Em Honduras, houve um golpe militar à antiga, que deve ter feito bater mais forte o coração de alguns nostálgicos. Lá também se invoca uma forma de “realpolitik” como justificativa, no caso a necessidade de prevenir um novo Hugo Chávez em formação. “Honduras” quer dizer “funduras”. Foram buscar lá no fundo da história latino-americana o modelo mais primitivo para troca de governos. O golpe hondurenho é uma versão grosseira de uma história conhecida, a da reação do conservadorismo a qualquer ameaça ao seu poder, e cujo protótipo é a reação da oligarquia mexicana à eleição do índio zapoteca Benito Juárez à presidência em 1858. A elite mexicana exagerou: para substituir o índio, foi buscar um príncipe, o arquiduque Maximiliano, da Áustria, financiado por Napoleão III. Desde então, nunca se chegou mais a tanto, mas a reação se repete através dos anos onde quer que um “índio” chegue ao poder. Sem imperadores importados, ultimamente sem militares golpistas, ainda é a mesma velha história.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
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