.
A mistura da mídia brasileira com os diferentes grupos de poder e as formas de concessão dos meios de comunicação acabaram por criar monstros e relações viscerais, entre a notícia, o "capital" e o meio político.
No fundo, é a associação do monopólio das comunicações e do que existe de mais atrasado no universo político nacional, visando a perpetuação dos dois.
A transformação de grupos de comunicação em grupos econômicos fortes agravou o problema. Apoio a pretensões políticas "duvidosas", com um troca x troca de favores, participação em negócios escusos, obras e interesses que contrariam o bem comum, agora tem nas TVs e jornais poderosos aliados e divulgadores de informações distorcidas.
Já na metade do século passado, Assis Chateaubriant ajudava a fazer e a derrubar presidentes e governadores, usando o poder de manipulação dos rádios e dos jornais.
Nos anos 60, roberto marinho convenceu os militares que seres poucos pensantes acreditam em tudo que a "telinha" mostra. Mostrou que podia aperfeiçoar a capacidade de manipulação, com a TV e ganhou um monopólio.
A fórmula é bem simples, do rádio à TV, a capacidade de manipular a opinião é crescente e inversamente proporcional ao intelecto do "espectador - ouvinte - leitor analfabeto funcional".
Como bem disse willian bonner, editor do "jornal nacional" da rede globo, o modelo intelectual, educacional e comportamental utilizado pela mídia brasileira é o de Homer J. Simpson.
E não está de todo errado, basta ver quais são os programas "campeões de ibope" e que tipo de revista e jornal que realmente "vende".
A presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) mostra bem como pensa a mídia hoje e sua capacidade de "influenciar": Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo isso.
Abaixo, dois artigos de Mario Jakobskind, do site "Direto da Redação", analisam e mostram como isso tem sido feito.
VENEZUELIZAÇÃO DA MÍDIA BRASILEIRA
Mário Augusto Jakobskind, no "Direto da Redação"
Alguns leitores têm feito críticas às reflexões feitas neste espaço. Discordar é um direito de qualquer um. Mas reiteramos tudo que vem sendo dito por aqui, e na questão dos meios de comunicação vale a pena até transcrever trecho de uma recente fala da presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Maria Judith Brito, também executiva do jornal Folha de S. Paulo, a representantes dos donos de jornais ao defender o que considera ser “liberdade de imprensa”.
Segundo ela, “na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo isso”. É uma confirmação total do que foi dito aqui na semana passada, ou seja, que os jornalões e os telejornalões visivelmente estão dando o recado da oposição de direita ao governo federal. Estão se venezuelando. Maria Judith fez o comentário em uma reunião com empresários dos setores de comunicação que discutiam o Plano Nacional de Direitos Humanos.
São inúmeros os exemplos na cobertura jornalística dos fatos que confirmam a venezuelização da mídia conservadora brasileira. O candidato da aliança PSDB, Dem, PPS vem sendo apresentado de forma diferente da de Dilma Roussef. Espiões benignos infiltrados na TV Globo informaram já há meses que a edição de imagem e texto relacionado com Serra passa pelo crivo de um dos diretores de jornalismo, o senhor Ali Kamel, o tal que escreveu um livro dizendo que no Brasil não há racismo e é contra as quotas.
O ex-governador de São Paulo e atual candidato à Presidência caiu nas graças dos proprietários das Organizações Globo, que têm vínculos com vários setores econômicos interessados em impedir a continuidade do projeto atual do governo de Luiz Inácio da Silva.
Na área da política externa a pressão é pesada e com componentes manipuladores e mentirosos, seja através de editoriais ou mesmo coberturas diárias. Exemplo mais recente nesse sentido ocorreu na edição de O Globo de 31 de março último com a manchete de primeira página “Pressão dos EUA sobre o Irã pode atingir Petrobrás”.
A chamada prossegue na página 31 “informando” que os “EUA pedem respeito ao Brasil se ONU aprovar sanções”. Aí você vai ler a matéria e verificará que tanto a manchete de primeira página como a do relato da notícia é puramente especulativa. O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley fala genericamente de empresas que estariam sendo investigadas e o “The New York Times” revela que uma delas é a Petrobrás. Nada oficial como parece pelas chamadas da matéria.
Também genericamente Crowley diz que o Irã foi “tema da visita de Hillary Clinton ao Brasil, com o presidente Lula e Amorim" e “estamos nos movendo para aprovar sanções na ONU e esperamos que o Brasil cumpra a resolução”. O Itamaraty, segundo o informe de O Globo, apresentado sem destaque algum, negou que a Secretária de Estado tenha mencionado a Petrobras.
Ou seja, O Globo, na base da manipulação da informação, quis apenas indispor os leitores contra a posição brasileira na questão do Irã em favor de negociações. Algumas horas antes da edição manipulada do jornal, o próprio chanceler Amorim deixou claro em uma longa entrevista na TV Bandeirantes (Canal Livre) que o Brasil seguiria as resoluções da ONU contra o Irã caso fossem aprovadas.
Em suma, O Globo, para variar, deu o recado de Washington, resta saber se generosamente ou não. O que se questiona é a posição impositiva, portanto inócua, segundo Amorim, de pressionar o Irã. O Brasil defende o caminho do diálogo, por entender inclusive que seria um erro deixar o Irã isolado da comunidade internacional.
É importante acompanhar a cobertura diária dos jornalões e telejornalões, apontar como as Organizações Globo e outras publicações manipulam e distorcem informações agindo como partidos políticos de direita.
Ah, sim: outra informação transmitida por espiões benignos infiltrados em O Globo demonstra que o esquema de manipulação ocorre até na editoria de Polícia. Nesse setor, segundo os tais espiões, cujos nomes não podem ser revelados se não perdem a função que exercem, a pauta passa pelo sinal verde de oficiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. PMs em O Globo viraram pauteiros.
Então, o que acontece? Qualquer ação policial, sobretudo em áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro, onde se criminaliza a população, será aplaudida. Ou seja, nas cartas dos leitores aparecerão apologias à repressão que vem sendo feita de forma indiscriminada atingindo muitos inocentes, que aparecerão nas estatísticas como “autos de resistência”, isto é, elementos que resistiram a policiais e por isso foram detonados.
E assim caminham os jornalões e telejornalões deste país tropical.
A mistura da mídia brasileira com os diferentes grupos de poder e as formas de concessão dos meios de comunicação acabaram por criar monstros e relações viscerais, entre a notícia, o "capital" e o meio político.
No fundo, é a associação do monopólio das comunicações e do que existe de mais atrasado no universo político nacional, visando a perpetuação dos dois.
A transformação de grupos de comunicação em grupos econômicos fortes agravou o problema. Apoio a pretensões políticas "duvidosas", com um troca x troca de favores, participação em negócios escusos, obras e interesses que contrariam o bem comum, agora tem nas TVs e jornais poderosos aliados e divulgadores de informações distorcidas.
Já na metade do século passado, Assis Chateaubriant ajudava a fazer e a derrubar presidentes e governadores, usando o poder de manipulação dos rádios e dos jornais.
Nos anos 60, roberto marinho convenceu os militares que seres poucos pensantes acreditam em tudo que a "telinha" mostra. Mostrou que podia aperfeiçoar a capacidade de manipulação, com a TV e ganhou um monopólio.
A fórmula é bem simples, do rádio à TV, a capacidade de manipular a opinião é crescente e inversamente proporcional ao intelecto do "espectador - ouvinte - leitor analfabeto funcional".
Como bem disse willian bonner, editor do "jornal nacional" da rede globo, o modelo intelectual, educacional e comportamental utilizado pela mídia brasileira é o de Homer J. Simpson.
E não está de todo errado, basta ver quais são os programas "campeões de ibope" e que tipo de revista e jornal que realmente "vende".
A presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) mostra bem como pensa a mídia hoje e sua capacidade de "influenciar": Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo isso.
Abaixo, dois artigos de Mario Jakobskind, do site "Direto da Redação", analisam e mostram como isso tem sido feito.
VENEZUELIZAÇÃO DA MÍDIA BRASILEIRA
Mário Augusto Jakobskind, no "Direto da Redação"
Alguns leitores têm feito críticas às reflexões feitas neste espaço. Discordar é um direito de qualquer um. Mas reiteramos tudo que vem sendo dito por aqui, e na questão dos meios de comunicação vale a pena até transcrever trecho de uma recente fala da presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Maria Judith Brito, também executiva do jornal Folha de S. Paulo, a representantes dos donos de jornais ao defender o que considera ser “liberdade de imprensa”.
Segundo ela, “na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo isso”. É uma confirmação total do que foi dito aqui na semana passada, ou seja, que os jornalões e os telejornalões visivelmente estão dando o recado da oposição de direita ao governo federal. Estão se venezuelando. Maria Judith fez o comentário em uma reunião com empresários dos setores de comunicação que discutiam o Plano Nacional de Direitos Humanos.
São inúmeros os exemplos na cobertura jornalística dos fatos que confirmam a venezuelização da mídia conservadora brasileira. O candidato da aliança PSDB, Dem, PPS vem sendo apresentado de forma diferente da de Dilma Roussef. Espiões benignos infiltrados na TV Globo informaram já há meses que a edição de imagem e texto relacionado com Serra passa pelo crivo de um dos diretores de jornalismo, o senhor Ali Kamel, o tal que escreveu um livro dizendo que no Brasil não há racismo e é contra as quotas.
O ex-governador de São Paulo e atual candidato à Presidência caiu nas graças dos proprietários das Organizações Globo, que têm vínculos com vários setores econômicos interessados em impedir a continuidade do projeto atual do governo de Luiz Inácio da Silva.
Na área da política externa a pressão é pesada e com componentes manipuladores e mentirosos, seja através de editoriais ou mesmo coberturas diárias. Exemplo mais recente nesse sentido ocorreu na edição de O Globo de 31 de março último com a manchete de primeira página “Pressão dos EUA sobre o Irã pode atingir Petrobrás”.
A chamada prossegue na página 31 “informando” que os “EUA pedem respeito ao Brasil se ONU aprovar sanções”. Aí você vai ler a matéria e verificará que tanto a manchete de primeira página como a do relato da notícia é puramente especulativa. O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley fala genericamente de empresas que estariam sendo investigadas e o “The New York Times” revela que uma delas é a Petrobrás. Nada oficial como parece pelas chamadas da matéria.
Também genericamente Crowley diz que o Irã foi “tema da visita de Hillary Clinton ao Brasil, com o presidente Lula e Amorim" e “estamos nos movendo para aprovar sanções na ONU e esperamos que o Brasil cumpra a resolução”. O Itamaraty, segundo o informe de O Globo, apresentado sem destaque algum, negou que a Secretária de Estado tenha mencionado a Petrobras.
Ou seja, O Globo, na base da manipulação da informação, quis apenas indispor os leitores contra a posição brasileira na questão do Irã em favor de negociações. Algumas horas antes da edição manipulada do jornal, o próprio chanceler Amorim deixou claro em uma longa entrevista na TV Bandeirantes (Canal Livre) que o Brasil seguiria as resoluções da ONU contra o Irã caso fossem aprovadas.
Em suma, O Globo, para variar, deu o recado de Washington, resta saber se generosamente ou não. O que se questiona é a posição impositiva, portanto inócua, segundo Amorim, de pressionar o Irã. O Brasil defende o caminho do diálogo, por entender inclusive que seria um erro deixar o Irã isolado da comunidade internacional.
É importante acompanhar a cobertura diária dos jornalões e telejornalões, apontar como as Organizações Globo e outras publicações manipulam e distorcem informações agindo como partidos políticos de direita.
Ah, sim: outra informação transmitida por espiões benignos infiltrados em O Globo demonstra que o esquema de manipulação ocorre até na editoria de Polícia. Nesse setor, segundo os tais espiões, cujos nomes não podem ser revelados se não perdem a função que exercem, a pauta passa pelo sinal verde de oficiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. PMs em O Globo viraram pauteiros.
Então, o que acontece? Qualquer ação policial, sobretudo em áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro, onde se criminaliza a população, será aplaudida. Ou seja, nas cartas dos leitores aparecerão apologias à repressão que vem sendo feita de forma indiscriminada atingindo muitos inocentes, que aparecerão nas estatísticas como “autos de resistência”, isto é, elementos que resistiram a policiais e por isso foram detonados.
E assim caminham os jornalões e telejornalões deste país tropical.
FUGINDO DO PRINCIPAL
Mário Augusto Jakobskind, no "Direto da Redação"
Mais uma vez a mídia conservadora brasileira demonstrou a que ponto chega o grau de manipulação jornalística. Na recente visita do Presidente Lula a Israel, ao território palestino e à Jordânia ficou mais do que visível o grau de parcialidade. De O Globo à Folha de S. Paulo, passando pelo Estadão, a tônica foi de crítica ao presidente brasileiro.
Algumas chamadas de primeira página chegaram a fabricar um incidente diplomático pelo fato de Lula não ter ido depositar flores no túmulo de Teodor Herzl, fundador do sionismo, o ideário nacionalista judaico que se formou no século XIX e que pregava a volta a uma região em que os hebreus viveram há mais de dois mil anos.
Colunistas como Ricardo Noblat em O Globo e Otavio Frias Filho desancaram em cima de Lula e, consciente ou inconscientemente (fica a critério dos leitores), fizeram o jogo do racista de extrema direita que ocupa o cardo de Ministro do Exterior do atual governo de Israel, um tal de Avigdor Lieberman.
Otavio, o herdeiro da Folha de S. Paulo, filho do falecido Otavio Frias, questionou o “nosso simplório presidente e o seu trêfego chanceler” pelo que estavam fazendo no Oriente Médio, mas, em compensação, enfatizou que “os Estados Unidos influem e se intrometem nos conflitos do Oriente Médio não para pavonear seu peso mundial”. Precisa dizer mais alguma coisa?
No afã de queimar Lula e destacar um inexistente “incidente diplomático”, os meios de comunicação conservadores praticamente ignoraram que Nicolas Sarkosy, presidente francês, e a primeira-ministra alemã Angela Merkel ao visitarem Israel dispensaram depositar flores no túmulo de Herzl. Qual o problema então quando Lula fez o mesmo?
Na verdade, o Brasil hoje ocupa uma posição internacional de destaque, como nunca aconteceu com outros governos, muito menos o anterior de Fernando Henrique Cardoso, uma espécie de recordista de subserviência à potência hegemônica. E isso os “iluminados” não perdoam.
Pelas bandas cariocas, em função de um deputado tresloucado que quer aparecer na mídia a todo custo, o senhor de nome Ibsen Pinheiro com a sua emenda anticonstitucional, aprovada na Câmara dos Deputados, sobre os royalties do petróleo, está possibilitando ao Governador Sergio Cabral alavancar sua campanha à reeleição.
Com a sua irresponsabilidade, Pinheiro acabou matando dois coelhos numa só cajadada. Está ajudando o correligionário Cabral, que estava com dificuldades de continuar enganando os eleitores e permitindo que se consolide a cortina de fumaça para fugir da questão principal do pré- sal e das riquezas do petróleo de um modo geral, ou seja, a continuidade dos lesivos aos interesses brasileiros leilões das bacias de petróleo. Mais uma vez estão tentando enganar o povo escondendo algo criado por FHC e lesivo aos interesses nacionais. E naquele período, Cabral era do PSDB, correligionário do ex-governador fluminense Marcelo Alencar e FHC E hoje não mudou de opinião pois defende a ação das multinacionais petrolíferas.
Mesmo não havendo interesse dos setores que tentam a tudo custo aprofundar o processo de privatização da Petrobras, iniciado no governo Cardoso, é possível até que o tiro dos royalties do petróleo desfechado por Ibsen Pinheiro acabe saindo até pela culatra, ou seja, ajude a mostrar a importância de se ampliar a campanha que tem como slogan “O petróleo é e tem de ser nosso”, promovida pelos movimentos sociais. Para que isso aconteça, claro, é importante furar os bloqueios midiáticos dos jornalões e TVs além de também exigir que os candidatos à Presidência da República se posicionem em relação ao tema.
Cabral, que tem como forte aliado o insuspeito (ou será ao contrário?) Carlos Arthur Nuzman, que prega mentiras sobre a inviabilidade da realização dos Jogos Olímpicos no Rio por causa da redução do pagamento de royalties para o Estado do Rio de Janeiro e municípios, tentará prolongar ao máximo o espaço para que possa aparecer e se reeleger com posicionamentos de pouca grandeza e omitindo problemas como o perigo que ronda o Brasil com a continuidade dos leilões. Países como Argentina e Indonésia, grandes produtores de petróleo que adotaram políticas parecidas com as iniciadas por FHC viraram hoje importadores do produto. E Nuzman, um aproveitador de Jogos Olímpicos, ainda por cima fala em royalties do pré-sal, ignorando que a grana em questão encherá os cofres públicos só depois de 2016. Mas mesmo assim, já pensando em aproveitar o máximo a competição, fala qualquer coisa.
Em suma, hoje como ontem, setores entreguistas (e o termo é esse mesmo) usam todos artifícios para enganar o povo. Uma pergunta: como foram empregados até agora no Estado do Rio os royalties do petróleo? E um alerta: alguém tem dúvida que as empresas estrangeiras sequiosas por nossas riquezas vão oferecer mundos e fundos para as campanhas de políticos espiroquetas? E os colunistas de sempre não pretendem ficar de fora...
Mário Augusto Jakobskind, no "Direto da Redação"
Mais uma vez a mídia conservadora brasileira demonstrou a que ponto chega o grau de manipulação jornalística. Na recente visita do Presidente Lula a Israel, ao território palestino e à Jordânia ficou mais do que visível o grau de parcialidade. De O Globo à Folha de S. Paulo, passando pelo Estadão, a tônica foi de crítica ao presidente brasileiro.
Algumas chamadas de primeira página chegaram a fabricar um incidente diplomático pelo fato de Lula não ter ido depositar flores no túmulo de Teodor Herzl, fundador do sionismo, o ideário nacionalista judaico que se formou no século XIX e que pregava a volta a uma região em que os hebreus viveram há mais de dois mil anos.
Colunistas como Ricardo Noblat em O Globo e Otavio Frias Filho desancaram em cima de Lula e, consciente ou inconscientemente (fica a critério dos leitores), fizeram o jogo do racista de extrema direita que ocupa o cardo de Ministro do Exterior do atual governo de Israel, um tal de Avigdor Lieberman.
Otavio, o herdeiro da Folha de S. Paulo, filho do falecido Otavio Frias, questionou o “nosso simplório presidente e o seu trêfego chanceler” pelo que estavam fazendo no Oriente Médio, mas, em compensação, enfatizou que “os Estados Unidos influem e se intrometem nos conflitos do Oriente Médio não para pavonear seu peso mundial”. Precisa dizer mais alguma coisa?
No afã de queimar Lula e destacar um inexistente “incidente diplomático”, os meios de comunicação conservadores praticamente ignoraram que Nicolas Sarkosy, presidente francês, e a primeira-ministra alemã Angela Merkel ao visitarem Israel dispensaram depositar flores no túmulo de Herzl. Qual o problema então quando Lula fez o mesmo?
Na verdade, o Brasil hoje ocupa uma posição internacional de destaque, como nunca aconteceu com outros governos, muito menos o anterior de Fernando Henrique Cardoso, uma espécie de recordista de subserviência à potência hegemônica. E isso os “iluminados” não perdoam.
Pelas bandas cariocas, em função de um deputado tresloucado que quer aparecer na mídia a todo custo, o senhor de nome Ibsen Pinheiro com a sua emenda anticonstitucional, aprovada na Câmara dos Deputados, sobre os royalties do petróleo, está possibilitando ao Governador Sergio Cabral alavancar sua campanha à reeleição.
Com a sua irresponsabilidade, Pinheiro acabou matando dois coelhos numa só cajadada. Está ajudando o correligionário Cabral, que estava com dificuldades de continuar enganando os eleitores e permitindo que se consolide a cortina de fumaça para fugir da questão principal do pré- sal e das riquezas do petróleo de um modo geral, ou seja, a continuidade dos lesivos aos interesses brasileiros leilões das bacias de petróleo. Mais uma vez estão tentando enganar o povo escondendo algo criado por FHC e lesivo aos interesses nacionais. E naquele período, Cabral era do PSDB, correligionário do ex-governador fluminense Marcelo Alencar e FHC E hoje não mudou de opinião pois defende a ação das multinacionais petrolíferas.
Mesmo não havendo interesse dos setores que tentam a tudo custo aprofundar o processo de privatização da Petrobras, iniciado no governo Cardoso, é possível até que o tiro dos royalties do petróleo desfechado por Ibsen Pinheiro acabe saindo até pela culatra, ou seja, ajude a mostrar a importância de se ampliar a campanha que tem como slogan “O petróleo é e tem de ser nosso”, promovida pelos movimentos sociais. Para que isso aconteça, claro, é importante furar os bloqueios midiáticos dos jornalões e TVs além de também exigir que os candidatos à Presidência da República se posicionem em relação ao tema.
Cabral, que tem como forte aliado o insuspeito (ou será ao contrário?) Carlos Arthur Nuzman, que prega mentiras sobre a inviabilidade da realização dos Jogos Olímpicos no Rio por causa da redução do pagamento de royalties para o Estado do Rio de Janeiro e municípios, tentará prolongar ao máximo o espaço para que possa aparecer e se reeleger com posicionamentos de pouca grandeza e omitindo problemas como o perigo que ronda o Brasil com a continuidade dos leilões. Países como Argentina e Indonésia, grandes produtores de petróleo que adotaram políticas parecidas com as iniciadas por FHC viraram hoje importadores do produto. E Nuzman, um aproveitador de Jogos Olímpicos, ainda por cima fala em royalties do pré-sal, ignorando que a grana em questão encherá os cofres públicos só depois de 2016. Mas mesmo assim, já pensando em aproveitar o máximo a competição, fala qualquer coisa.
Em suma, hoje como ontem, setores entreguistas (e o termo é esse mesmo) usam todos artifícios para enganar o povo. Uma pergunta: como foram empregados até agora no Estado do Rio os royalties do petróleo? E um alerta: alguém tem dúvida que as empresas estrangeiras sequiosas por nossas riquezas vão oferecer mundos e fundos para as campanhas de políticos espiroquetas? E os colunistas de sempre não pretendem ficar de fora...
ESPIÕES BENIGNOS????
ResponderExcluirMuda-se a tendência, mas continua tendencioso ....