terça-feira, 18 de maio de 2010

O desembargador e a fraude

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Técnico de informática diz ter criado e-mail falso de jornalista a mando de desembargador

RIO - O técnico de informática Thiago da Silva, funcionário de uma empresa que presta serviços ao Tribunal de Justiça do Rio, confessou à Polícia Civil que é o autor dos e-mails falsos encaminhados no dia 10 de abril, em nome de um jornalista do GLOBO, para o correio eletrônico dos 180 desembargadores do TJ-RJ. Em depoimento à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Thiago contou que cometeu a fraude a pedido do desembargador Roberto Wider, corregedor-geral afastado do tribunal. O objetivo, segundo o técnico, foi "desvalorizar a credibilidade do jornalista". O desembargador nega.

Em novembro do ano passado, O GLOBO publicou série de reportagens que ligavam Wider ao lobista Eduardo Raschkovsky, acusado por políticos, advogados e empresários de vender sentenças judiciais . No dia 26 de janeiro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em decisão unânime, afastou o corregedor e abriu processo administrativo disciplinar para investigá-lo.

O e-mail falso, enviado em nome de Chico Otavio, um dos autores das reportagens, conclamava os desembargadores do TJ, com a "garantia do sigilo de fonte", a contribuir para uma suposta série do jornal que teria como alvo o desembargador Luiz Zveiter, presidente do tribunal. Para a delegada Helen Sardenberg, responsável pela investigação, a intenção da fraude era exibir um suposto apetite denuncista do repórter e indispô-lo com a magistratura fluminense.

Comentário Politicamente (In)Correto

Se e somente se, condenado pelos seus pares, por conduta criminosa ou imprópria, o desembargador será aposentado compulsoriamente, com salário integral.

Ganhando mais de R$ 20 mil por mês, com direito a todos os reajustes e benefícios, enquanto aguarda a ação penal prescrever.

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