quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Opor-se a Eike Batista faz mal para funcionários públicos

.
No Brasil, ninguém é demitido pelas falhas, mas pelas qualidades.

No Brasil a prática é comum, funcionários públicos criminosos, a serviço do poder, raramente são punidos, já, quando cumprem as suas funções como manda a lei e a ética.....

Mas isso não é invenção e prática só da PeTralhada, Sarney fez, Itamar e FHC fizeram, até ditadores militares. Eu lembro de um chefe da receita que queria a fiscalização de aviões fretados pela seleção de futebol (a coisa chegou ao ponto do avião que trazia os jogadores, vir acompanhado de um avião de carga). Outros muitos caíram só por cogitar fiscalizar os navios da Marinha de Guerra, que dão 1m2 de porão para cada oficial trazer muambas, quando o navio viaja para o exterior.

No governo do mordomo Lulalau as vítimas prediletas são os funcionários que atuam na área ambiental (IBAMA e ICMBio). Lembrando que para esse grupo que aparelhou o governo e que tem como testa de ferro esse analfabeto experto e mau cárater, meio ambiente é um entrave e um problema. A visão, o conhecimento e o conceito que tem sobre o assunto pode ser resumido pelas frases de efeito, como dizer que um bagre impede o progresso, a terra é poluida porque não é quadrada e coisas do gênero.

Desde o início da gestão PeTralha, qualquer decisão técnica do IBAMA que se oponha aos interesses do governo e dos amigos, sofre algum tipo de retaliação.

Já nas priscas eras do governo Lulalau, uma diretoria do IBAMA caiu e depois o órgão foi desmembrado (com o objetivo de fragilizá-lo), por se opor a transposição do rio São Francisco e a construção de algumas das usinas propostas para a amazônia (enfatizo, algumas).

Agora, até as ações de rotina são alvo de represálias e sistematicamente reprimidas, existindo até atos legais e sublegais determinando expressamente o que a lei chama de prevaricação, como uma portaria que proíbe fiscalizações "não autorizadas", ou seja, se um funcionário estiver presente na execução de um ato ilegal, ele não pode agir, só se tiver autorização de um superior (leia-se, alguém indicado politicamente).

Ai temos mais uma ação da PeTralhada e da sua essência, essa quadrilha que tomou o poder recriou a figura do oficial político. Personagem comum no período de Stalin, na ex-União Soviética. Esse oficial era um aspone colocado para ver se as diretrizes do partido estavam sendo seguidas. Na Alemanhã de Hitler esse cargo era exercido por um oficial das SS. Estavam em todos os órgãos e repartições, determinando o que podia e o que não podia ser feito, em nome do "governo".

Só que agora a figura do oficial político está sendo exercida pelos membros dos sindicatos controlados pelo PT, que foram alçados a funções de chefia.

Nos órgãos ambientais, não aceitar estudos fracos, fraudulentos ou projetos ambientalmente inviáveis, quer dizer perder a função e muitas vezes responder a um inquérito administrativo.


E tudo isso para defender os interesse do projeto de poder absolutista da PeTralhada e para defender os interesses dos amigos e financiadores de campanha (as grandes corporações).

Falando nelas, chegamos a uma situação onde grandes corporações já são ouvidas na indição de secretários de estado de áreas de interesse (agricultura, meio ambiente e outras), fora os departamentos como os de obras e de estrada (mas esse são especialidade do PMDB).

Grandes corporações já conseguem a transferência de grupos inteiros de funcionários "não cooperativos", tanto nos órgãos federais como nos estaduais.

Já ouvi comentários até sobre "conseguir" promoções de juizes e promotores "não cooperativos", já que os detentores desses cargos são irremovíveis de acordo com a lei e a única maneira de conseguir isso é através de uma promoção.

Agora os jornais noticiaram que a dinossáurica Petrobras bisbilhota a vida das pessoas, via polícia de São Paulo.

Nada de novo no front, na realidade, todas as grandes estatais faziam (e fazem isso), algumas empresas fazem até depois que deixaram de ser estatais.

Basta investigar a "doação" de computadores, carros e muitos outros "agrados" às polícias da amazônia, por grandes mineradoras, siderurgias, etc. Até a polícia federal recebia (ou recebe), esses "agrados".

Mas como disse Dora Kramer, no Brasil está se substituindo a figura do cidadão, pela do consumidor, afinal, com o bolsa família e o populacho comprando carro em 80 meses, não existe princípios, ideologias ou qualquer valor, só o da prestação.

PS. Com a PeTralhada retomando o discurso do excesso de liberdade de imprensa e de expressão, nuvens negras se formam no horizonte.

Acho que essa corja quer recriar agora a figura do censor.


Do Blog PoncheVerde

Opor-se a Eike Batista faz mal para funcionários públicos

Apoena Calixto Figueiroa, chefe da Estação Ecológica de Carijós, localizada na Grande Florianópolis, em Santa Catarina, acaba de ser exonerado do cargo pelo presidente nacional do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, através da portaria nº 485, do dia 13 de setembro, publicada na edição da última segunda-feira do Diário Oficial da União.

Apoena é um dos principais críticos do EIA-RIMA do Estaleiro OSX e signatário do documento que negou autorização para o empreendimento se instalar em área junto à baía norte da capital catarinense.

O decreto de exoneração não explica as razões da iniciativa, mas ela pode ter sido tomada em represália à postura do técnico do ICMBio.

É mais uma demonstração de como o governo Lula trata as questões ambientais, com total submissão aos interesses privados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário