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Liberdade de imprensa é algo mais ou menos assim.
Por Ney Gastal
Liberdade de imprensa é algo mais ou menos assim.
Por Ney Gastal
A União Soviética, a partir de Stalin, desenvolveu um férreo sistema de censura.
O jornal oficial do partido (logo, do governo) se chamava "Pravda" ("Verdade") mas só publicava mentiras.
A tecnologia de encobrimento soviética foi tão boa que, anos antes da criação do Photoshop, eles conseguiam manipular fotos muitas vezes tão bem quanto o mundo ocidental só consegue fazer agora, com a ajuda da parafernália eletrônica.
Tudo para fazer desaparecer da História opositores que já tinham feito desaparecer da vida.
Em Cuba, o "Granma", jornal oficial do partido (logo, do governo) só publica o que o governo quer.
Ainda que isto pudesse ser explicável (nunca justificável) quando os jovens revolucionários liderados por Fidel escolheram uma orientação política que desagradou Washington, e precisaram enfrentar um severo bloqueio naval, hoje é completamente anacrônico.
Mas a internet, pelo menos, abriu as janelas de Cuba para uma comunicação capenga com o resto do mundo.
Na Venezuela, Chaves ainda não conseguiu criar um órgão único de comunicação, mas, como os existentes estão em sua grande maioria na oposição, sonha fechar todos até ter apenas "o seu".
Chaves é um negócio meio esquisito, que parece a Igreja Católica.
Esta fala em nome de Cristo, rompendo com tudo o que Jesus pregou.
Chaves se diz "bolivariano", porém suas ações são diametralmente opostas ao que Simon Bolívar pregava.
Mas Chaves é "moderno", e mesmo antes de liquidar com toda a imprensa de oposição já planeja colocar a Internet sob censura e controle do Estado.
É um ditador do século XXI.
No Brasil, tudo é brasileiro.
A grande imprensa, financiada em grande parte pelos anunciantes estatais, se reúne para programar uma atitude conjunta de ações contra o governo.
Mas não abre mão dos anúncios.
O governo, por sua vez, se diz perseguido pela mídia burguesa e traça planos sobre planos para a colocar sob controle e dominação.
Mas não abre mão dos anúncios.
Quer dizer, o mecanismo perfeito para as partes em conflito "combaterem" - a publicidade - não tem seu uso visto como de "bom tom".
O governo poderia cortar os anúncios estatais da mídia burguesa.
Esta poderia apelar ao empresariado privado para sobreviver sem o governo.
Mas ninguém faz isto.
Uns e outros conspiram para se destruir.
E ninguém faz direito o que deveria fazer.
Nos Estados Unidos, onde não há horário político gratuito, as coisas são mais claras.
A mídia depende menos das verbas estatais, e, por isso, é menos manipulável pelos governantes.
Estes, por sua vez, têm menos força de pressão para impor sua vontade.
Vejam o caso de Obama.
Há toda uma facção de extrema direita fazendo uma campanha extremamente violenta contra ele, como nunca antes se viu naquele país.
Mas Obama não tenta censurar jornais, nem tirar TVs do ar, nem controlar a Internet.
A Constituição não permite.
E Constituição, lá, é coisa séria.
A mesma, desde a fundação da nação, apenas atualizada por emendas.
Imprensa imparcial e independente não existe em lugar algum.
Em um mundo onde todas as doutrinas são econômicas, nunca sociais, o poder da grana prevalece.
Às vezes ao lado dos governantes, outra vezes na oposição.
Mas sempre tendenciosa a um lado ou a outro.
Por isso é importante o equilíbrio.
Por isso é importante a diversidade.
Por isso é bom ler um pouco de tudo.
Por isso é importante que não haja censura.
Por isso é importante que o governo - seja qual for - possa até ter sua mídia, mas nunca possa sequer tentar proibir ou restringir os meios de comunicação que lhe são contrários.
A isto se chama ditadura.
A morte da Liberdade.
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