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De Domingos Dutra
De Domingos Dutra
A família de 125 milhões de reais
Dois impérios do Maranhão, os Sarney e os Murad aparecem unidos.
O IMPLACÁVEL CAMALEÃO
Sarney é onipresente. Não pode ver uma procissão e vai logo se ajoelhando, por isso não tem cabelos nos joelhos. O homem é eclético: se benze na missa; ora no templo evangélico e baia na tenda do seu amigo Bita do Barão, dono do maior terreiro de macumba do Brasil, deliciando-se com a tradicional galinha preta: haja urucubaca! Para Sarney, não importa o santo, o que interessa é a “graça”.
Sarney joga sempre com pelo menos duas bolas. Ele espalha seus jogadores entre todos os times. Independente de quem seja o perdedor, ele está sempre ganhando. Na campanha das diretas já, Sarney era contra, mas mandou o filho Zequinha votar a favor. Na privatização da Vale do Rio Doce agiu da mesma forma. Assim, Sarney tem sobrevivido e engordado: serviu, bajulou e usou de todos os governos nos últimos 60 anos. Adulou e usou FHC durante oito anos. Na última hora repetiu a velha jogada: espalhou seus jogadores entre todos os times.
Nas eleições de 2002, o governador José Reinaldo, então aliado dos sarneys, acenava para Ciro Gomes. Sarney Filho dissimulava apoio para José Serra. No finalzinho do primeiro turno, Sarney, de Brasília, possuidor de informações privilegiadas, declarou apoio a Lula, mas avisou de pronto: “o meu partido é minha filha. No Maranhão quem decide é Roseana”. A então governadora que fazia psiu para Garotinho, respondeu na bucha: “só me decidirei no segundo turno”. E avisou aos eleitores: “votem em Ciro, em Garotinho ou no Lula, só não votem no Serra”.
Roseana estava magoada com Serra, a quem acusava de ter mandado a Polícia Federal bisbilhotar o escritório de sua empresa LUNUS, onde foi encontrada a bagatela de mais de HUM MILHÃO DE REAIS, dólares e outras especiarias, ocasionando a renúncia da candidatura de presidente da república. No primeiro turno, sem o apoio do Grupo Sarney, Lula venceu com 40,9% contra 12,1% de Serra, 24,6% de Garotinho e 22,15 de Ciro. No segundo turno Lula obteve 52,48% e Serra 41,52%. Lula quase perde para Serra. Motivo:
O Grupo Sarney alardeou na mídia que apoiava Lula, mas não fez campanha. Por debaixo do pano estimulava suas bases eleitorais a votarem em Serra. Adotou mais uma vez o jogo duplo: na mídia o apoio era de Lula. Na urna os votos foram para Serra. Se Serra vencesse cobraria a fatura apresentando o resultado real das eleições. Em Brejo, terra do deputado Carlos Filho, genro de Roseana, LULA teve 21,1% e Serra 78,9%. Cururupu, base de Sarney Filho, LULA teve 37% e Serra 63%. E assim por diante. Após a eleição do Presidente Lula em 2002, com astúcia, velhas amizades e muita adulação, a oligarquia converteu-se em lulista de carteirinha.
Para azar dos maranhenses e brasileiros, no governo Lula Sarney é só alegria, estando mais forte do que durante a didatura. No primeiro mandato do Presidente Lula, Sarney elegeu-se sem concorrência à Presidência do Senado, com direito a carão público da direção do PT a Senadora Heloísa Helena, a época filiada ao partido por ter sido contra.
Manteve o controle de quase todos os cargos federais no Maranhão. Leve e suavemente a filha foi livrando-se dos processos envolvendo desvios de recursos, inclusive com direito a recaptura da dinheirama da Lunus, após sete versões diferentes sobre a origem do mesmo. No Amapá, Sarney conseguiu cassar os mandatos de João e Janete Capiberibe e ainda se reeleger Senador. No segundo mandato a força dos Sarneys agigantou-se no governo popular e democrático do Presidente Lula: Roseana foi ungida a Líder do Governo no Congresso. Controlam o poderoso Ministério de Minas e Energia, que concentra os maiores investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e as ricas reservas do pré-sal, primeiro com Silas Rondou (afastado no escândalo da Operação Navalha) e agora com o antigo aliado Edson Lobão.
Sarney espalhou comandados em vários órgãos estratégicos do governo como Astrogildo Quental, Diretor Financeiro da Eletrobrás; Ulisses Assad, Diretor da VALEC, Fernando Fialho no comando da ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquático); João Alberto de Sousa, Diretor Financeiro do BASA e tantos outros. Diante de tanta influência espalhada em tantos órgãos o Senador se transforma de camaleão em imbuar (animal de muitas pernas). Após o rompimento do Governador José Reinaldo, os recursos federais minguaram e a presença de ministros no estado era proibido.
No segundo mandato do Presidente Lula e com a eleição de Jackson Lago (PDT) alguns ministros visitaram o Maranhão, porém os recursos federais continuaram racionados. A petulância e a arrogância dos sarneys é tanta que pabulam que não deixam o presidente Lula visitar o Maranhão. Verdade ou não, nos sete anos de mandato o Presidente esteve no Maranhão três vezes: a primeira em Balsas no início de 2003, quando Sarney mantinha a canga sobre o Governador José Reinaldo. A Segunda em Imperatriz em 2005 e a última em Timon em 2006 na Campanha de Roseana.
Em São Luís, capital do Estado, em que o Presidente ser sempre foi vencedor e aonde se executa o maior programa habitacional do Brasil (Pac Rio Anil), parceira entre o governo federal e o estadual, o Presidente não pisa desde 1998. Apesar de tantas recompensas expropriadas do governo do Presidente Lula, o Senador Sarney quer sempre mais e mais. E foi o que ocorreu na eleição do Senado. Assim como Pedro em relação a Cristo, o Senador negou por três vezes ao Presidente Lula que seria candidato à Presidência do Senado. Diante das negativas o Presidente deu sinal verde para o Senador Tião Viana, PT do Acre.
No apagar das luzes Sarney lançou-se candidato, em ação combinada com os honestos senadores Collor, cassado por corrupção e Renan Calheiros, que renunciou à Presidência do Senado para não ser cassado. Esta tríade e outros do naipe, nutridos com cargos e verbas públicas do governo federal, aplicaram uma surra no Senador Tião Viana e na Bancada do PT, sendo eleito Presidente do Senado o ex-presidente da Arena e do PDS. Como um cacique Sarney que não aceita desobediência, o Senador ficou embuchado com a rebeldia dos senadores petistas que ousaram lhe desafiar. Para sacramentar a vingança Sarney aplicou outra surra no PT derrotando a brava Senadora Idely Salvati para Presidência da Comissão de Infra-Estrutura, ressuscitando o homem “daquilo roxo”, que de ora em diante ficará coladinho na guerrilheira do PAC Dilma Russef.
Sarney é um artista, rei da dissimulação e da chantagem política. Para demonstrar insatisfação com a rebeldia dos senadores do PT e com Gilberto Carvalho e Dilma Ruseff, acusados por ele de simpáticos a Tião Viana, o Senador continuou o jogo de cena duplo: Após a eleição do Senado, em conversa com Governador de Minas Gerais Aércio Neves, Sarney com ar solene e sorrindo com o bigode declara: se você for candidato a Presidente não posso faltar a Tancredo. Como Tancredo não ressuscitará esta declaração significa apenas uma ameaça, já que dias antes em evento em Tocantins na presença de Lula e da coordenadora do Pac, Sarney com olhar distante profetizou: A ministra Dilma é a minha candidata a presidente. E assim Sarney vai mudando de cor conforme o tempo e a temperatura.
Não será nenhuma surpresa se em breve o mesmo ou um dos seus declarar apoio a Ciro, a Serra e até ao fute que aparecer com chances de ser eleito Presidente.
Sarney joga sempre com pelo menos duas bolas. Ele espalha seus jogadores entre todos os times. Independente de quem seja o perdedor, ele está sempre ganhando. Na campanha das diretas já, Sarney era contra, mas mandou o filho Zequinha votar a favor. Na privatização da Vale do Rio Doce agiu da mesma forma. Assim, Sarney tem sobrevivido e engordado: serviu, bajulou e usou de todos os governos nos últimos 60 anos. Adulou e usou FHC durante oito anos. Na última hora repetiu a velha jogada: espalhou seus jogadores entre todos os times.
Nas eleições de 2002, o governador José Reinaldo, então aliado dos sarneys, acenava para Ciro Gomes. Sarney Filho dissimulava apoio para José Serra. No finalzinho do primeiro turno, Sarney, de Brasília, possuidor de informações privilegiadas, declarou apoio a Lula, mas avisou de pronto: “o meu partido é minha filha. No Maranhão quem decide é Roseana”. A então governadora que fazia psiu para Garotinho, respondeu na bucha: “só me decidirei no segundo turno”. E avisou aos eleitores: “votem em Ciro, em Garotinho ou no Lula, só não votem no Serra”.
Roseana estava magoada com Serra, a quem acusava de ter mandado a Polícia Federal bisbilhotar o escritório de sua empresa LUNUS, onde foi encontrada a bagatela de mais de HUM MILHÃO DE REAIS, dólares e outras especiarias, ocasionando a renúncia da candidatura de presidente da república. No primeiro turno, sem o apoio do Grupo Sarney, Lula venceu com 40,9% contra 12,1% de Serra, 24,6% de Garotinho e 22,15 de Ciro. No segundo turno Lula obteve 52,48% e Serra 41,52%. Lula quase perde para Serra. Motivo:
O Grupo Sarney alardeou na mídia que apoiava Lula, mas não fez campanha. Por debaixo do pano estimulava suas bases eleitorais a votarem em Serra. Adotou mais uma vez o jogo duplo: na mídia o apoio era de Lula. Na urna os votos foram para Serra. Se Serra vencesse cobraria a fatura apresentando o resultado real das eleições. Em Brejo, terra do deputado Carlos Filho, genro de Roseana, LULA teve 21,1% e Serra 78,9%. Cururupu, base de Sarney Filho, LULA teve 37% e Serra 63%. E assim por diante. Após a eleição do Presidente Lula em 2002, com astúcia, velhas amizades e muita adulação, a oligarquia converteu-se em lulista de carteirinha.
Para azar dos maranhenses e brasileiros, no governo Lula Sarney é só alegria, estando mais forte do que durante a didatura. No primeiro mandato do Presidente Lula, Sarney elegeu-se sem concorrência à Presidência do Senado, com direito a carão público da direção do PT a Senadora Heloísa Helena, a época filiada ao partido por ter sido contra.
Manteve o controle de quase todos os cargos federais no Maranhão. Leve e suavemente a filha foi livrando-se dos processos envolvendo desvios de recursos, inclusive com direito a recaptura da dinheirama da Lunus, após sete versões diferentes sobre a origem do mesmo. No Amapá, Sarney conseguiu cassar os mandatos de João e Janete Capiberibe e ainda se reeleger Senador. No segundo mandato a força dos Sarneys agigantou-se no governo popular e democrático do Presidente Lula: Roseana foi ungida a Líder do Governo no Congresso. Controlam o poderoso Ministério de Minas e Energia, que concentra os maiores investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e as ricas reservas do pré-sal, primeiro com Silas Rondou (afastado no escândalo da Operação Navalha) e agora com o antigo aliado Edson Lobão.
Sarney espalhou comandados em vários órgãos estratégicos do governo como Astrogildo Quental, Diretor Financeiro da Eletrobrás; Ulisses Assad, Diretor da VALEC, Fernando Fialho no comando da ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquático); João Alberto de Sousa, Diretor Financeiro do BASA e tantos outros. Diante de tanta influência espalhada em tantos órgãos o Senador se transforma de camaleão em imbuar (animal de muitas pernas). Após o rompimento do Governador José Reinaldo, os recursos federais minguaram e a presença de ministros no estado era proibido.
No segundo mandato do Presidente Lula e com a eleição de Jackson Lago (PDT) alguns ministros visitaram o Maranhão, porém os recursos federais continuaram racionados. A petulância e a arrogância dos sarneys é tanta que pabulam que não deixam o presidente Lula visitar o Maranhão. Verdade ou não, nos sete anos de mandato o Presidente esteve no Maranhão três vezes: a primeira em Balsas no início de 2003, quando Sarney mantinha a canga sobre o Governador José Reinaldo. A Segunda em Imperatriz em 2005 e a última em Timon em 2006 na Campanha de Roseana.
Em São Luís, capital do Estado, em que o Presidente ser sempre foi vencedor e aonde se executa o maior programa habitacional do Brasil (Pac Rio Anil), parceira entre o governo federal e o estadual, o Presidente não pisa desde 1998. Apesar de tantas recompensas expropriadas do governo do Presidente Lula, o Senador Sarney quer sempre mais e mais. E foi o que ocorreu na eleição do Senado. Assim como Pedro em relação a Cristo, o Senador negou por três vezes ao Presidente Lula que seria candidato à Presidência do Senado. Diante das negativas o Presidente deu sinal verde para o Senador Tião Viana, PT do Acre.
No apagar das luzes Sarney lançou-se candidato, em ação combinada com os honestos senadores Collor, cassado por corrupção e Renan Calheiros, que renunciou à Presidência do Senado para não ser cassado. Esta tríade e outros do naipe, nutridos com cargos e verbas públicas do governo federal, aplicaram uma surra no Senador Tião Viana e na Bancada do PT, sendo eleito Presidente do Senado o ex-presidente da Arena e do PDS. Como um cacique Sarney que não aceita desobediência, o Senador ficou embuchado com a rebeldia dos senadores petistas que ousaram lhe desafiar. Para sacramentar a vingança Sarney aplicou outra surra no PT derrotando a brava Senadora Idely Salvati para Presidência da Comissão de Infra-Estrutura, ressuscitando o homem “daquilo roxo”, que de ora em diante ficará coladinho na guerrilheira do PAC Dilma Russef.
Sarney é um artista, rei da dissimulação e da chantagem política. Para demonstrar insatisfação com a rebeldia dos senadores do PT e com Gilberto Carvalho e Dilma Ruseff, acusados por ele de simpáticos a Tião Viana, o Senador continuou o jogo de cena duplo: Após a eleição do Senado, em conversa com Governador de Minas Gerais Aércio Neves, Sarney com ar solene e sorrindo com o bigode declara: se você for candidato a Presidente não posso faltar a Tancredo. Como Tancredo não ressuscitará esta declaração significa apenas uma ameaça, já que dias antes em evento em Tocantins na presença de Lula e da coordenadora do Pac, Sarney com olhar distante profetizou: A ministra Dilma é a minha candidata a presidente. E assim Sarney vai mudando de cor conforme o tempo e a temperatura.
Não será nenhuma surpresa se em breve o mesmo ou um dos seus declarar apoio a Ciro, a Serra e até ao fute que aparecer com chances de ser eleito Presidente.
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