), Ania Przeplasko, está seriamente empenhada em tornar essa "dança" em um esporte olímpico.

A idéia inicial é tentar o aval do COI para ser testada em forma de exibição em Londres 2012 e, garantir que em 2016 vire uma nova modalidade de competição.

Comentário Politicamente (In)Correto

Tá falando sério???????????????????

Sem comentários.

O tarso genro e o lula

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Lula já disse que não subirá a palanques nos estados em que os aliados estiverem divididos.

No Rio Grande do Sul, onde uma união do PT com o PMDB é impossível, lula só vai subir no palanque da dilma, sem a presença do candidato petista e pmdebista.

Comentário Politicamente (In)Correto

O tarso vai ficar chupando o dedo, hehehehehe.

Para a "cumpanherada", TUDO!!!!!

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O número de cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) no governo do mordomo deu um salto de 18.374 em 2002, para 22.897 em 2010, o que dá um aumento de 24,6% no número de tetas distribuídas aos "cumpanheros".

Esses mais de 22 mil DAS dão um rombo de R$ 1,222 bilhão nos cofres públicos.

Em 2002, o ano que a petralhada começou a se lambuzar com o poder, os gastos eram de R$ 555,6 milhões, em 8 anos teve um leve aumento de 119,9%.

Comentário politicamente (In)Correto

Tudo sustentado pelos trouxas que pagam impostos.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A caixa de Pandora

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Pandora foi criação por Hefesto e Atena, por ordem direta de Zeus. Para que pudesse ser perfeita, recebeu uma qualidade de cada um dos deuses, mas de Hermes, recebeu a inveja e a traição.

Epimeteu, irmão de Prometeu, havia recebido um presente dos deuses, uma caixa que continha todos os males. Tinha ordem expressa de não abrir.


Quando Epimeteu viu Pandora, a testosterona falou mais alto e ele deu a caixa de presente para a moça que, curiosa (sabem aquela coisa de XX e XY), abriu, espalhando todos os males, conhecidos e desconhecidos que hoje afligem a humanidade (quem quiser saber os detalhes desses mitos é só digitar Caixa de Pandora no Google).

Sabe-se que os dois mais perigosos males que sairam da caixa deram origem à política e à religião (fiquei em dúvida com essa crase, não com essa afirmação).
Reza a lenda que a caixa foi enterrada no brasil, mais precisamente no planalto central, mas isso é outra lenda, ou história, depende quem conta.

Pois bem, a polícia federal nomeou a operação que investiga a corrupção no Distrito Federal de caixa de Pandora, nome muito bem apropriado. Abrindo, de verdade , a caixa, não se sabe onde vai bater, mas alguns lugares são alvos certos, além da câmara distrital, a explanada dos ministérios, alguns congressistas nacionais e um monte (melhor, uma montanha das grandes) ,de empresas e empresários peso pesadas do PIB e$borniano, financiadores de campanhas em todos os níveis.

Para evitar isso, os deputados distritais tentam de todas as maneiras criar mecanismos que barrem a intervenção federal, e olha que a intervenção já é naturalmente politica e juridicamente complicada.

A última cretinice proposta é criar, no caso de vacância do governador e vice governador do DF, a eleição indireta (já se viu isso antes, durante os 20 anos de regime militar). Há uma corrida louca dos dePUTAdos para mudar a Lei Orgânica do DF e instituir essa "eleição".

Os dePUTAdos investigados querem escolher, provavelmente um de seus pares, ou alguém que aceite alguma relação de "troca", o novo governador. Vocês sabem exatamente o que isso quer dizer, vão escolher um cara para sumir com provas e qualquer coisa que possa ligá-los ou incriminá-los com o que já apareceu.


Confesso que tenho sérias dúvidas de que isso seja juridicamente aceitável, é um demostração de casuismo só vista no governo do Geisel, que mexeu no judiciário e no legislativo para garantir que o governo ganhasse as eleições, dadas como derrota certa para a ditadura militar.

Uma intervenção, em tese, permitiria escancarar o que todos sabem o que acontece no Distrito Federal, mas só a imprensa externa publica, de vez em quando, as ponta do iceberg, os outros 95% estão abaixo da linha de visão e do populacho.

O DF tem uma característica, a imprensa é sempre governista, quando isso não acontece, muda-se os diretores e radatores dos jornais. Talvez, junto com o Maranhão, seja o estado que há um controle quase absoluto da imprensa pelo governo. Dizem as más linguas que aécio neves faz isso também, tanto que os jornais locais não questionam os bilhões de reais "investidos" em obras faraônicas
do centro administrativo de Minas Gerais (cópias dos prédios públicos de Brasília, o palácio tem uma rampa e um púpito iguais ao do planalto). Rabiscos caros do engodo que é unanimidade nacional, oscar niemayer, mas isso também é outra história, com "H e I".

Comentário Politicamente (In)Correto

Vamos ver o desenrolar do carretel, a bola está com a corte, mais política que técnica, que é o STF. Poucos querem as batatas que estão queimando por lá. Acho que os únicos que tem coragem de encarar hoje são os petralhadas, com o controle político da polícia federal, só apareceria o que traria benefícios para as eleições desse ano.

Além disso, c
onvém lembrar que Brasília tem um dos mais lucrativos esquemas de corrupção montados no brasil e é o paraiso dos lobistas, que distribuem rios de grana em caixa 1, 2 e 3. A petralhada quer uma boquinha disso tudo, pois ficou de fora nos anos de governo do PFL/DEM/PSDB, preci$a aproveitar e de$contar o tempo perdido.

Essa é a capital dessa E$bórnia chama brasil.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Belo Monte: a pedagogia da palhaçada e da corrupção

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Belo Monte: a pedagogia da palhaçada e da corrupção

Sex, 05/Fev/2010 01:10 Belo MonteE-mailImprimirPDF

Rodolfo Salm, PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, é professor da Universidade Federal do Pará.

Começar o ano e retomar o trabalho nem sempre é muito fácil. Especialmente no que se refere a tarefas que exigem alguma inspiração, como nosso esforço para denunciar a grande mentira da "energia barata e renovável necessária para a solução dos problemas do país" que justificaria a absurda construção da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu (com consequências desastrosas para o continente e também para o mundo).


Mas há uma hora em que, inevitavelmente, até mesmo os mais despreocupados tem que voltar a se mexer: segundo uma nota da Folha de São Paulo de 19 de janeiro, o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse, enquanto prometia o licenciamento ambiental da hidrelétrica de Belo Monte para fevereiro, que todo o processo de licenciamento foi "pedagógico" para os órgãos ambientais do país. E que "o projeto inicialmente apresentado tinha sérios problemas em relação à navegação, aos peixes, que teriam mais de cem espécies ameaçadas, e a áreas de baixa circulação que iriam piorar a qualidade da água". Mas disse que os principais problemas teriam sido solucionados durante o processo. Isso me deixou um bocado revoltado.

Como ele pode dizer que o licenciamento foi pedagógico? Se nem teve coragem de aparecer na audiência pública de Altamira, onde, segundo os ribeirinhos, as comunidades indígenas e o Ministério Público não houve qualquer condição de diálogo e consulta de fato dos afetados pelo projeto. E a população da cidade como um todo, que se esgoelou em gritos de protesto contra a barragem, diante de técnicos, políticos e burocratas defendidos por forte esquema de segurança?

Só se for a pedagogia da tropa de choque e da intimidação. Sobre os outros pontos, que "teriam sido solucionados ao longo do processo", trata-se de mentira pura e simples (aqui teríamos a pedagogia da enganação). Não o foram e não é preciso ir muito longe para provar isso. Basta recorrer às conclusões emitidas pela equipe de Licenciamento Ambiental do IBAMA, sobre a análise técnica do Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte, em documento divulgado no dia 23 de novembro de 2009, do qual extraio a seguir alguns trechos, e que pode ser acessado no original clicando-se aqui .

"Ressalta-se que, tendo em vista o prazo estipulado pela Presidência, esta equipe não concluiu sua análise a contento. Algumas questões não puderam ser analisadas na profundidade apropriada, dentre elas as questões indígenas e as contribuições das audiências públicas". "O estudo sobre o hidrograma de consenso não apresenta informações que concluam acerca da manutenção da biodiversidade, a navegabilidade e as condições de vida das populações do trecho de vazão reduzida (que ocuparia grande parte da Volta Grande do Xingu, que teria a maior parte de seu fluxo de água desviado por canais colossais, comparáveis ao canal do Panamá ligando o Atlântico ao Pacífico, conduzindo-o às turbinas da hidrelétrica). "A incerteza sobre o nível de estresse causado pela alternância de vazões não permite inferir a manutenção das espécies, principalmente as de importância sócio-econômica, a médio e longo prazos (...) Os impactos decorrentes do afluxo populacional não foram dimensionados a contento. Conseqüentemente, as medidas apresentadas, referentes à preparação da região para receber esse afluxo, não são suficientes e não definem claramente o papel dos agentes responsáveis por sua implementação. Há um grau de incerteza elevado acerca do prognóstico da qualidade da água, principalmente no reservatório dos canais".

Foi com uma certa satisfação que vi contemplada entre as recomendações dos analistas ambientais do IBAMA a minha crítica principal, relativa aos desmatamentos, que serão conseqüência muito mais da abertura de estradas e do decorrente estímulo à imigração de imensos contingentes populacionais para a região do que da obra em si: "apresentar modelagem da projeção do desmatamento considerando os cenários de implementação e não-implementação do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte". Ou seja, recomenda que sejam feitas simulações matemáticas computadorizadas (amplamente disponíveis na atualidade) de como seria o futuro com ou sem a barragem.

Mas cadê a tal modelagem? Dizem que os empreendedores responderam às 15 outras recomendações, além desta sobre os desmatamentos, feitas pelos consultores da Diretoria de Licenciamento Ambiental do IBAMA. Mas não temos acesso a estes documentos com as respostas! Nem mesmo o documento acima reproduzido está disponível no site do órgão como parte do processo de licenciamento ambiental de Belo Monte. Destaque-se que a legislação brasileira determina publicidade do EIA/RIMA. Este é mais um dos aspectos do processo de licenciamento que foram atropelados, nesta gana pela aprovação goela abaixo. Mas os jornalões, ao invés de divulgarem as notas de cautela do IBAMA sobre Belo Monte, preferem reproduzir a bobageira de que "os principais problemas foram solucionados", do ministro midiático escorregadio e mascarado, com o penteado do Bozo, sempre fantasiado de coletes, ao modo de um triste clown. É a pedagogia da palhaçada.

Mas talvez, pior do que este seja o ministro-sinistro. No dia 22 de janeiro, a mesma Folha de São Paulo divulgou trechos do relatório da Operação Castelo de Areia da Polícia Federal, segundo a qual a empreiteira Camargo Corrêa pagou uma propina quase R$ 3 milhões para políticos do PT e do PMDB por conta da obra da eclusa da hidrelétrica de Tucuruí, também no Pará. O relatório cita, como beneficiários, integrantes do grupo político de José Sarney, que controla o Ministério de Minas e Energia. Um manuscrito chega a registrar o pagamento de propina no valor de R$ 500 mil a um tal "Lobinho", que, segundo a polícia, é Edison Lobão Filho, o filho do ministro Lobão, que, aliás, recentemente queixava-se de ter que "mendigar" a licença ambiental de Belo Monte. Mendigou porque seu grupo é dependente da roubalheira. Como é possível que, apesar de estar metido em tanta corrupção, Edison Lobão ainda seja cogitado para vice da chapa de Dilma Rousseff? Talvez o seja justamente por isso. Já esta é a pedagogia da corrupção.

A palhaçada e a corrupção: uma bela dupla para começar o ano, que promete não ser nada fácil. Minc e Lobão. Que fonte lamentável de inspiração! De um lado o show midiático, de outro, os negócios escusos. Negócios que nada mais são do que as tais "tenebrosas transações", da música de Chico Buarque, que rolavam enquanto "a nossa pátria mãe tão distraída" dormia, "sem perceber que era subtraída". E aqui, as muralhas faraônicas que barrariam o Xingu (uma obra comparável à construção de toda a nova capital), pior do que estranhas, como as construções de Brasília, seriam "sinistras catedrais" ao deus do desenvolvimento. Erguidas pelos filhos que erram "cegos pelo continente", e que imigrariam aos montes para a esta região. Onde, depois de concluídas as obras, seriam novamente abandonados, causando imensos desmatamentos que acabariam por destruir não apenas o Xingu, mas o que resta de toda a Amazônia Oriental. O que em última análise afetaria todo o planeta, daí o justificado engajamento de setores ambientalistas da comunidade internacional na luta contra Belo Monte.

"Vai passar!", cantava-se em referência a um período, "página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória das nossas novas gerações", que deveria estar encerrado. Não passou. Citando agora o professor Oswaldo Sevá, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, a luta contra Belo Monte é a luta política contra a ditadura militar que ainda não acabou (ver artigo especial do Correio, "Belo Monte, Belo Montro"). É possível que quando for publicado, esse texto já esteja desatualizado, pois, acabo de saber, o Estado de São Paulo já está prevendo a vergonhosa liberação da Licença Ambiental para esta semana. Se for o caso, eu posso imaginar que cada pedra desse velho rio nesse dia vai se arrepiar.

PS: De fato, na tarde de segunda, 1º de fevereiro, o IBAMA liberou a construção da barragem. No Xingu, onde eu estava naquela tarde, nem os banhistas, que se divertiam em mergulhos arriscados, nem os ribeirinhos ou pescadores pareciam estar cientes ou preocupados com isso. Por outro lado, disseram-me que quando a decisão foi transmitida de Brasília, todas as pessoas no supermercado aglomeraram-se em frente à televisão entre incrédulas e assustadas. Eles podem ter vencido uma batalha, mas não a guerra. A luta continua. Na verdade está apenas começando. Eu nunca duvidei que a máfia dos barrageiros venceria em tudo o que dependesse de papel, caneta e reuniões em Brasília. Eles dominam a máquina e ela está lá para isso. Mas barrar efetivamente o rio é outra história. É só quando começarem os esforços diretos neste sentido que aqueles que vivem no rio, e do rio, efetivamente do Xingu, vão entrar na luta contra esta obra que põe em risco mais do que a nossa floresta ou as populações tradicionais, mas a economia e a própria democracia do país. Uma roubalheira planejada há décadas e que serão nossos filhos, netos e bisnetos, todos os contribuintes brasileiros do futuro que irão pagar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ATENÇÃO AMÉRICA, NÃO ESTAMOS SENDO ATACADOS!

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Um texto muito interessante sobre a paranóia americana, colaboração do N com Y.

AMARREM AS CUECAS - ISSO NÃO É UMA EMERGÊNCIA NACIONAL

5/2/2010, Tom Engelhardt, TomDispatch

Permitam-me pôr sob perspectiva racional a vida que os norte-americanos estamos vivendo na Era do Terror. A verdade é que não precisamos fugir no primeiro avião para qualquer lugar longe daqui; nem para o Iêmen.

Em 2008, 14.180 norte-americanos morreram assassinados, segundo o FBI. No mesmo ano, houve 34.017 acidentes de carro com vítimas fatais nos EUA. E o Serviço Central dos Bombeiros dos EUA informa que 3.320 morreram em incêndios. Mais de 11 mil norte-americanos morreram de gripe suína, entre abril e meados de dezembro de 2009, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças; em média, espantosos 443.600 norte-americanos morreram de doenças associadas ao cigarro, segundo a Sociedade Norte-americana contra o Câncer; 5 mil norte-americanos morrem anualmente por ingestão de alimentos contaminados; estima-se que 1.760 crianças morreram por maus-tratos ou abandono em 2007; e no próximo ano morrerão 560 norte-americanos por causas associadas às condições climáticas , segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, sendo 126 por causa de tornados, 67 por causa de anormalidade nas marés, 58 em enchentes, 27 serão fulminados por raios, 27 morrerão em avalanches e 1 morrerá por contato com poeira tóxica.

Quanto a acidentes aéreos, nenhum norte-americano morreu em acidente com aeronave norte-americana nem em 2007 nem em 2008, apesar dos 1,5 bilhão de passageiros transportados. Em 2009, é claro, aviões despencaram dos céus e pessoas morreram. Em junho, por exemplo, a meio caminho ente Rio de Janeiro e Paris, um avião desapareceu por causa do mau tempo sobre o Atlântico; morreram 226. O vôo 3407 de empresa regional norte-americana caiu sobre uma casa perto de Buffalo, New York, em fevereiro daquele ano, matando 50 – foi o primeiro acidente em voo comercial nos EUA desde agosto de 2006. E em janeiro de 2009, o voo 1549 da US Airways, atacado por um bando de pássaros, conseguiu fazer brilhante pouso no rio Hudson em New York e salvaram-se todos. Em nenhum desses anos qualqu er avião caiu por ação de terroristas, embora em 2007 dois terroristas tenham enfiado um Jeep Cherokee carregado com tanques de gás propano no terminal do Aeroporto Internacional de Glasgow; ninguém morreu.

O hoje infame voo 253 da Northwest Airlines, no qual voavam Umar Farouk Abdulmutallab e suas cuecas carregadas rumo a Detroit no dia de Natal de 2009 levava 290 passageiros e tripulação; todos sobreviveram. Se o atrapalhado Abdulmutallab tivesse tido sucesso, o número de mortos não superaria os 324 que morreram em acidentes de carro só em Nevada em 2008; e nem a detonação de quatro voos 253s por ação de terroristas superaria o número de mortos no trânsito no estado de New York em 2008, espantosos 1.231.341 (dos quais 51 a mais que o número de passageiros do voo 253 estavam completamente embriagados ao morrer ou matar).

Se o nigeriano de 23 anos tivesse conseguido armar sua bomba, seria um pesadelo para os passageiros a bordo e uma tragédia para seus parentes e amigos. Implicaria questão de segurança e proteção ao voo com a qual seria preciso trabalhar. Mas não criaria situação de emergência nacional, nem geraria crise da segurança dos EUA. Seria preciso mais que um avião explodido em voo, evento que vez ou outra acontece sem qualquer intervenção de terroristas.

E aconteceu outra coisa muito estranha: em função de fato que não aconteceu no voo 253, a imprensa de repetição, que opera 24 horas/dia, sete dias por semana, enlouqueceu completamente no dia 24 de dezembro. A cobertura do atentado fracassado e suas ramificações só fez aumentar sem parar durante duas semanas inteiras depois do incidente, até que o assunto dominou completamente todo o espectro da informação nos EUA, segundo pesquisa “Projeto para a Excelência em Jornalismo” do Pew Research Center. Imediatamente depois do Natal, mais de metade de todos os novos links em blogs eram comentários do ‘ocorrido’ (que não ocorreu) no voo 253.

Ao mesmo tempo, a máquina de propaganda (chamada “crítica”) do Partido Republicano (e todo o universo de imprensa que orbita em torno dela) só falou da “fraqueza” do governo Obama na luta contra o terror; o sistema global de transporte aéreo consumiu milhões de dólares em novas tecnologias que, se já estivessem operantes, não teriam detectado a cueca-bomba; o complexo industrial de segurança pátrio viveu dias de glória; e o medo, essa adrenalina fermentada no inferno, foi injetada em super overdoses no American way of life.

Consideradas as notícias veiculadas pela imprensa, ninguém jamais ficará sabendo que os habitantes dos EUA vivem sob risco praticamente igual a zero de sofrer qualquer tipo de ataque terrorista; mas enfrentam risco mortal diário crescente cada vez que se dirigem ao shopping center; ou que a cerveja, o cigarro, a bactéria E. coli, o fogo, o abuso doméstico contra mulheres e crianças, os raios, a chuva, as marés e coisa-e-tal são temas sobre os quais todos deveriam preocupar-se mais ativamente, em relação aos quais todos bem poderiam tratar de alterar a própria atitude ou, mesmo, dispor-se a investir mais dinheiro.

Terrorismo, façam-me o favor, não é problema nos EUA.

Os poucos norte-americanos que, desde 2001, morreram por causa que se poderia definir como ataque terrorista contra os EUA – sejam os 13 mortos em Fort Hood ou o soldado assassinado na calçada de um centro de recrutamento em Little Rock, Arkansas – são poucos, se comparados aos 32 mortos assassinados na matança de 2007 na Virginia Tech University; para não falar dos trabalhadores e desempregados suicidas. Desde 11/9, o terror nos EUA só matou mais que tubarões; perde em todas as demais estatísticas.

Desde a catástrofe econômica de 2008, o terror já perde feio para o número de mortes violentas que se explicam como reação ao desemprego, aos despejos, à impossibilidade de pagar o aluguel ou de alimentar a família.

São números que a imprensa não divulga, em país tão perversamente convulsionado por – e que parece jamais se fartar de – fantasias e delírios sobre estar sitiado por terroristas.

Medo & Co.

Os ataques de 11/9/2001, que foram mostrados com tintas de apocalipse, trouxeram o medo do terrorismo para dentro dos quartos de dormir dos norte-americanos, pelas telas dos televisores.

Esse medo foi usado com impressionante eficácia pelo governo Bush, que codificou o terror conforme seus específicos interesses. Uma versão doméstica da operação “Choque e Horror” – os americanos foram realmente chocados e horrorizados pelo 11/9 – ajudou a empurrar os EUA para duas guerras e duas ocupações desastradas, guerras e ocupação que continuam em andamento, e para a “Guerra Global contra o Terror” de George W. Bush, expressão que é hoje proibida em Washington, por mais que a “guerra escolhida” prossiga a pleno vapor, sem data para terminar.

Hoje, qualquer ataque terrorista possível ou real, qualquer ameaça, por falsa, amadorística, mal executada ou sem qualquer resultado, põe os EUA em estado de pânico incontrolável, alarme nacional, e parece sempre contribuir para aumentar os poderes da presidência imperial, ameaçando inaugurar novos “fronts” na guerra que hoje não tem nome nem controle e continua a se globalizar. O último desses “fronts” é, é claro, o Iêmen, graças em parte ao jovem nigeriano que foi evidentemente armado com explosivos por organização nigeriana de alguns poucos militantes e que atende pelo nome de “al-Qaeda na Península Arábica”.

O medo do terrorismo já está, hoje, institucionalizado na sociedade dos EUA – literalmente convertido em instituição –, por mais que a coisa de que tantos têm medo não exista na escala dos problemas humanos que os EUA enfrentamos. Para os que se lembrem das ficções da Guerra Fria, o terrorismo, em 2010, nos EUA, é espectro idêntico à SPECTRE.

O medo está encarnado numa palavra que, há pouco tempo, era considerada não-americana e, mesmo, antiamericana, sempre associada à Rússia Soviética ou à Alemanha nazista: “homeland” [aprox. “pátria-mãe”]. A palavra já substituiu “country” [aprox. “país”] e “nation”, na linguagem dos cria-terrores.

Em 2002, “homeland”, palavra carregada de terror, ganhou até sua própria agência nacional: o Department of Homeland Security [Departamento Nacional de Segurança da Pátria], espécie de segundo departamento de Defesa dos EUA, com orçamento, para 2010, de $39,4 bilhões (o gasto total previsto no orçamento de 2010 para a “segurança da pátria” nos EUA chega a $70,2 bilhões).

Em torno desse departamento de defesa “da pátria”, cresceu, praticamente sem que ninguém noticie, um complexo de segurança “da pátria”, com seus próprios interesses, negócios, empresas, associações e lobbyistas (entre os quais há magotes de ex-políticos, ex-burocratas e jornalistas a serviço de ex-presidentes).

Como resultado, mais de oito anos depois do 11/9, manifesta-se na sociedade norte-americana um estado mental de catatonia, que se pode descrever como resultado bem-sucedido do trabalho de uma grande empresa: Medo & Co.

Medo & Co. não nasceu do nada. Vários fatores e agentes operaram em conjunto para criá-la. Esses fatores e agentes continuam a trabalhar para que não faltem grandes doses de medo em circulação no corpo político e social nos EUA. Dentre esses fatores e agentes destacam-se:

– Presidência imperial: O governo Bush usou o medo não só para promover suas guerras e sua Guerra Global ao Terror, mas também para livrar de inúmeras restrições o presidente-imperial-comandante-em-chefe. Os perigos do terror e da al-Qaeda, tornaram-se espécie de coringa para autorizar toda a espécie de violência, inclusive sequestro (“prisão sob condições excepcionais”), prisões secretas e tortura, que passaram a ser vias consideradas normais no subconsciente dos norte-americanos; e a presidência ficou liberada, como o secretário de Defesa Donald Rumsfeld e outros costumavam dizer, para “tirar as luvas”.

Continua tudo exatamente assim no governo Obama; a presidência imperial parece até ter ganhado novo fôlego. Recentemente, por exemplo, ficamos sabendo que, sob a pressão do incidente no voo 253, o governo Obama revalidou decisão típica do governo Bush, segundo a qual o presidente, sob determinadas condições, tem competência para mandar matar cidadão norte-americano em território estrangeiro (o clérigo islâmico nascido no Novo México Anwar Aulaqi, ligado aos planejadores do 11/9; o matador do Fort Hood; e Abdulmutallab.) É invenção do governo Bush. Hoje, parece, o presidente Democrata dá sinais de querer manter aberta a mesma porta, também para sua serventia.

A situação da imprensa de repetição 24 horas/dia, sete dias por semana: O ‘terror’ merece hoje cobertura que as televisões de repetição 24 horas/dia, sete dias por semana reservavam exclusivamente para a morte de presidentes (como no assassinato de John F. Kennedy) e eventos de relevância para todo o país.

Mas, a partir de 1994, a mídia passou a tratar como se fossem todos igualmente importantes, qualquer evento bizarro, sensacionalista, que envolvesse, por indiretamente que fosse, qualquer celebridade em posição suficientemente anormal para fazer olhos e ouvidos grudarem à televisão. Em junho daquele ano, houve a infame perseguição a O.J. Simpson, em carro em baixa velocidade, por Orange County, seguido por mais de 20 helicópteros novos, enquanto 96 milhões de telespectadores sintonizavam os televisores e milhares congestionavam as avenidas para assistir ‘ao vivo’. Depois daquele dia, ninguém mais olhou para dentro de coisa alguma. Claro. Em mundo no qual as empresas desativam sucursais e fazem secar redações, com demissão em massa de repórteres, em que os grande s jornais perdem anunciantes todos os dias, é obviamente melhor negócio que todos se concentrem ao mesmo tempo no mesmo ‘evento’.

Essas energias de repetição, 24 horas/dia, sete dias por semana, são hoje concentradas e regularmente dirigidas para alimentar o medo do terrorismo, com divulgação de tudo que faça aumentar o medo, como, por exemplo, o não-fato ocorrido no voo 253.

– A máquina de propaganda do Partido Republicano e a imprensa da qual a máquina se alimenta: Antigamente, nem os mais bem-sucedidos governos Republicanos tinham máquina de propaganda tão eficiente e azeitada quanto têm hoje. O governo Nixon, na era Vietnã, perseguiu furiosamente o New York Times (tão furiosamente que, penso eu, o jornal foi praticamente chantageado e forçado a inaugurar a primeira página só de colunistas ligados ao governo; foi assim que William Safire ganhou espaço no jornal). À altura do governo George W. Bush, já praticamente não havia qualquer resistência. The Times e jornalões assemelhados tinham o único dever de não atrapalhar, ou eram sumariamente cortados do circuito, porque, do rádio às televisões, com publicidade e anunciantes, os Republicanos então já tinham seu próprio megafone montado e à mão.

Hoje, a imprensa é máquina já completamente ocupada por políticos e ex-políticos, editores, blogueiros, ‘especialistas’ militares, jornalistas alugados e todos os tipos de oportunistas, porque todas essas categorias têm tendência a misturar-se e confundir-se. O resultado é uma rede homogênea de promoção publicitária e barulho.

Essa rede é capaz de manter-se ativa sem qualquer tipo de notícia a noticiar, até que algum ‘tema’ – e nada melhor, como ‘tema’, que o ‘terrorismo’ e a fraqueza dos Democratas ante os ‘terroristas’ – possa ser inventado e, depois, repetido até a exaustão. Esse é o modo pelo qual qualquer pseudo atentado, por ridículo que seja, aparece ao mesmo tempo em todas as manchetes e, muito rapidamente, se implanta no inconsciente do público. Essa rede mantém em permanente circulação todos os tipos de fantasias sobre futuros ataques terroristas apocalípticos com bombas atômicas e outras armas de destruição em massa. Em todos esses casos, é claro, a rede do medo é auxiliada por uma coorte de jornalistas, ‘especialistas’, ‘âncoras’ e repórteres t ambém da ala mais liberal da mesma enfermaria do mesmo hospício.

– Democratas que não vêem a própria importância... e têm medo: É espantoso que o mais inteligente e mais letrado presidente que os EUA elegem em muitos anos não tenha encontrado um modo de aparecer ante o povo dos EUA, depois de o voo 253 estar pousado e em segurança, para dizer que todos se acalmassem.

Obama, de fato, não encontrou nem uma frase inteligente para dizer aos norte-americanos sobre o tal ‘evento’ das cuecas explosivas. Evidentemente não disse que os norte-americanos bem fariam se se preocupassem menos com terroristas e mais com evitar o pit-stop no bar, para ‘uma cervejinha’, antes de chegar a casa. Nada disso.

O governo Obama, tão abjeta quanto unanimemente, só fez repetir que aplicaria ainda mais esforço e dinheiro para livrar os EUA do “terrorismo aéreo”. E que, para tanto, estava criando uma nova frente da Guerra Global ao Terror no… Iêmen! Que, portanto, empregaria mais conselheiros e gastaria mais dinheiro. Depois, quando nem assim conseguiu calar os críticos, “recuou”, como escreveu o New York Times, e declarou que “estamos lidando com suspeitos de práticas terroristas exatamente como o governo anterior” (?!).

É espantoso que um governo Democrata veja algum tipo de melhor ‘segurança’ ao agir como governos Republicanos; que Obama esteja ‘avançando’ na trilha aberta por George W. Bush. É o medo. O medo provoca reações irracionais, incompreensíveis.

De fato, o medo já está tão institucionalizado na alta cúpula do governo dos EUA, quanto nas camadas mais populares da sociedade. O medo é geral.

Um 11/9 que nunca termina

O medo consegue reordenar os mundos humanos. É óbvio que hoje um pequeno número de fanáticos determinados, quase absolutamente impedidos de pisar em território dos EUA, já conseguiram criar e manter operante essa poderosíssima Medo & Co. O que essa máquina de medo produz é o contraponto perfeito de “O mundo visto da 9ª. Avenida”, charmosa capa de Saul Steinberg para a revista New Yorker[1].

O mundo que se vê “da 9ª. Avenida” ou “dos canais de televisão” que só reproduzem notícias da AL-Qaeda é, nos dois casos, visão fantasmagórica. Nenhuma proporção realista, nenhuma forma humana; nesses contextos, todas as decisões são estúpidas, adotadas por vias e razões estúpidas. As pessoas vão-se tornando incapazes de separar o que importa e o que não importa; o primário, do secundário. Em uma palavra, todos se tornam manipuláveis.

Assim vivemos nos EUA hoje. Há quem se pergunte pelo impacto que teria um segundo ataque semelhante ao do 11/9 na consciência dos norte-americanos. O que ninguém parece ver é que o terror daquele evento já foi multiplicado por mil.

Vivemos hoje como se já tivéssemos sofrido 4, 5, meia dúzia de ataques iguais ao 11/9. Sofremos como se já nos tivessem atacado. Trememos de medo. Vivemos apavorados.

Portanto, fica aqui esse conselho: da próxima vez que acontecer outro voo 253, quando a imprensa entrar no modo 24 horas/dia, sete dias por semana de “estamos sendo atacados” e “periclita a segurança da pátria”; quando todos os canais de televisão noticiarem que estamos sob “alerta vermelho”; quando o presidente Obama declarar, pensando só em defender-se ele mesmo, que está fazendo extamente o que Bush já fez e faria (?!); quando os lobbyistas da “segurança da pátria” puserem-se a pedir mais dinheiro, mais dinheiro para comprar mais tecnologia, mais tecnologia, apesar de nada estar acontecendo... pense nos muitos que dirigem embriagados, nos que lucram com a venda de bebida e cigarros, pense até nos surfista s atacados por tubarões e grite: “Amarrem as cuecas! Os EUA não estamos sendo atacados!”


As mulheres grávidas perdiam os filhos, cabras e dromedários adoeciam e logo depois morriam, não havia nem mosquitos. O dia que o Sahara explodiu.

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Abril de 1961, o governo frances explode uma bomba atômica no Centro Sahariano de Experimentação militar de Reggane, no Sahara argelino, então colonia francesa.

35 minutos após a explosão, 300 soldados, a maioria recrutas (que foram denominados Garigliano) salen do abrigo e começam a caminhar ao centro da explosão, param a 700 metros do ponto central. Um grupo, dentro de um veículo chega a 250 metros do epicentro da explosão.

Equipamentos de proteção

Como as máscaras de gás dificultavam a comunicação, foram distribuídas máscara antipoeira, o único equipamento para protegê-los.

"As mulheres grávidas perdiam os filhos, cabras e dromedários adoeciam e logo depois morriam, não havia nem mosquitos. Acreditávamos que era um mal enviado por deus", palavras de Mohamed Belhacen, residente de Taourit, sul da Argelia.

Quantas vítimas? Estima-se em 16 e 20 mil pessoas, entre civis e militares expostos as áreas contaminadas, em alguns casos, imediatamente após as exeplosões. A exposição em muitos casos foi intencional, para ver os efeitos das explosões sobre "seres humanos", ou por puro descaso.

Depois de 49 anos de pend6encias judiciais, em dezembro de 2009, foi aprovada uma lei para indenizar argelinos e franceses que adoeceram devido aos textes nucleares franceses.

Segundo a Associação dos Veternaos de Testes Nucleares, os militares e civis franceses apresentam uma incidência de cancer o dobro do resto da população, incluindo alguns bem raros. Quanto aos moradores das regiões contaminadas pelos testes, a maioria morreu sem nunca ter sido diagnosticada, morreu saber do que, como disse Mohamed Belhacen, achando que foi um mal enviado por deu.

Fonte: El País e Le Parisien

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Quem mandou não ser um "cumpanhero"

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Amorim assume cargo em Itaipu e receberá R$ 12 mil de jetom POR REUNIÃO

Da agência o Estado

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assumiu na última quinta-feira o posto de conselheiro da Itaipu Binacional. Até então, o chanceler era um dos raros casos no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ministro que não engordava seus vencimentos com jetons. Participava do conselho da Fundação Dom Cabral, mas sem remuneração. Agora, a cada reunião que vier a participar em Foz do Iguaçu, geralmente uma por mês, Amorim deverá receber um contracheque (hollerith) de mais de R$ 12 mil.

O jetom será somado ao salário de um diplomata com 45 anos de carreira, que conduziu as importantes missões do Brasil nas Nações Unidas e na Organização Mundial do Comércio e que comanda pela segunda vez o Itamaraty. Fixada em 2007 pelo Congresso Nacional, a remuneração básica de Amorim é de R$ 10.748,43, excluídas as diárias de viagens internacionais que, de acordo com os seus hábitos espartanos, raramente acabam transformadas em despesas.

Filiado ao PT desde setembro passado, o chanceler passou a sofrer a dedução de um (duplo) dízimo de 20% em seu salário básico, conforme as regras do partido. O Sistema de Arre­­ca­­dação de Contribuição Estatu­­­tária (SAF), exclusivo do PT, captura essa contribuição automaticamente de todas as autoridades e funcionários públicos filiados ao partido. Mas, para sorte do chanceler, não alcançará o jetom nem as diárias.

Por decreto presidencial, editado no Diário Oficial de sexta-feira, Amorim ocupou a vaga do Conselho de Administração de Itaipu deixada pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-geral das Relações Exteriores e atual ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).

Ao Itamaraty cabe um posto no conselho, que passou de Ênio Cordeiro, atual embaixador em Buenos Aires, a seu sucessor na Subsecretaria de Assuntos de América do Sul, Antônio Simões.

Comentário politicamente (In)Correto

Filiado ao PT desde o ano passado, precisa pagar 20% do salário ao partido, logo, precisa aumentar os vencimentos para cobrir o que o dízimo leva.

Fotos do carnaval

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Para não me acusaraem de anti patriota e falarem não coloquei nada sobre o carnaval.

Carnaval na Alemanhã nazista na década de 30, eles também se divertiam pô!


A loira no Rio de Janeiro, ontem..... antes e..... depois, sempre mantendo a classe.


Como não podia deixar de colocar, afinal, ocupam 11 entre 10 capas de jornais na festa número 1 do brasil..... as BUNDAS.

Um especial do Montado num Porco, f
otos de muitos carnavais... ou muitas bundas (a ordem dos fatores não altera o produto),.

As substanciosas

As exibidas


As românticas


"Donde" chego a conclusão que:

As bundas e o carnaval, continuam os mesmos, só mudam as caras.... e......

Somos os mesmos primatas, a mais ou menos entre 4 ou 5 milhões de anos.


Sobre os 30 anos do PT

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Li um artigo bem interessante, sobre os 30 anos do PT, nele o autor coloca o seguinte:

Nada mais burguês do que um companheiro de hoje, a começar pelo primeiro deles. Nunca o empresariado viveu dias tão felizes, jamais a política econômica foi neoliberal como agora, ao tempo em que raras vezes se tem visto tão poucas greves e manifestações sindicais. Nem mesmo o MST constitui exceção, apesar de suas excentricidades.

A conclusão será uma de duas: ou as propostas ideológicas de 1980 estavam erradas ou o PT sucumbiu às tentações da burguesia.

Comentário Politicamente (In)Correto

Gostaria que aqueles meus amigos simpatizantes do PT, comentassem....

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Reflexos da prisão do arruda

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Do Sponholz



Comentário Politicamente (In)Correto

Precisa comentar????

Moda carnavalesca em Brasília

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Fantasias com dinheiro nas meias, cuecas, ternos, camisas etc, são as mais procuradas para o Carnaval de Brasília, este ano.

Comentário Politicamente (In)Correto

Por que será? Não entendi.....

Quem tem...... tem medo, diz o ditado

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O presidente lulalau negou ter ficado "chocado" com a prisão de zé arruda, desmentiu os próprios acessores e jornalistas que estavam lá quando recebeu a confirmação da notícia.

Defendeu o trabalho da Polícia Federal que, em sua opinião, agiu sem "pirotecnias". Na cabeça do mordomo presidente, algemas e imprensa só podem ser permitidas quando o preso é um indivíduo comum, só reforçando o que sente em relação ao populacho, quando disse que sarney não era um homem comum (lembram). Aos comuns, tudo pode, aos cidadãos de primeira classe, tratamento especial.

Comentário Politicamente (In)Correto

A verdade é que o mordomo deve ter ficado chocado mesmo é com o risco da moda pegar, tem uma leva de PeTralhas e criminosos associados que poderiam ser "enquadrados", todos do "circulo do poder" do mordomo e da candidada.

Mas o mordomo pode ficar tranqüilo, o STJ pode até ter tomado uma decisão técnica e super fundamentada, mas no STF, vale a lei do mais forte e de quem tem mais grana. Nesse caso, o mello só quis colocar a batata quente na mão do gilmar mendes, pois está mordido com as interferências que o projeto de coronel, presidente em exercício do supremo, tem feito, ao cassar várias de suas decisões.

O mello tinha mesmo era uma vontade louca de liberar o arruda. Lembrem-se que ele tem um histórico de favorecer quem tem grana, poder ou influência. O caso mais recente foi o da criança sequestrada pela mãe nos Estados Unidos e que a famíla, com grana e bem relacionada, fez um carnaval para tentar transnformar em caso de Estado.

Como diz o ditado, quem tem C...., tem medo, o mordomo deve ter ficado chocado mesmo, afinal, se a moda pega e juiz começa a mandar político corrupto para a cadeia, o mordomo vai ter que fazer estoque de cigarros, para visitar os amigos e correligionários nos finais de semana.

Malucos pelo mundo

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A polícia religiosa da Arábia Saudita lançou uma operação neste domingo para coibir a venda de rosas vermelhas e outros produtos relacionados ao Dia dos Namorados, que é comemorado em muitos países, acusando a comemoração de ser contra os “princípios islâmicos”.

O governo saudita publicou uma Fatwa (lei islâmica) que classificou o Dia dos Namorados como uma comemoração ilegal e apontando-o como um “feriado pagão”.

Segundo o jornal Al Watan, muitos donos de floriculturas e lojas de presentes desafiaram a medida para tentar conseguir um lucro extra com a data especial.

Um buquê de rosas vermelhas, de acordo com o jornal, saltou de 5 reais sauditas para mais de 30 por causa da procura no mercado negro.

Comentário Politicamente (In)Correto

O mundo só vai ser feliz quando enforcar o último político nas tripas do último religioso


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Morre ex-ministro do governo Geisel, Armando Falcão

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Morreu o ex ministro do governo geisel (o ditador do plantão 1974 a 1979 e que era filho de um pastor alemão), armando falcão.

Pelo seu curriculum verifica-se que deixou cerca de 400 livros, 117 peças teatrais, 47 filmes e 840 letras de músicas censuradas.

Agora, as máximas de sua gestão, vetou a apresentação do balé Bolshoi, da ex República Socialista Soviética, por razões "ideológicas" e foi condenado nos Estados Unidos, a revelia, por contrabando, com ordem de prisão e tudo.

Comentário Politicamente (In)Correto

Esse é o povo do "brasil, sempre".

PS. Já vai tarde, muito tarde!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

E o arruda? Sifu! Será?

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Não tem como, a notícia do momento...... e que está na minha boca e na da torcida do Cacimbinhas Futebol Clube, porque a torcida do Flamengo, que segundo a Globo, é a maior do brasil, não está nem aí para nada, só para o futebol, para o carnaval e para a grana do bolsa família no fim do mês.

Pois bem, a notícia que uma parte da população, a que lê jornais (e não a maioria que limpa a bunda com ele), está comentando, é que o governador, que tem o nome de planta fedorenta, arruda, foi preso por decisão do colegiado especial do STJ, por 12 votos a 2.

O espantoso nisso tudo não é o fato de que um político corrupto foi preso, isso por aqui até que deveria ser rotina, o espantoso é que pela primeira vez na história do judiciário da E$bórnia, um governador, em exercício, é preso. Parece uma piada, mas não é, é um marco do judiciário dessa zona chamada brasil.

Parágrafo primeiro: A prisão do Miguel Arraes pela milicada em 1964 não conta, primeiro porque foi um ato do regime de excessão que estava sendo implantado, segundo, porque foi por razões de perseguição ideológica e não por demérito do governador, muito pelo contrário.

O espanto foi tanto, que o presidente da OAB disse em uma entrevista que os brasileiros poderiam estar vendo uma luz no fim do tunel.

Eu não seria tão otimista, vejo isso mais como um fósforo no fim do buraco do que uma luz de verdade e, rapidinho, corre-se o risco de ver o fósforo soprado, ou abafado seria um termo mais apropriado.

Minhas razões, são simples, a defesa da planta fedorenta, digo, do governador arruda, já entrou com o pedido de habeas corpus no STF e....... mantida a tradição daquela corte, de garantir a impunidade de qualquer um que tenha dinheiro ou influência política, tudo leva a crer que o arruda estará livre, leve e solto, logo, logo.

Assumindo novamente o cargo de governador e tripudiando com a nossa cara, como tem feito nos últimos 3 meses. Para esperar o crime prescrever, como acontece com um percentual significativo dos processos que envolvem "poderosos" nativos e que vão para as cortes superiores (STJ e STF).

Espero estar errado, mas começo pagando 5 para 1 como ele será solto em no máximo alguns dias. A relação da aposta pode mudar, dependendo de quem for o defensor, digo, relator do processo no STF.

Comentário Politicamente (In)Correto

O mordomo lulalau (tenho um amigo petista que odeia quando eu chamo o lula de mordomo e de lalau, hehehe), "recomendou" que o arruda fosse "preservado", garantindo para o governador, que sua prisão não seria um espetáculo público.

Diferente dos Estados Unidos, leia o post abaixo, que é um texto do Lucas Mendes (e olha que eu acho ele um porre), e um post intitulado lá e aqui, que mostra como as autoridades americanas tratam, de verdade, todos como iguais perante a lei.

Isso dá direito aos criminosos, independente da fortuna, à algemas e saída em carro de polícia com sirene ligada. O post fala da prisão de 44 pessoas presas, entre elas 3 prefeitos, vários legisladores (incluindo o presidente da assembléia legislativa), e líderes religiosos.

O crime da quadrilha de lá, corrupção, igual ao crime da quadrilha daqui, porém/todavia/contudo....

Lá, a prisão comum e algemas, tudo transparente, para os que pagam os impostos e elegem os políticos, verem que se forem enganados, terão justiça. Criminoso é criminoso e como tal são tratados, como qualquer outro "vagabundo", sejam juízes, religiosos, políticos ou banqueiros. Teve a prisão decretada, vai receber a visita da polícia e sair com as pulseiras de aço, tudo com direito as fotos do meomento da prisão, estampadas nas páginas policiais dos jornais.

Aqui, a garantia do presidente da república (presidente??? república???), da discrição, sem algemas, com direito a forum privilegiado, prisão especial e, quase esquecendo, direito divino a um habeas corpus do STF, que sai com a rapidez diretamente proporcional ao dinheiro e ao poder político do "preso".

As vezes eu invejo os americanos....

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Lucas Mendes

De Nova York para a BBC Brasil

Nosso Arruda, o vereador Larry Seabrook, não chegou a ser flagrado pelas câmeras recebendo maços de dinheiro, mas recebeu milhões em diferentes fraudes, lavagens e extorsões. São treze indiciamentos que podem levá-lo a prisão por mais de vinte anos. E acredite. Não é como Brasília. Ele vai para a cadeia.

O vereador, que tinha 26 anos de carreira política, empregava velhas fórmulas para roubar nosso dinheiro. A mais comum era distribuir milhões para ONGs criadas por ele e dirigidas por parentes e amigos assalariados. Uma parte ia parar na conta do vereador.

Abusava das verbas discricionárias sobre as quais os políticos tem muita liberdade de ação. Duas das ONGs tinham conotações étnicas: “The Bronx African-American Chamber of Commerce” e a “The New York African-American Legal and Civic Hall of Fame”. Parece que foram escolhidos como deboche da opinião pública e da impunidade.

Dos vários abusos do vereador, o mais barato provocou grande indignação e recebeu destaque na imprensa. Numa conta de US$ 7, por um café e uma broa, o político acrescentou o número 17 e cobrou US$ 177 da cidade. Tão infame como a ganância daquele nosso político que saiu de Brasília para participar de uma fraude de milhões no Rio e cobrou a corrida do táxi e a passagem de avião até a cena do crime.

Na época das denúncias envolvendo o senador Sarney, a comissão do Senado arquivou quase todas as acusações com o argumento de que eram baseadas em notícias de jornal e, portanto, sem mérito. Jornal não merece crédito. A denúncia que derrubou e vai colocar o vereador na prisão veio de uma matéria do New York Times sobre a adulteração das contas dos aluguéis das ONGs. A investigação da polícia levantou os outros crimes.

A queda do senador estadual Hiram Monserrate, por "jaguncismo", vem se arrastando há meses. Foi baseada em imagens de uma câmera de segurança num prédio onde ele aparece arrastando a namorada num saguão. Estava ferida e ele queria levá-la para o hospital. Ela resistia. Queria fugir dele.

O casal estava no meio de um bate-boca quando ele quebrou um copo no rosto dela. O corte, profundo, levou trinta e dois pontos e cirurgia plástica. Apesar da pressão dele, a namorada deu queixa na polícia. Depois, por uma pressão ainda inexplicada, retirou a queixa e se recusou a depor contra o namorado. Disse que tinham se reconciliado e que o copo quebrado no rosto foi um acidente, consequência de um tropeção de Hiram.

Sem o depoimento dela e sem outras testemunhas, o juiz disse que não podia dar outra sentença além de um “misdemeanor” - delito leve - e que a Constituição estadual o impede de decidir sobre a perda de mandato do acusado. A expulsão foi proposta por uma comissão do próprio Senado, que está sujíssimo com o eleitorado por incompetência e abusos. A maioria corre o risco de perder o emprego na próxima eleição. Ferro no colega. Antes da votação, Hiram Monserrate fez um discurso desafiador e ameaçador. Perdeu por 53 a 8.

Mas isto não significa que a carreira dele esteja no final. Os advogados vão para a Justiça com o argumento de que, pela Constituição do Estado, seus colegas não tem direito de expulsá-lo. Correto. E a medida gerou um impasse. Sem Hiram, a maioria democrata agora é de 31 a 30 e, para aprovar qualquer lei, são necessários pelo menos 32 votos.

O governador de Nova York logo marcou a data de uma eleição de emergência para a cadeira do senador e Hiram Monserrate anunciou que, se não ganhar na Justiça, vai entrar no páreo para recuperar o mandato.

No fim das contas, o eleitorado poderá decidir o futuro do político expulso e talvez até perdoe o senador, mas a Justiça americana e o imposto de renda - no caso do vereador - são implacáveis.

Aqui, Arrudas - como o vereador Seabrook e seus asseclas - já estariam planejando seus anos na prisão e um futuro empobrecido pela cobrança dos impostos sonegados, multas e confiscos de bens.

A pilha de lama ainda é enorme, mas temos a sensação de que o ar esta mais limpo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Não é mera coincidência

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Qualquer semelhança não é mera coincidência

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Guia de Consumo Responsável de Pescados

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Colaboração do JR.

Os estudantes e professores dos cursos de Oceanografia, Ciências Biológicas e de Publicidade e Propaganda da
UNIMONTE bolaram um guia que traz a lista de espécies comerciais e comuns em nosso restaurantes. É muito simples e bem bolado, dividindo as espécies em:

  • Bom apetite (sinal verde), para espécies abundantes, sem problemas de conservação ou cultivadas em cativeiro;
  • Coma com Moderação (sinal amarelo), espécies com declínio na população devido às atividades pesqueiras;
  • Evite (sinal vermelho), espécies em risco de extinção em virtude do excesso de pesca;
  • Não, Obrigado! (sinal preto), espécies muito ameaçadas, deveriam ser proibidas para consumo.

Dá para carregar no bolso e, da próxima vez que for a um restaurante, irá ajudar a fazer uma escolha consciente (e inteligente).

O guia está aqui, basta imprimir e montar, é bem fácil, ou baixar as figuras para montar do site da UNIMONTE.

Frente do Guia

Verso do Guia

Como montar

PS. Tem uma confusão na tabela, o Atum que está citado no bom apetite, não é o verdadeiro,.

O atum verdadeiro é o do sushi, que está citado na tabela do deve ser evitado pois está seriamente ameaçado pela sobre-pesca.

Religiosos, depois da Irlanda, a Alemanha

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Depois do relatório que mostra os 80 anos de abussos cometidos por religiosos católicos na Irlanda (Montado num Porco 22/09/2009), a bola da vez é a Alemanha.

Mais de 100 padres e pessoas ligadas a igreja católica são suspeitos de abusar sexualmente de fieis, isso apenas nos últimos anos, segundo um artigo da Der Spiegel intitulado Shame and Fear - Inside Germany's Catholic Sexual Abuse Scandal (Vergonha e Medo - Os escândalos dos abusos sexuais católicos, vistos por dentro).

Mais do que ser conivente, a igreja católica, ciente dos abusos cometidos por seus membros, tem sido cúmplice e culpada por obstrução contínua da justiça, ajudando religiosos a fugir e proibindo, através do juramento de seus membros (para toda a "eternidade" em nome do pai, do filho e do "espírito santo"), que o assunto não ultrapasse os muros do clericado.

De acordo com as instruções de Roma, já em 1962, através da famigerada Congregação para a Doutrina da Fé, popularmente conhecida como "santa inquisição" (o atual papa foi um de seus presidentes), foi determinado que os bispos lidassem firmemente com cada caso individual, mas de forma que tudo permanecesse dentro dos confins da "santa igreja". A desculpa para essa posição foi de assegurar o "segredo da confissão" e manter a posição da igreja e do clero como autoridade moral "superior".

A determinação dizia que nada pode minar a posição dessa autoridade, justificando acobertar o abuso sexual de crianças e adolescentes, cometido por milhares de padres católicos, as relações secretas entre padres e empregadas(os) e mesmo o amor entre clérigos.

Por décadas os bisbos germânicos tentaram esconder os crimes ou tratando-os como casos isolados de "desvios" de conduta. As acusações só ganharam força por causa de um relatório que se tornou público e mostra que de 1995 para cá, 94 padres e membros láicos da igreja são suspeitos de abusos sexuais constantes e contínuos contra crianças e adolescentes.

Isso gerou a criação de um grupo denominado Round Table for Care in Children's Homes , para avaliar as acusações. Esse grupo publicou um relatório preliminar que contém resultados dramáticos.

De acordo com o relatório, mais de 150 vítimas de abuso sexual reportaram abusos sofridos recentemente. Como de uma garota de 15 anos, obrigada a sentar no confessionário e assistir um padre se masturba. Quando ela tentou fugir, foi derrubada por freiras que a obrigaram a ir para casa.

Nunca houve uma investigação sistemática em quantas escolas católicas, casas e reitorias foram cometidos os abusos sistemáticos, mesmo quando havia fortes evidências.

O grupo Round Table for Care in Children's Homes planeja apresentar seu relatório final ao término do ano.

A ponta do Iceberg

A igreja tem assumido uma postura defensiva que decorre do medo de perder a hegemonia moral, esse medo garante a proteção dos religiosos criminosos e no mínimo, ignorar às vítimas, quando não as acusa ou as ameaça de excomunhão.

Segundo a revista, os "fiéis" estão decepcionados pelo fato de que a igreja protegeu os criminosos sistematicamente e ignorou as vítimas, acobertou o abuso sexual cometido por seus próprios membros durante décadas, permitindo que padres pedófilos deixassem, impunes, um rastro de devastação emocional ao longo de todo o País.

Segundo a revista, o presidente da Conferência dos Bispos alemães, Arcebispo de Friburgo Robert Zollitsch, não ofereceu qualquer palavra convincente de desculpa ou gestos enfáticos de conforto às vítimas. Depois de vacilar por dias, ele decidiu não conceder para a Der Spiegel uma entrevista.

Ainda segundo a revista, a posição oficial da igreja prefere que o sofrimento de suas vítimas não se torne público ou um assunto principal, mas no fundo, porque isso não se ajusta a visão hipócrita que os cléricos católicos tem do mundo.

A reação religiosa tem fundamento, mesmo internamente, as posições assumidas tem sido questionadas.

Além da Faculdade de Canisius e as escolas em St. Ansgar e St. Blasien, houve revelações de abuso na Faculdade de Aloisius dos Jesuítas no bairro de Godesberg Ruim de Bonn onde gerações inteiras de crianças de conhecidos políticos e diplomatas foram para a escola.

O artigo completo "Shame and Fear - Inside Germany's Catholic Sexual Abuse Scandal" (em inglês), está disponível na Der Spiegel.

Discute os abusos, mas também a questão do celibato e a posição dúbia, e mesmo criminosa, da igreja frente a crimes dessa natureza, cometidos por seus membros. Vale a pena ler.


Comentário Politicamente (In)Correto

Um fato chama a atenção, padres, irmãos e similares são os criminosos que vem a público, não vemos menção de bisbos, arcebispos e outros "altos" cléricos....... pelo visto, na igreja, poder também é sinônimo de inimputabilidade e impunidade.