sábado, 4 de setembro de 2010

Commodities, o retrocesso da economia brasileira

.
Como diz uma amiga minha, "cavar e vender pedra é fácil, não precisa de muita tecnologia e nem de especialização, qualquer mané pode fazer".

Exportar commodities é exatamente isso, coisa que qualquer mané pode fazer, é vender solo e subsolo, nada mais do que isso. Não agrega valor e não desenvolve nada, só enriquece quem vende.

Agora, transformar e agregar valor nisso é mais complicado, não é para qualquer um.


Em 2002 as exportações de manufaturados brasileiros representavam 67% do total, em 2009, cairam para 47%.

Segundo a Organização Mundial do Comércio, o Brasil é o quinto maior fornecedor de produtos primários para a China.

Um grande número de economistas, ligados ao governo, ou patrocinados pelas grandes exportadoras de produtos primário (que gostam de chamar isso de commodities), tem batido na tecla de que exportar esse tipo de produto é um grande negócio.

Os ruralistas gastam muito dinheiro para eleger uma bancada forte para garantir isso.

Mas qualquer pessoa com dois neurônios sabe que nenhum país se desenvolveu vendendo suas riquezas naturais.

É o que a E$bórnia está fazendo, vendendo suas riquezas naturais, já que os seus dois principais "produtos" de exportação, a soja e o minério de ferro, estão sendo "produzidos" em troca de destruição de recursos naturais e biodiversidade.

A soja está sendo trocada pelas nossas florestas e ambientes de cerrado, de sobra, queima tudo pela frente. Agora com apoio total da EMBRAPA, aparelhada pela "cumpanherada", cuja diretoria e principais chefias foram indicadas pela bancada ruralista.

O minério de ferro é retirado à custa de florestas e, principlamente das cangas da amazônia, que são ambientes únicos e raros, sobras da última glaciação. Ninguém fala neles, pouco se pesquisa, é quase um tabu. Para que a Vale (que era do Rio Doce), possa destruir um a um (e está sendo eficiente nisso, pois logo desaparecerá com todos), e vender minério para os chineses. Depois plantará capim e algumas árvores e dirá que os recuperou e que as suas "recuperações" ambientais superaram sua pegada ecológica.

Parece que voltamos aos anos 80, quando os países do primeiro mundo afirmavam que o papel do resto era fornecer matéria prima e comprar produtos manufatorados e fica parece ficar bem claro, o brazil assumiu integralmente o seu papel de resto.

Parece que a única grande capacidade dos e$bornianos é vender soja e minério. O resto pode ser comprado da China. E olha que somos ávidos por suas bugigangas de quinta categoria.

Até parece que estamos vivendo o segundo milagre brazileiro, o primeiro foi da milicada, quando finalmente a classe média pôde, finalmente, comprar seu fusca usado e cantar "eu te amo meu brazil". Agora o segundo, onde o populacho compra seu carro mil em 80 meses e milhares de coisas made in China, de brinquedos pintados com tinta tóxica a ferramentas de aço de péssima qualidade, tudo a menos de R$ 10,00 (leia-se "dé real").

Mas se preocupar por que? Só quem perdeu nesses milagres foi a natureza e quando ela cobrar a conta a gente não vai estar aqui mesmo!

PS. Falando em China. A praga amarela está investimento perto de 34 bilhões de dólares em energia renovável (em 2009). Agora a meta é ter 100 mil megawatts de capacidade instalada só em energia eólica até 2020.

A China também tem direcionado pesados investimentos e pesquisas direcionados para a substituição de sua matriz energética (uma das mais poluentes, movida principalmente a carvão), por fontes menos poluentes e/ou renováveis, pretendendo tornar-se a lider internacional desse setor.

Por aqui, o governo do mordomo lulalau está apostando pesado no carvão, para atender os amigos e os financiadores de campanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário