terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

As mulheres grávidas perdiam os filhos, cabras e dromedários adoeciam e logo depois morriam, não havia nem mosquitos. O dia que o Sahara explodiu.

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Abril de 1961, o governo frances explode uma bomba atômica no Centro Sahariano de Experimentação militar de Reggane, no Sahara argelino, então colonia francesa.

35 minutos após a explosão, 300 soldados, a maioria recrutas (que foram denominados Garigliano) salen do abrigo e começam a caminhar ao centro da explosão, param a 700 metros do ponto central. Um grupo, dentro de um veículo chega a 250 metros do epicentro da explosão.

Equipamentos de proteção

Como as máscaras de gás dificultavam a comunicação, foram distribuídas máscara antipoeira, o único equipamento para protegê-los.

"As mulheres grávidas perdiam os filhos, cabras e dromedários adoeciam e logo depois morriam, não havia nem mosquitos. Acreditávamos que era um mal enviado por deus", palavras de Mohamed Belhacen, residente de Taourit, sul da Argelia.

Quantas vítimas? Estima-se em 16 e 20 mil pessoas, entre civis e militares expostos as áreas contaminadas, em alguns casos, imediatamente após as exeplosões. A exposição em muitos casos foi intencional, para ver os efeitos das explosões sobre "seres humanos", ou por puro descaso.

Depois de 49 anos de pend6encias judiciais, em dezembro de 2009, foi aprovada uma lei para indenizar argelinos e franceses que adoeceram devido aos textes nucleares franceses.

Segundo a Associação dos Veternaos de Testes Nucleares, os militares e civis franceses apresentam uma incidência de cancer o dobro do resto da população, incluindo alguns bem raros. Quanto aos moradores das regiões contaminadas pelos testes, a maioria morreu sem nunca ter sido diagnosticada, morreu saber do que, como disse Mohamed Belhacen, achando que foi um mal enviado por deu.

Fonte: El País e Le Parisien

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