quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o país pela negação de justiça

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Marcelo Semer
São Paulo 

Na mesma semana que Paulo Maluf ganhou um diploma de ficha limpa, o Estado brasileiro perdeu o seu. 

A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o país pela negação de justiça, omissão na busca da verdade e complacência com graves violações de direitos humanos praticadas na época da ditadura. 

A decisão da OEA vai alterar o paradigma da tutela de direitos humanos no país e será o grande objeto de estudo nos próximos anos. Juristas, juízes e advogados estarão a partir de agora obrigatoriamente envolvidos nas questões de direito internacional. 

Contundente e incisiva, a Corte Interamericana não só condenou o país a reparar danos de familiares das vítimas, como determinou que as violações de direitos humanos dos anos de chumbo sejam, enfim, investigadas e julgadas, retirando todos os obstáculos jurídicos para os processos penais.
Ao fazê-lo, expôs de forma constrangedora a decisão anterior do STF. 

As execuções sumárias, os desaparecimentos forçados e as sessões de tortura foram impingidas a cidadãos na época da ditadura. Mas a culpa pela condenação do país se deu justamente em face da "interpretação que a justiça conferiu à lei da anistia". 

O que surpreende no caso é a ausência de novidade. 

A jurisprudência da Corte Interamericana já era pacífica quanto à impossibilidade de anistias para impedir o julgamento de crimes de lesa-humanidade, como se caracterizam os desaparecimentos forçados do Caso Araguaia. 

Sentenças anteriores referentes ao Peru e Chile prenunciavam a decisão, mas o STF ignorou a incompatibilidade de nossas leis com as regras da Convenção Americana. 

O controle de convencionalidade passou a ser obrigatório, desde que o Brasil, de forma livre e espontânea, reconheceu a competência da Corte, em 1998. 

Outros países do continente, como Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Uruguai, mencionados na decisão, vêm resolvendo as pendências jurídicas de suas ditaduras com alterações em âmbito legislativo ou judicial.
Os ministros brasileiros aderiram à ideia do perdão cordial, talvez imaginando que, no fundo, os nossos ditadores tenham sido melhores que os outros. 

Gastaram horas de julgamento para afirmar o suposto caráter consensual da anistia, aprovada em 1979, por um congresso com parlamentares biônicos e ainda sem eleições gerais. 

A Corte Interamericana, todavia, explicou que o problema nem era a forma da anistia, mas o seu conteúdo. Certas violações são tão graves, que o direito interno não pode impedir o julgamento. 

A regra não vale apenas para o Brasil ou a América Latina. A ONU já disciplinou que acordos de paz não devem prometer anistia por crimes de guerra nem por infrações graves aos direitos humanos. 

Recentemente, o próprio STF retirou de vigência artigo de nossa Constituição, justamente por sua contrariedade ao Pacto de San José da Costa Rica. Proibiu a prisão civil por dívida, nos casos de depositário infiel. 

Acatar o direito internacional não pareceu, então, nenhuma barbaridade para os ministros.
No caso dos crimes da repressão, no entanto, o STF se limitou a analisar o direito interno, a despeito dos inúmeros alertas emitidos quanto à jurisprudência internacional. 

Marcio Sotelo Felippe já nos havia explicado em precioso artigo, que veio à tona, logo após a decisão do STF. O 'nome da rosa', disse ele, eram razões de estado, conveniências políticas que, no julgamento, pesaram mais do que a proteção da dignidade humana. 

Mas o direito internacional dos direitos humanos não tem lugar para conveniências que ocultem violações tão graves. 

As reações de alguns ministros do STF à decisão da Corte também surpreenderam. 

O presidente, Cezar Peluso, disse que "a decisão só gera efeitos no campo da Convenção Americana", como se isso representasse pouco. Indagado quanto a possíveis processos criminais, antecipou o que pode ser por ele mesmo decidido: "É só recorrer ao STF. O Supremo vai conceder habeas corpus na hora". 

Para o ministro Marco Aurélio, o governo está submetido ao julgamento do STF e não pode afrontá-lo para seguir a corte da OEA - como se a ela o Estado brasileiro também não estivesse submetido. 

Num exemplo bem acabado de soberba jurisdicional, o STF tomou para si o "Non ducor, duco" da bandeira paulista. Exige ser seguido, mas repele seguir decisões internacionais. 

De acordo com os ditames do tribunal da OEA, porém, isso pode nos colocar como uma espécie de corsários da lei. 

Operadores do direito talvez estejam se perguntando, se o STF não segue a Convenção Americana, que o Brasil se obrigou a respeitar, como exigir que os demais agentes sigam as suas decisões? 

Mas a questão que a partir de agora vai incomodar delegados, promotores e juízes é ainda mais delicada: a Corte afirma que, reconhecida a Convenção, é responsabilidade do Estado e, por consequência, de todos os seus agentes, respeitá-la e fazê-la cumprir. 

Portanto, as determinações de que as investigações sejam feitas em prazo razoável, e os casos submetidos a julgamento, não podem ser simplesmente ignoradas. 

Entre as demais imposições da Corte Interamericana ao Estado brasileiro, está a de implementar programa ou curso permanente e obrigatório sobre direitos humanos a todos os níveis hierárquicos das Forças Armadas. 

Ante o teor da decisão internacional, que imputa responsabilidade pela omissão do Estado às interpretações da lei, talvez fosse conveniente estender esta obrigatoriedade para os membros do Judiciário, em todos os seus níveis.

Comentários Politicamente (In)Corretos

Chega de trocar os corpos dos torturados e assassinados por indenizações e proteger bandidos que agiram supostamente em nome do estado.

O Congresso recebeu o que merece.

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O dia de ontem não foi dos melhores para o Senado. Dentro e fora da Casa, congressistas foram constrangidos por dois protestos contra o recente aumento, de 61,%, que eles aprovaram recentemente para os proprios  salarios. 

O ato mais constrangedor se deu no plenário, onde o bispo de Limoeiro do Norte (CE), dom Manuel Edmilson Cruz, um dos cinco homenageados com a Comenda Dom Helder Câmara de Direitos Humanos, recusou publicamente a honraria. Enquanto isso, do lado de fora, estudantes que tiveram a entrada barrada organizaram um protesto, com faixas e performances no gramado em frente ao Congresso.

Em seu discurso, dom Edmilson Cruz destacou a realidade da população mais carente:

– Não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta – observou o bispo. – A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi dom Hélder Câmara.

Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um juiz que não tá nem aí e policiais que prevaricam

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Há alguns dias atrás, um juiz, dirigindo bêbado, bateu em dois carros, depois de fugir da PM mineira, famosa pela violência. Como agora eu tenho o vídeo, vamos aos fatos:
Segundo o PM, Márcio José Zebende, 46 anos, juiz da 3ª Seção do TRT, dirigia o Fiat Palio, placa HDQ-6283, pela Avenida Arthur Bernardes, na altura do Bairro Vila Paris. No cruzamento com a Rua Iraí, ele avançou o sinal vermelho na frente de uma viatura da PM.

Na hora, os PMs ligaram a sirene e o giroflex e pediram para que o motorista parasse. Ele ignorou a ordem e tentou fugir em alta velocidade. Quando tentou virar na Rua Professor Cândido de Holanda, Zebende perdeu o controle e bateu em dois carros parados, um Fiat Uno e um Fiat Palio.

Ainda de acordo com os PMs, o juiz saiu do carro cambaleante e apresentava sintomas de embriaguez, com olho vermelho e hálito etílico. Ele recusou-se a fazer o teste do bafômetro.

O dono do  Fiat Palio batido chegou ao local e ficou bastante nervoso. O juiz precisou ser colocado dentro da viatura para evitar qualquer confusão.

Após os ânimos se acalmarem, os policiais liberaram o juiz sem levá-lo à Delegacia do Detran. A justificativa foi de que o crime era afiançável. Ele recebeu uma multa por avanço de sinal, teve a carteira de habilitação apreendida e o veículo foi levado ao pátio do Detran.

Olhem a cena:



Comenários Politicamente (In)Corretos

Fosse um indivíduo comum, provavelmente, seria espancado, algemado e mandado para a delegacia, mas como é um "juizeco", nem para a delegacia foi.

Na civilização, o juiz pediria a exoneração, ou seria demitido, respondendo processo pela fuga da polícia, por dirigir embriagado e pelos danos cometidos, na E$bórnia..... nada, o juiz e seus colegas "não tão nem aí".

Prevaricação é coisa que não existe em alguns vocabulários.

Parece que a "coragem" de alguns policiais tem os limites definidos pelo potencial do carteiraço do "bandido".

Potenciais Impactos das Alterações do Código Florestal Brasileiro na Meta Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa

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Todos viram que a proposta de alteração do código florestal foi um jogo de interesses entre o governo e os ruralistas.

Nenhum grande cientista foi chamado para discuti-lo, os ilustres dePUTAdos consideraram apenas os indicados pela bancada picareta, digo ruralista e pela ala "desenvolvimentista" do governo.

Enfim, o relator desse código e testa de ferro dos ruralistas foi o dePUTAdo (que se diz comunista mas defende os interesses dos latifunciários, país interessante esse...), aldo rabelo.

O dePUTAdo criou uma aberração técnica, mas sob medida para os picaretas, digo, ruralistas e para os desenvolvimentistas governamentais. Tanto que poucas vezes se viu o DEM e os PeTralhas, votarem tão parecido.

Todos viram o Frankestein proposto pelo dePUTAdo e aprovado pela câmara que reune todos os dePUTAdos.

Agora o Observatório do Clima publica (disponível no link abaixo), o resultado dos estudos sobre parte dos danos que essa mudança proposta no código florestal podem causar.

Convém observar que esse estudo foi feito por cientistas de verdade e não por indicados políticos.

Acesse o Relatório Técnico  - Potenciais Impactos das Alterações do Código Florestal Brasileiro na Meta Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa - VERSÃO PRELIMINAR PARA DISCUSSÃO - (29/11/2010)

PS. aldo rabelo é o que se pode chamar de um dePUTAdo com P bem grande.

sábado, 18 de dezembro de 2010

O judiciário nada confiável

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Julgar em causa própria não é novidade no judiciário dessa E$bórnia, a questão do direito adquirido é o exemplo mais gritante disso, os juizes não admitem perder as boquinhas e as tetas.

Mas esse juiz se superou, seu filho, de inteligência duvidosa, foi reprovado 4 vezes no exame da OAB. Mas vejam o que aconteceu e tirem as próprias conclusões.

Bom, casualmente (casualmente?), alguém entrou com um ação de inconstitucionalidade do exame daquela quase máfia corporativa chamada OAB (mas isso é outra história). Contra uma das poucas coisas que a OAB faz direito, que é o exame para obter o registro profissional e ingressar no mercado, não que isso garante profissionais competentes e, principalmente éticos (coisa que está em falta).

Casualmente também (casualmente.... sei), o processo caiu no colo do juiz, cujo filho não tem capacidade para passar no tal exame.

Adivinhem qual o veredito.


Uma decisão do TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Nordeste) considerou o Exame da Ordem inconstitucional. Com isso, determinou que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) inscreva bacharéis em direito como advogados sem necessidade da aprovação no exame. 

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, o presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante, afirmou que a liminar (decisão provisória) "está na contramão da história e da qualidade do ensino jurídico".
Cavalcante afirmou ainda que vai entrar com os recursos que forem necessários para atacar a liminar, do magistrado Vladimir Souza Carvalho, do TRF. 

"Tenho certeza que o Supremo Tribunal Federal vai julgar esse caso e colocar uma pá de cal definitiva nessa questão ainda no próximo ano", afirmou Cavalcante. 

A decisão do magistrado se pautou em recurso de um estudante do Ceará e foi publicada na última terça-feira (14). 

No mandado de segurança contra a OAB, ele alega que "não está entre as atribuições da Ordem dos Advogados dizer se o bacharel pode exercer a profissão que o diploma superior já lhe confere". 

Além disso, Carvalho afirma que "a aplicação do exame fere o princípio da isonomia --já que é a única profissão em que o detentor do diploma de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, ou do bacharel em Direito necessita se submeter a um exame para exercê-la". 

EXAME
 
Neste ano, 105.315 candidatos se inscreveram para o exame. Dos 47 mil candidatos aprovados para a segunda fase, só 12.614 (12%) passaram nos testes que permitem ao bacharel em direito exercer a profissão. 

A OAB informou na quarta-feira (15) que 22 mil candidatos ao exame apresentaram recurso questionando o resultado da prova. Segundo Ophir, os recursos serão analisados até o dia 23.


O conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vai alegar que o juiz federal Vladimir Souza Carvalho é suspeito para presidir o processo no qual ele considerou inconstitucional exigir a aprovação em seu exame para exercício da advocacia. 

Segundo a OAB, Carvalho pode estar agindo por motivos pessoais, já que seu filho foi reprovado quatro vezes na prova desde 2008. 

Na segunda-feira, o magistrado, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 5ª região, em Recife, concedeu uma liminar que determina a inscrição de dois bacharéis em direito nos quadros da OAB. 

Ambos são ligados ao MNBD (Movimento Nacional dos Bacharéis de Direito). 

O questionamento da OAB é feito diretamente para o juiz, para que ele deixe o processo. Se o pedido não for aceito, o conselho pode recorrer ao TRF. 

Esse pedido de suspeição inclui um artigo publicado no jornal "Correio de Sergipe", em 14 de agosto.
Nele, Carvalho chama a prova de "fuzilamento" e afirma que ele, com 32 anos de exercício na magistratura, e os responsáveis pela aplicação do exame não passariam na prova. 

No mesmo artigo, o magistrado diz que o conteúdo exigido no exame vai muito além dos conhecimentos fundamentais, que a prova sofre com a falta de objetividade e que as perguntas são "cascas de banana".
Já na decisão de segunda-feira o juiz diz que a Constituição prevê o livre exercício "de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". Por isso, argumenta, a seleção da Ordem é inconstitucional. 

O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou que a decisão do juiz ao conceder as liminares foi "oportunista". 

"É uma decisão que reflete um entendimento pessoal do magistrado. Se a pessoa (...) tem algum envolvimento direto ou indireto. Então ela não pode analisar o caso." 

O presidente disse que liminares dessa natureza não são novidade e que a OAB tem conseguido derrubá-las.
Carvalho foi procurado pela reportagem, mas a assessoria do Tribunal Regional Federal afirmou que ele não pretende falar com a imprensa sobre o assunto.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tá procurando o WikiLeaks?

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As informações divulgadas pelo WikiLeaks ainda estão acessíveis nos locais e países que não cederam a pressão americana.

Podem ser encontradas nos seguintes sites:

Important Wikileaks Links
 


  • mirror.wikileaks.info - Mirror of previous leaks [92.241.190.202]

  • twitter.com/wikileaks - Official Wikileaks Twitter Page

  • facebook.com/wikileaks - Official Wikileaks Facebook Page

  • Contra o aumento dos congressistas

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    Você gostou do autoaumento dos congressistas e, por tabela e em cascata, de uma penca de outros parasitas?

    Petição online contra o aumento:

    Faça sua parte para termos uma democracia de verdade.

     http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4596

    Repasse essa idéira.

    quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

    Mais um juiz bebum que sai impune

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    Do Jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte.

    Márcio José Zabende, 46 anos, juiz da 3ª Seção do TRT, teria avançado o sinal do cruzamento da Avenida Arthur Bernardes com Rua iraí, no Bairro Vila Paris


    Um juiz do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) avançou um sinal vermelho, fugiu da Polícia Militar (PM) e bateu em dois carros estacionados na madrugada desta quinta-feira (16) na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele estaria com sintomas de embriaguez e, após toda a confusão, foi liberado pelos militares.

    Segundo a PM, Márcio José Zabende, 46 anos, juiz da 3ª Seção do TRT, dirigia o Fiat Palio, placa HDQ-6283, pela Avenida Arthur Bernardes, na altura do Bairro Vila Paris. No cruzamento com a Rua Iraí, ele avançou o sinal vermelho na frente de uma viatura da PM.

    Na hora, os militares ligaram a sirene e o giroflex e pediram para que o motorista parasse. Ele ignorou a ordem e tentou fugir em alta velocidade. Quando tentou virar na Rua Professor Cândido de Holanda, Zabende perdeu o controle e bateu em dois carros parados, um Fiat Uno e um Fiat Palio.

    Ainda de acordo com os militares, o juiz saiu do carro cambaleante e apresentava sintomas de embriaguez, com olho vermelho e hálito etílico. Ele recusou-se a fazer o teste do bafômetro.

    O dono do  Fiat Palio batido chegou ao local e ficou bastante nervoso. O juiz precisou ser colocado dentro da viatura para evitar qualquer confusão. A mulher do motorista supostamente embriagado foi chamada, já que o carro estava no nome dela. De acordo com os militares, ela também ficou muito irritada.

    Após os ânimos se acalmarem, os policiais liberaram o juiz sem levá-lo à Delegacia do Detran. A justificativa foi de que o crime era afiançável. Ele recebeu uma multa por avanço de sinal, teve a carteira de habilitação apreendida e o veículo foi levado ao pátio do Detran.

    Os militares afirmaram ainda que o carro que Zabende dirigia ficou bastante destruído. Parte do motor e o eixo dianteiro foram danificados.

    O motorista do Fiat Uno atingido pelo juiz não foi encontrado. Mas além da dor de cabeça de ter o carro amassado, ele terá a ingrata surpresa de ter recebido uma multa. Segundo a PM, o veículo estava estacionado em um local proibido.


    Comentários Politicamente (In)Corretos

    Os PMs de BH, notórios pela violência, colocaram o rabinho no meio das pernas e o juiz bêbado, nem para a delegacia foi levadao, o que no futuro vai impossibilitar caracterizar seu grau etílico.

    Enfim, é o judiciário cretino e corporativista e policiais incompetentes que demonstram só ter coragem quando enfrentam os 3 Ps (pretos, pobres e putas).

    É ou não é um paizinho de merda?

    terça-feira, 14 de dezembro de 2010

    Wikileaks, o sistema contra ataca

    O sistema contra ataca

    segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

    Países Rechazan "Caza Científica" de Ballenas

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    Australia, Holanda, Nueva Zelanda y Estados Unidos emitieron un comunicado conjunto este sábado condenando la denominada "caza científica" de ballenas que realiza Japón en el Santuario de Ballenas del Océano Austral e hicieron un llamado a balleneros y activistas a evitar confrontaciones en el mar que puedan poner en peligro la vida humana.

    13 de Diciembre de 2010 - Gobiernos de América del Norte, Europa y Oceanía emitieron un comunicado conjunto este sábado expresando preocupación por las osibles confrontaciones entre balleneros y conservacionistas durante los próximos meses en el Santuario de Ballenas del Océano Austral a medida que se acerca una nueva temporada de la denominada "caza científica" de ballenas que Japón realiza  en la Antártica.

    El comunicado emitido conjuntamente por los gobiernos de Australia, Holanda, Nueva Zelanda y Estados Unidos coincide con el reciente zarpe de la flota ballenera japonesa hacia la Antártica con el fin de cazar cerca de mil ballenas, incluidas especies clasificadas En Peligro, bajo supuestos fines de "investigación científica". También se realiza a pocos días del zarpe de la flota anti-ballenera de la organización Sea Shepherd con el objetivo de impedir la matanza de ballenas durante los próximos meses.
    En el comunicado los cuatro gobiernos afirmaron que se encuentran "profundamente preocupados que las confrontaciones en el Océano Austral puedan resultar en personas heridas o en la pérdida de vidas humanas entre los miembros de las tripulaciones" y recordaron que "muchos de los tripulantes son ciudadanos de nuestros países".
    También hicieron un llamado a que "los capitanes de las embarcaciones involucradas en estas acciones en el Océano Austral tomen la responsabilidad de garantizar la seguridad de la vida humana en el mar como la prioridad más alta".
    Las naciones también reiteraron su rechazo a la matanza de ballenas afirmando que "Nos mantenemos firmes en nuestra oposición a la caza de ballenas en el Santuario de Ballenas del Océano Austral, establecido por la Comisión Ballenera Internacional, y estamos decepcionados por el reciente zarpe de la flota ballenera japonesa hacia la Antártica". Adicionalmente destacaron el derecho de los individuos a realizar protestas pacíficas, incluyendo en la alta mar.
    Los gobiernos aprovecharon de condenar cualquier "acto peligroso o de violencia" de ambas partes y advirtieron que "cualquier actividad ilegal será abordada de acuerdo a la legislación internacional y doméstica".
    El comunicado finaliza afirmando que "Australia, Holanda, Nueva Zelanda y Estados Unidos están comprometidos con la moratoria global sobre la caza comercial de ballenas así como de una significativa reforma de la CBI".
    Por su parte, más de 40 organizaciones civiles de América Latina e internacionales realizaron un llamado a los gobiernos de la región hace poco más de una semana para que condenen públicamente la nueva temporada de "caza científica" de ballenas en el Santuario del Océano Austral. Sin embargo la solicitud aún no ha sido respondida por ningún gobierno.


    TU FIRMA ES IMPORTANTE PARA DETENER LA MATANZA BALLENAS, SUMA TU VOZ EN 0cazaDballenas



    domingo, 12 de dezembro de 2010

    Só sob pressão

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    Todas as invenções e avanços humanos são derivados de problemas ou situações que se tornaram intoleráveis.

    Até as pequenas coisas.

    Peguem os perfumes por exemplo, só foram plenamente desenvolvidos porque os franceses eram tão porcos que chegaram ao ponto de não suportar seu próprio cheiro.

    quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

    WikiLeaks

    Parem a perseguição 

    A campanha de intimidação massiva contra o WikiLeaks está assustando defensores da mídia livre do mundo todo.


    Advogados peritos estão dizendo que o WikiLeaks provavelmente não violou nenhuma lei. Mas mesmo assim políticos dos EUA de alto escalão estão chamando o site de grupo terrorista e comentaristas estão pedindo o assassinato de sua equipe. O site vem sofrendo ataques fortes de países e empresas, porém o WikiLeaks só publica informações passadas por delatores. Eles trabalham com os principais jornais (NY Times, Guardian, Spiegel) para cuidadosamente selecionar as informações que eles publicam.

    A intimidação extra judicial é um ataque à democracia. Nós precisamos de uma manifestação publica pela liberdade de expressão e de imprensa. Assine a petição pelo fim dos ataques e depois encaminhe este email para todo mundo – vamos conseguir 1 milhão de vozes e publicar anúncios de página inteira em jornais dos EUA esta semana!

    http://www.avaaz.org/po/wikileaks_petition/?vl

    O WikiLeaks não age sozinho – eles trabalham em parceria com os principais jornais do mundo (NY Times, Guardian, Der Spiegel, etc) para cuidadosamente revisar 250.000 telegramas (cabos) diplomáticos dos EUA, removendo qualquer informação que seja irresponsável publicar. Somente 800 cabos foram publicados até agora. No passado, a WikiLeaks expôs tortura, assassinato de civis inocentes no Iraque e Afeganistão pelo governo, e corrupção corporativa.

    O governo dos EUA está usando todas as vias legais para impedir novas publicações de documentos, porém leis democráticas protegem a liberdade de imprensa. Os EUA e outros governos podem não gostar das leis que protegem a nossa liberdade de expressão, mas é justamente por isso que elas são importantes e porque somente um processo democrático pode alterá-las.

    Algumas pessoas podem discordar se o WikiLeaks e seus grandes jornais parceiros estão publicando mais informações que o público deveria ver, se ele compromete a confidencialidade diplomática, ou se o seu fundador Julian Assange é um herói ou vilão. Porém nada disso justifica uma campanha agressiva de governos e empresas para silenciar um canal midiático legal. Clique abaixo para se juntar ao chamado contra a perseguição:

    http://www.avaaz.org/po/wikileaks_petition/?vl

    Você já se perguntou porque a mídia raramente publica as histórias completas do que acontece nos bastidores? Por que quando o fazem, governos reagem de forma agressiva, Nestas horas, depende do público defender os direitos democráticos de liberdade de imprensa e de expressão. Nunca houve um momento tão necessário de agirmos como agora.

    Com esperança,

    Ricken, Emma, Alex, Alice, Maria Paz e toda a equipe da Avaaz

    Fontes:

    Fundador do site WikiLeaks é preso em Londres:
    http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/fundador+do+site+wikileaks+e+preso+em+londres/n1237852973735.html

    Visa e MasterCard se unem ao boicote contra WikiLeaks:
    http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/visa-e-mastercard-se-unem-ao-boicote-contra-wikileaks

    Hackers lançam ataques em resposta a bloqueio de dinheiro do Wikileaks:
    http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5g5_1RyqwzqqSdcdkuXSkRwc3OCbA?docId=CNG.3ee5f70f5e1bc38f749f897810be5a31.6a1

    Conheça o homem por trás do site que revelou documentos secretos americanos:
    http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/conheca-a-historia-do-site-que-revelou-documentos-secretos-americanos/

    O criador do WikiLeaks, entre a sombra e a busca pela verdade:
    http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hRW1-BWMeIXP6Spyr_UdQJbqu5_g?docId=CNG.24a480c86aa11494311806f554755ceb.701

    Saiba mais sobre os telegramas diplomáticos:
    http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/saiba+mais+sobre+os+telegramas+diplomaticos/n1237852399276.html

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    terça-feira, 7 de dezembro de 2010

    Sociedad Civil Latinoamericana Solicita Acciones a los Gobiernos Para Detener Flota Ballenera Japonesa

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    En forma conjunta, 48 organizaciones de la sociedad civil latinoamericana dedicadas a la conservación de ballenas y medioambiente solicitaron a los gobiernos de la región acciones diplomáticas en rechazo a la salida de la flota ballenera de Japón hacia aguas antárticas.

    6 de Diciembre, 2010 - Coincidiendo con la salida de la flota ballenera japonesa del puerto de Innoshima, 48 ONGs de Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, Ecuador, Guatemala, México, Nicaragua, Panamá, Perú, República Dominicana, Uruguay y Venezuela, así como organizaciones internacionales que trabajan en América Latina,solicitaron a los gobiernos, el pasado 2 de diciembre, se tomen acciones para evitar la innecesaria muerte de 900 ballenas bajo supuestos “fines científicos” en aguas del Santuario del Océano Austral.

    La conducción de operaciones balleneras de escala comercial que Japón realiza bajo el artilugio de permisos especiales de caza científica constituye una grave violación a la moratoria global vigente sobre la caza comercial, especialmente considerando que se desarrolla en un área que debería mantenerse libre de matanzas de ballenas como es el Santuario de Ballenas del Océano Austral.
    Las ONGs expresaron en la solicitud “muchas de las organizaciones firmantes llevamos adelante programas de investigación no letal de cetáceos a largo plazo que han permitido conocer aspectos fundamentales sobre la biología y dinámica poblacional de diversas especies de cetáceos y sobre todo han demostrado que es posible generar información de alto rigor científico sin la necesidad de matar ballenas. Esto da fundamentos aun más sólidos a nuestra solicitud para que se tomen las medidas diplomáticas necesarias para impedir que se continúen capturando ballenas bajo supuestos fines científicos”.
    Desde la implementación de la moratoria sobre la caza comercial de ballenas, el Gobierno japonés ha capturado más de ocho mil ballenas en aguas del Santuario Ballenero del Océano Austral con supuestos fines científicos y bajo la segunda fase del Programa Japonés de Investigación de Ballenas en la Antártica (JARPA II) iniciado en 2006, la cuota anual de ballenas minke antártica alcanzó niveles similares a la cuota anual de caza comercial de esta especie antes de la implementación de la moratoria.
    Si bien el Artículo VIII de la Convención Internacional para la Regulación de la Caza de la Ballena autoriza a sus Estados Partes a conceder permisos de cacería con fines de investigación científica, es conocido públicamente que Japón tras esta farsa intenta mantener viva la cacería comercial de ballenas a pesar de la moratoria vigente desde 1986.
    Las ONGs destacaron también que la inquietud por las operaciones balleneras en el Océano Austral, va más allá de la muerte innecesaria de las ballenas ya que la operación de la antigua y desgastada flota ballenera nipona en aguas antárticas representa en si mismo una amenaza para la protección del delicado ecosistema antártico y la seguridad marítima, como lo demuestran la explosión e incendio ocurrido en 2007 y la pérdida de un tripulante en enero de 2009.
    Finalmente las organizaciones efectuaron un llamado a los gobiernos latinoamericanos participantes del Grupo Buenos Aires(GBA) a avanzar en el cumplimiento de los compromisos adquiridos en rechazo de las actividades de caza comercial y de investigación científica letal, y liderar acciones diplomáticas en contra de la matanza indiscriminada de ballenas.
    Esta acción está en línea con los esfuerzos de la campaña ciudadana Cero Caza de Ballenas, creada en 2010 para enfrentar los continuos esfuerzos de las naciones balleneras por eliminar la moratoria y reanudar la caza comercial de estos mamíferos marinos. La campaña que fue re-lanzada la semana pasada, busca sumar el apoyo de todos los ciudadanos mediante la recolección de firmas on line así como de más organizaciones que deseen adherirse para llegar fortalecidos a la próxima reunión anual de la CBI el próximo año.
    Para mayor información de esta campaña visita  www.cerocazadeballenas.cl

    Fuente: ICBCCC
     
     

    sábado, 4 de dezembro de 2010

    Por meio do Opportunity, Daniel Dantas doa R$ 1,5 milhão ao PT na eleição

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    Da Folha de São Paulo

    Condenado em primeira instância na Justiça Federal por suposta corrupção na Operação Satiagraha, em 2008, o banqueiro Daniel Dantas doou, por meio de suas empresas, R$ 1,5 milhão para o diretório nacional do PT nas eleições, informa reportagem de Fernanda Odilla e Rubens Valente, publicada neste sábado pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
    É a primeira vez desde pelo menos 2002, quando a Justiça Eleitoral passou a divulgar as doações pela internet, que o banco Opportunity aparece na lista de financiadores de campanhas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

    As doações ao PT ocorreram por meio de três fontes: o banco e suas empresas Opportunity Gestora e Opportunity Lógica, sediadas no mesmo endereço no Rio.
    Os repasses ocorreram no mês de setembro, antes do primeiro turno das eleições. Como o dinheiro entrou no caixa único do partido, por "doação oculta", não é possível saber para qual campanha ele foi direcionado.
    OUTRO LADO
    O banco disse apenas que as doações respeitaram a legislação. Em resposta a perguntas encaminhadas pela Folha, o Opportunity não explicou se houve um pedido do PT ou se as doações foram iniciativa do banco. Também não esclareceu o motivo pelo qual outros partidos deixaram de ser atendidos.
    O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), afirmou não ver problemas nem constrangimentos na doação. "Nós só podemos receber doação de quem tem dinheiro. Desde que seja legal, contabilizada, não há problema."
    Ele não soube informar se a iniciativa partiu do grupo ou se foi o partido que procurou o Opportunity.

    Comentáriuos Politicamente (In)Corretos

    Isso foi só o caixa 1, imagina quanto o PT e seus candidatos não levaram nos caixas 2 e 3?

    Não foi a toa que D.D conseguiu se livrar da polícia federal

    quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

    Campaña Cero Caza de Ballenas Regresa Renovada Tras Zarpe de la Flota Ballenera Japonesa

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    Con el fin de enfrentar las crecientes presiones para reanudar la caza comercial de ballenas y en vista de los continuos abusos de una pocas naciones a la moratoria sobre la caza comercial, regresa renovada la campaña ciudadana Cero Caza de Ballenas que en junio alcanzó el apoyo de más de 25 mil personas.

    diciembre de 2010 - Tras el zarpe de la denominada flota de “caza científica” de ballenas de Japón este jueves, se lanzó laversión 2011 de la campaña ciudadana Cero Caza de Ballenas, con miras a unir a la ciudadanía en torno a un objetivo común: el cierre definitivo de las operaciones balleneras en los océanos del planeta.
     
    El lanzamiento de la campaña se produce tras el zarpe de la nave ballenera nipona Nisshin Maru que abandonó el puerto de Innoshima este jueves, tras un retraso de varias semanas en relación a años anteriores. Se espera que este atraso disminuya la temporada de “caza científica” de ballenas que realiza Japón en las aguas del Santuario de Ballenas del Océano Austral. A pesar de ser una zona de protección creada por la Comisión Ballenera Internacional en 1994, Japón abusa de un resquicio legal para violar el santuario y matar miles de ballenas al año que luego son comercializadas en el mercado interno japonés oexportadas ilegalmente a países como Estados Unidos y Corea del Sur.

    El cierre de los vacíos legales responsables de la continuación de la ballenería es uno de los objetivos de la Campaña Cero Caza de Ballenas que en junio pasado logró reunir el apoyo de 60 organizaciones ciudadanas y más de 26 mil firmas que fueron clave para que la CBI rechazara una propuesta que buscaba reanudar la caza comercial de ballenasy legitimar la “caza científica” de ballenas en los santuarios de ballenas.

    Sin embargo, de acuerdo al renovado portal de la campaña “las ballenas no están a salvo. Japón, Islandia y Noruega continúan matando estos magníficos mamíferos marinos y algunas naciones continúan presionando fuertemente para reanudar la caza comercial de ballenas. Ante esta realidad, necesitamos organizarnos desde AHORA para enfrentar el 2011 con la fuerza de miles de voces demandando CERO CAZA DE BALLENAS”.
    Para ello el sitio cuenta con una petición en línea que será entregada a los gobiernos de América Latina que defienden el uso no letal de las ballenas, conocido como Grupo Buenos Aires, que será entregada antes de la reunión anual de la CBI a mediados de 2011 en Jersey, una dependencia de la Corona Británica.
    La campaña también busca sumar el apoyo de todas las organizaciones, grupos de redes sociales, federaciones de estudiantes, etc., mediante un formulario en línea donde pueden inscribirse todos los interesados de manera rápida y sencilla.

    Finalmente y consiente de la creciente importancia de la redes sociales en los procesos de decisión ambientales, la campaña Cero Caza de Ballenas cuenta con páginas en Facebook y Twitter como canal de comunicación de todos quienes buscan que las operaciones balleneras formen parte del pasado.
    El llamado entonces es a unirse, firmar, opinar, difundir y no dejar que los intereses balleneros continúen socavando las ya amenazadas poblaciones de cetáceos a nivel mundial.



    As medalhas dos inúteis

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    Como já havia comentado em outro post, todas as condecorações dessas E$bórnia chamaram brazil, sejam civis ou militares, viraram um mero puxasaquismo político ou para satisfazer o ego de alguns, tanto que a primeira dama dona marisa, a inútil, foi agraciada com a medalha Santos Dumont da Força Aérea (vide "Condecorações tipicamente e$bornianas")

    Ontem, o  Congresso Nacional, a casa dos dePUTAdos federais, entegou 31 medalhas do mérito legislativo, comenda criada para homenagear pessoas, físicas e jurídicas que realizaram ou realizam serviço ou ação de relevância para a sociedade.

    Tenho que reconhecer que pelo menos a lista tem um nome respeitável, a economista Maria Conceição Tavares, mas as outras 30 indicações são puramente para manter a tradição de homenagear políticos, amigos e alguns grupos de interesse do fundo do umbigo do dePUTAdo indicante. 

    Mas convenhamos, alguns dePUTAdos conseguem se superar, indicando nulidades absolutas. Tá certo que faltou a dona marisa para ter um absolutismo inquestionável, mas sobraram padres, pastores, lutadores de "artes marciais", funcionários do legislativo e outros "servidores" públicos.

    Mas chama a atenção algumas sumidades, como o josé alencar, vice do mordomo, cujo maior predicado é dizer sim a todas as bobagens que o mordomo fala e ter passado grande parte do mandato no hospital, tem também o joão pedro stedile do MST (sem comentários), e vários outros.

    Mas, direto da câmara dos dePUTAdos, veja a lista completa e tire as próprias conclusões.

    - o vice-presidente, José Alencar Gomes da Silva
    deputado indicante: Michel Temer (PMDB-SP)
    - o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Enrique Ricardo Lewandowski
    deputado indicante: Cândido Vacarezza (PT-SP)
    - o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende
    deputado indicante: Inocêncio Oliveira (PR-PE)
    - o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito
    deputado indicante: Michel Temer (PMDB-SP)
    - o governador de São Paulo, Alberto Goldman
    deputado indicante: Gustavo Fruet (PSDB-PR)
    - o ministro do Superior Tribunal de Justiça Francisco Cesar Asfor Rocha
    deputado indicante: Nelson Marquezelli (PTB-SP)
    - o senador Marcelo Crivella
    -deputado indicante: Cléber Verde (PRB-MA)
    - o arcebispo metropolitano de Feira de Santana (BA), Itamar Navildo Vian
    deputado indicante: Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA)
    - o prefeito de Itajaí (SC), Jandir Bellini
    deputado indicante: Paulo Bornhausen (DEM-SC)
    - A economista Maria da Conceição Tavares
    deputado indicante: Arlindo Chinaglia (PT_SP)
    - deputado Neuton Miranda Sobrinho (in memoriam)
    deputada indicante: Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
    - o ex-deputado Francisco de Assis Lemos de Sousa
    deputado indicante: Manoel Júnior (PMDB-PB)
    - o presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva
    deputado indicante: João Pizzolatti (PP-SC)
    - o chefe de gabinete do Ministério da Ciência e Tecnologia, Alexandre Navarro Garcia
    deputado indicante: Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
    - o presidente da Confederação Nacional da Saúde, José Carlos de Souza Abrahão
    deputado indicante: Rafael Guerra (PSDB-MG)
    - o presidente do Conselho Deliberativo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, Josimar Henrique da Silva
    deputado indicante: Manoel Júnior (PMDB-PB)
    - o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (Abrid), Célio de Siqueira Ribeiro
    deputado indicante: Hugo Leal (PSC-RJ)
    - o padre Pedro Paulo dos Santos, fundador da Comunidade Evangelizadora Magnificat
    deputado indicante: Odair Cunha (PT-MG)
    - a irmã Rita Cecília Coelho, administradora da Fundação de Assistência Social de Anápolis (GO)
    deputado indicante: Jovair Arantes (PSDB-GO)
    - o pastor Paulo Alves Corrêa, presidente da Igreja Assembléia de Deus – Ministério de Santos (SP)
    deputado indicante: Inocêncio Oliveira (PR-PE)
    - O professor Luiz Antônio de Assis Brasil, da Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
    deputado indicante: Marco Maia (PT-RS)
    - o mestre Kobi, pioneiro na arte marcial do Krav Magá na América Latina
    deputado indicante: Vinícius Carvalho (PtdoB-RJ)
    - João Pedro Stedile, fundador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
    deputado indicante: Brizola Neto (PDT-RJ)
    - Maria Iraclezia Araújo, primeira mulher a presidir a Sociedade Rural de Maringá
    deputado indicante: Odilio Balbinotti (PMDB-PR)
    - a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce da Bahia, Maria Rita Lopes Pontes
    deputado indicante: Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA)
    - o chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério da Defesa, Sérgio Luiz de Oliveira Freitas
    deputado indicante: Nelson Marquezelli (PTB-SP)
    - Subtenente de Infantaria do Exército Brasileiro Rogério André de Lima Castello
    deputado indicante: Bernardo Ariston (PMDB-RJ)
    - a servidora da Câmara dos Deputados Regina Lilian Leitão de Carvalho Magalhães
    deputado indicante: Fernando Coruja (PPS-SC)
    - o assessor técnico da Câmara dos Deputados Wilson Calvo Mendes de Araújo
    deputado indicante: João Almeida (PSDB-BA)
    - a servidora da Câmara dos Deputados Tiana Maria da Silva
    deputada indicante: Solange Amaral (DEM-RJ)
    - o advogado Benedito Marques Ballouk Filho
    deputado indicante: Marcelo Ortiz (PV-SP)
    - o advogado Roberto Luiz Leme Klabin
    deputado indicante: Edson Duarte (PV-BA)
    - a Associação Paulista de Supermercados
    deputado indicante: Sandro Mabel (PR-GO)
    - o Centro Educacional Dom Bosco da Cidade de Natal (RN)
    deputado indicante: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

    segunda-feira, 29 de novembro de 2010

    AMBIENTALISTAS INGRESSAM NA JUSTIÇA CONTRA O TRÁFICO INTERNACIONAL DE BARBATANAS DE TUBARÃO

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    25 de novembro de 2010 - o Instituto Justiça Ambiental – IJA, organização não-governamental sem fins lucrativos sediada em Porto Alegre, RS, ingressou com a quarta ação judicial contra a indústria ilegal de barbatanas de tubarão, na Justiça Federal de Belém do Pará.

    O caso envolve a apreensão de 3,5 toneladas de barbatanas, o que representa o massacre ilegal de aproximadamente 40 mil tubarões. A região é considerada a mais rica em biodiversidade marinha na costa brasileira. O pedido indenizatório provisório é de R$ 192 milhões.  

    “Em geral, quando se fala na Amazônia, as pessoas lembram apenas da floresta. Belém do Pará é um dos pontos mais importantes do finning na América Latina. Sabemos também que é comum no local a utilização de golfinhos como isca de tubarão, o que para nós é algo absolutamente inaceitável”, coloca Cristiano Pacheco, diretor do IJA.

    É a quarta ação judicial que a institutição move contra o mercado negro de barbatanas de tubarão no Brasil. As duas primeiras foram ingressadas na Justiça Federal de Rio Grande, no RS, e as demais na Justiça Federal de Belém do Pará. Em junho deste ano, o IJA ajuizou ação em Belém requerendo uma indenização de 1,4 bilhão contra a empresa Sigel do Brasil Comércio, Importação e Exportação Ltda, que tem filial no Brasil e matriz no Panamá. A iniciativa teve repercussão internacional pelos principais jornais e noticiários.

    “Quanto mais avançamos no processo judicial, mais informações colhemos. Levamos o problema para o Sr. Fábio Pitaluga, Chefe da Divisão do Mar do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, pois entendemos de máxima gravidade para a imagem internacional do Brasil. Neste momento estamos também colhendo informações sobre a cadeia produtiva dos cações. Verificamos que as grandes redes de supermercados, inclusive as multinacionais, não informam a procedência das postas de cação congeladas vendidas nos estabelecimentos, assim como não informam a espécie vendida, se está inclusa ou não na lista de extinção da Instrução Normativa nº 05 do Ministério do Meio Ambiente. Esta omissão ofende o Código do Consumidor, já que a embalagem do produto precisa prestar informação clara ao consumidor sobre origem e qualidade, sem induzí-lo em erro. Enviamos ofícios para as empresas solicitando informações sobre os fornecedores dos cações e o aspecto legal envolvido. Apenas uma empresa respondeu informando que todo o cação comercializado é importado da Espanha”.

    A ação judicial do IJA foi aplaudida pelos coordenadores da campanha internacional Divers for Sharks – mergulhadores pelos Tubarões, sedidada no Brasil e que esta semana realizou diversos protestos e atividades no Rio de Janeiro para chamar a atenção do público para o declínio global desses animais, que também prejudica diretamente a indústria do mergulho recreativo. “No Brasil, a omissão do Executivo na defesa dos tubarões e no controle da pesca industrial indiscriminada é um crime de lesa-pátria que só pode ser corrigido através do Judiciário e da mobilização da opinião pública. Está na hora de impedirmos que mais esse abuso da máfia dos maus empresários da pesca fique impune, disse José Truda Palazzo Jr., um dos coordenadores da campanha.


    Para maiores informações contatar:


    Cristiano Pacheco
    Diretor Executivo
    Instituto Justiça Ambiental
    Rua Mostardeiro, 5, conj, 1010, Porto Alegre, RS, Brasil
    CEP 90.430-001
    51 3907-9010 / 9829-9010

    A crise no Rio e o pastiche midiático

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    A crise no Rio e o pastiche midiático

    Do Blog do Luiz Eduardo Soares

    Sempre mantive com jornalistas uma relação de respeito e cooperação. Em alguns casos, o contato profissional evoluiu para amizade. Quando as divergências são muitas e profundas, procuro compreender e buscar bases de um consenso mínimo, para que o diálogo não se inviabilize. Faço-o por ética – supondo que ninguém seja dono da verdade, muito menos eu –, na esperança de que o mesmo procedimento seja adotado pelo interlocutor. Além disso, me esforço por atender aos que me procuram, porque sei que atuam sob pressão, exaustivamente, premidos pelo tempo e por pautas urgentes. A pressa se intensifica nas crises, por motivos óbvios. Costumo dizer que só nós, da segurança pública (em meu caso, quando ocupava posições na área da gestão pública da segurança), os médicos e o pessoal da Defesa Civil, trabalhamos tanto – ou sob tanta pressão – quanto os jornalistas.


    Digo isso para explicar por que, na crise atual, tenho recusado convites para falar e colaborar com a mídia:


    (1) Recebi muitos telefonemas, recados e mensagens. As chamadas são contínuas, a tal ponto que não me restou alternativa a desligar o celular. Ao todo, nesses dias, foram mais de cem pedidos de entrevistas ou declarações. Nem que eu contasse com uma equipe de secretários, teria como responder a todos e muito menos como atendê-los. Por isso, aproveito a oportunidade para desculpar-me. Creiam, não se trata de descortesia ou desapreço pelos repórteres, produtores ou entrevistadores que me procuraram.


    (2) Além disso, não tenho informações de bastidor que mereçam divulgação. Por outro lado, não faria sentido jogar pelo ralo a credibilidade que construí ao longo da vida. E isso poderia acontecer se eu aceitasse aparecer na TV, no rádio ou nos jornais, glosando os discursos oficiais que estão sendo difundidos, declamando platitudes, reproduzindo o senso comum pleno de preconceitos, ou divagando em torno de especulações. A situação é muito grave e não admite leviandades. Portanto, só faria sentido falar se fosse para contribuir de modo eficaz para o entendimento mais amplo e profundo da realidade que vivemos. Como fazê-lo em alguns parcos minutos, entrecortados por intervenções de locutores e debatedores? Como fazê-lo no contexto em que todo pensamento analítico é editado, truncado, espremido – em uma palavra, banido –, para que reinem, incontrastáveis, a exaltação passional das emergências, as imagens espetaculares, os dramas individuais e a retórica paradoxalmente triunfalista do discurso oficial?


    (3) Por fim, não posso mais compactuar com o ciclo sempre repetido na mídia: atenção à segurança nas crises agudas e nenhum investimento reflexivo e informativo realmente denso e consistente, na entressafra, isto é, nos intervalos entre as crises. Na crise, as perguntas recorrentes são: (a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a explosão de violência? (b) O que a polícia deveria fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas? (c) Por que o governo não chama o Exército? (d) A imagem internacional do Rio foi maculada? (e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?


    Ao longo dos últimos 25 anos, pelo menos, me tornei “as aspas” que ajudaram a legitimar inúmeras reportagens. No tópico, “especialistas”, lá estava eu, tentando, com alguns colegas, furar o bloqueio à afirmação de uma perspectiva um pouquinho menos trivial e imediatista. Muitas dessas reportagens, por sua excelente qualidade, prescindiriam de minhas aspas – nesses casos, reduzi-me a recurso ocioso, mera formalidade das regras jornalísticas. Outras, nem com todas as aspas do mundo se sustentariam. Pois bem, acho que já fui ou proporcionei aspas o suficiente. Esse código jornalístico, com as exceções de praxe, não funciona, quando o tema tratado é complexo, pouco conhecido e, por sua natureza, rebelde ao modelo de explicação corrente. Modelo que não nasceu na mídia, mas que orienta as visões aí predominantes. Particularmente, não gostaria de continuar a ser cúmplice involuntário de sua contínua reprodução.


    Eis por que as perguntas mencionadas são expressivas do pobre modelo explicativo corrente e por que devem ser consideradas obstáculos ao conhecimento e réplicas de hábitos mentais refratários às mudanças inadiáveis. Respondo sem a elegância que a presença de um entrevistador exigiria. Serei, por assim dizer, curto e grosso, aproveitando-me do expediente discursivo aqui adotado, em que sou eu mesmo o formulador das questões a desconstruir. Eis as respostas, na sequência das perguntas, que repito para facilitar a leitura:


    (a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a violência e resolver o desafio da insegurança?


    Nada que se possa fazer já, imediatamente, resolverá a insegurança. Quando se está na crise, usam-se os instrumentos disponíveis e os procedimentos conhecidos para conter os sintomas e salvar o paciente. Se desejamos, de fato, resolver algum problema grave, não é possível continuar a tratar o paciente apenas quando ele já está na UTI, tomado por uma enfermidade letal, apresentando um quadro agudo. Nessa hora, parte-se para medidas extremas, de desespero, mobilizando-se o canivete e o açougueiro, sem anestesia e assepsia. Nessa hora, o cardiologista abre o tórax do moribundo na maca, no corredor. Não há como construir um novo hospital, decente, eficiente, nem para formar especialistas, nem para prevenir epidemias, nem para adotar procedimentos que evitem o agravamento da patologia.  Por isso, o primeiro passo para evitar que a situação se repita é trocar a pergunta. O foco capaz de ajudar a mudar a realidade é aquele apontado por outra pergunta: o que fazer para aperfeiçoar a segurança pública, no Rio e no Brasil, evitando a violência de todos os dias, assim como sua intensificação, expressa nas sucessivas crises?


    Se o entrevistador imaginário interpelar o respondente, afirmando que a sociedade exige uma resposta imediata, precisa de uma ação emergencial e não aceita nenhuma abordagem que não produza efeitos práticos imediatos, a melhor resposta seria: caro amigo, sua atitude representa, exatamente, a postura que tem impedido avanços consistentes na segurança pública. Se a sociedade, a mídia e os governos continuarem se recusando a pensar e abordar o problema em profundidade e extensão, como um fenômeno multidimensional a requerer enfrentamento sistêmico, ou seja, se prosseguirmos nos recusando, enquanto Nação, a tratar do problema na perspectiva do médio e do longo prazos, nos condenaremos às crises, cada vez mais dramáticas, para as quais não há soluções mágicas.


    A melhor resposta à emergência é começar a se movimentar na direção da reconstrução das condições geradoras da situação emergencial. Quanto ao imediato, não há espaço para nada senão o disponível, acessível, conhecido, que se aplica com maior ou menor destreza, reduzindo-se danos e prolongando-se a vida em risco.


    A pergunta é obtusa e obscurantista, cúmplice da ignorância e da apatia.


    (b) O que as polícias fluminenses deveriam fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?


    Em primeiro lugar, deveriam parar de traficar e de associar-se aos traficantes, nos “arregos” celebrados por suas bandas podres, à luz do dia, diante de todos. Deveriam parar de negociar armas com traficantes, o que as bandas podres fazem, sistematicamente. Deveriam também parar de reproduzir o pior do tráfico, dominando, sob a forma de máfias ou milícias, territórios e populações pela força das armas, visando rendimentos criminosos obtidos por meios cruéis.


    Ou seja, a polaridade referida na pergunta (polícias versus tráfico) esconde o verdadeiro problema: não existe a polaridade. Construí-la – isto é, separar bandido e polícia; distinguir crime e polícia – teria de ser a meta mais importante e urgente de qualquer política de segurança digna desse nome. Não há nenhuma modalidade importante de ação criminal no Rio de que segmentos policiais corruptos estejam ausentes. E só por isso que ainda existe tráfico armado, assim como as milícias.


    Não digo isso para ofender os policiais ou as instituições. Não generalizo. Pelo contrário, sei que há dezenas de milhares de policiais honrados e honestos, que arriscam, estóica e heroicamente, suas vidas por salários indignos. Considero-os as primeiras vítimas da degradação institucional em curso, porque os envergonha, os humilha, os ameaça e acua o convívio inevitável com milhares de colegas corrompidos, envolvidos na criminalidade, sócios ou mesmo empreendedores do crime.


    Não nos iludamos: o tráfico, no modelo que se firmou no Rio, é uma realidade em franco declínio e tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. Incapaz, inclusive, de competir com as milícias, cuja competência está na disposição de não se prender, exclusivamente, a um único nicho de mercado, comercializando apenas drogas – mas as incluindo em sua carteira de negócios, quando conveniente. O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, anti-econômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los (nada disso é necessário às milícias, posto que seus membros são policiais), mantê-los unidos e disciplinados, enfrentando revezes de todo tipo e ataques por todos os lados, vendo-se forçados a dividir ganhos com a banda podre da polícia (que atua nas milícias) e, eventualmente, com os líderes e aliados da facção. É excessivamente custoso impor-se sobre um território e uma população, sobretudo na medida que os jovens mais vulneráveis ao recrutamento comecem a vislumbrar e encontrar alternativas. Não só o velho modelo é caro, como pode ser substituído com vantagens por outro muito mais rentável e menos arriscado, adotado nos países democráticos mais avançados: a venda por delivery ou em dinâmica varejista nômade, clandestina, discreta, desarmada e pacífica. Em outras palavras, é melhor, mais fácil e lucrativo praticar o negócio das drogas ilícitas como se fosse contrabando ou pirataria do que fazer a guerra. Convenhamos, também é muito menos danoso para a sociedade, por óbvio.


    (c) O Exército deveria participar?


    Fazendo o trabalho policial, não, pois não existe para isso, não é treinado para isso, nem está equipado para isso. Mas deve, sim, participar. A começar cumprindo sua função de controlar os fluxos das armas no país. Isso resolveria o maior dos problemas: as armas ilegais passando, tranquilamente, de mão em mão, com as benções, a mediação e o estímulo da banda podre das polícias.


    E não só o Exército. Também a Marinha, formando uma Guarda Costeira com foco no controle de armas transportadas como cargas clandestinas ou despejadas na baía e nos portos. Assim como a Aeronáutica, identificando e destruindo pistas de pouso clandestinas, controlando o espaço aéreo e apoiando a PF na fiscalização das cargas nos aeroportos.


    (d) A imagem internacional do Rio foi maculada?


    Claro. Mais uma vez.


    (e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?


    Sem dúvida. Somos ótimos em eventos. Nesses momentos, aparece dinheiro, surge o “espírito cooperativo”, ações racionais e planejadas impõem-se. Nosso calcanhar de Aquiles é a rotina. Copa e Olimpíadas serão um sucesso. O problema é o dia a dia.


    Palavras Finais


    Traficantes se rebelam e a cidade vai à lona. Encena-se um drama sangrento, mas ultrapassado. O canto de cisne do tráfico era esperado. Haverá outros momentos análogos, no futuro, mas a tendência declinante é inarredável. E não porque existem as UPPs, mas porque correspondem a um modelo insustentável, economicamente, assim como social e politicamente. As UPPs, vale dizer mais uma vez, são um ótimo programa, que reedita com mais apoio político e fôlego administrativo o programa “Mutirões pela Paz”, que implantei com uma equipe em 1999, e que acabou soterrado pela política com “p” minúsculo, quando fui exonerado, em 2000, ainda que tenha sido ressuscitado, graças à liderança e à competência raras do ten.cel. Carballo Blanco, com o título GPAE, como reação à derrocada que se seguiu à minha saída do governo. A despeito de suas virtudes, valorizadas pela presença de Ricardo Henriques na secretaria estadual de assistência social – um dos melhores gestores do país –, elas não terão futuro se as polícias não forem profundamente transformadas. Afinal, para tornarem-se política pública terão de incluir duas qualidades indispensáveis: escala e sustentatibilidade, ou seja, terão de ser assumidas, na esfera da segurança, pela PM. Contudo, entregar as UPPs à condução da PM seria condená-las à liquidação, dada a degradação institucional já referida.


    O tráfico que ora perde poder e capacidade de reprodução só se impôs, no Rio, no modelo territorializado e sedentário em que se estabeleceu, porque sempre contou com a sociedade da polícia, vale reiterar. Quando o tráfico de drogas no modelo territorializado atinge seu ponto histórico de inflexão e começa, gradualmente, a bater em retirada, seus sócios – as bandas podres das polícias – prosseguem fortes, firmes, empreendedores, politicamente ambiciosos, economicamente vorazes, prontos a fixar as bandeiras milicianas de sua hegemonia.


    Discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das polícias, no Rio, para que estas deixem de ser incubadoras de milícias, máfias, tráfico de armas e drogas, crime violento, brutalidade, corrupção? Como se refundarão as instituições policiais para que os bons profissionais sejam, afinal, valorizados e qualificados? Como serão transformadas as polícias, para que deixem de ser reativas, ingovernáveis, ineficientes na prevenção e na investigação?


    As polícias são instituições absolutamente fundamentais para o Estado democrático de direito. Cumpre-lhes garantir, na prática, os direitos e as liberdades estipulados na Constituição. Sobretudo, cumpre-lhes proteger a vida e a estabilidade das expectativas positivas relativamente à sociabilidade cooperativa e à vigência da legalidade e da justiça. A despeito de sua importância, essas instituições não foram alcançadas em profundidade pelo processo de transição democrática, nem se modernizaram, adaptando-se às exigências da complexa sociedade brasileira contemporânea. O modelo policial foi herdado da ditadura. Ele servia à defesa do Estado autoritário e era funcional ao contexto marcado pelo arbítrio. Não serve à defesa da cidadania. A estrutura organizacional de ambas as polícias impede a gestão racional e a integração, tornando o controle impraticável e a avaliação, seguida por um monitoramento corretivo, inviável. Ineptas para identificar erros, as polícias condenam-se a repeti-los. Elas são rígidas onde teriam de ser plásticas, flexíveis e descentralizadas; e são frouxas e anárquicas, onde deveriam ser rigorosas. Cada uma delas, a PM e a Polícia Civil, são duas instituições: oficiais e não-oficiais; delegados e não-delegados.


    E nesse quadro, a PEC-300 é varrida do mapa no Congresso pelos governadores, que pagam aos policiais salários insuficientes, empurrando-os ao segundo emprego na segurança privada informal e ilegal.


    Uma das fontes da degradação institucional das polícias é o que denomino "gato orçamentário", esse casamento perverso entre o Estado e a ilegalidade: para evitar o colapso do orçamento público na área de segurança, as autoridades toleram o bico dos policiais em segurança privada. Ao fazê-lo, deixam de fiscalizar dinâmicas benignas (em termos, pois sempre há graves problemas daí decorrentes), nas quais policiais honestos apenas buscam sobreviver dignamente, apesar da ilegalidade de seu segundo emprego, mas também dinâmicas malignas: aquelas em que policiais corruptos provocam a insegurança para vender segurança; unem-se como pistoleiros a soldo em grupos de extermínio; e, no limite, organizam-se como máfias ou milícias, dominando pelo terror populações e territórios. Ou se resolve esse gargalo (pagando o suficiente e fiscalizando a segurança privada /banindo a informal e ilegal; ou legalizando e disciplinando, e fiscalizando o bico), ou não faz sentido buscar aprimorar as polícias.


    O Jornal Nacional, nesta quinta, 25 de novembro, definiu o caos no Rio de Janeiro, salpicado de cenas de guerra e morte, pânico e desespero, como um dia histórico de vitória: o dia em que as polícias ocuparam a Vila Cruzeiro. Ou eu sofri um súbito apagão mental e me tornei um idiota contumaz e incorrigível ou os editores do JN sentiram-se autorizados a tratar milhões de telespectadores como contumazes e incorrigíveis idiotas.


    Ou se começa a falar sério e levar a sério a tragédia da insegurança pública no Brasil, ou será pelo menos mais digno furtar-se a fazer coro à farsa.