segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Estamos tristes, mas não estamos derrotados.

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Ficamos tristes. 
 
O que nos impressiona não é o fato de pessoas diferentes elegerem políticos que divergem da nossa opinião. O que impressiona é o fato das pessoas elegerem um projeto de poder que exclui a divergência de opinião. E pior, que faz isto clandestinamente.

Em seu discurso de comemoração, Dilma falou sobre vários temas que agradaram aos menos atentos: liberdade de imprensa, direitos humanos, direitos religiosos. Um ponto não foi percebido pelos jornalistas: a criação de uma "polícia comunitária".

Uma das grandes conquistas da humanidade foi a constituição de forças policiais armadas profissionais, submetidas ao Estado e não aos governos. Isto é verdade para as forças armadas e para as forças policiais, incluindo, no caso brasileiro, a Polícia Militar.

Outros governos instituíram "polícias comunitárias". Entre estes, Cuba e a Alemanha de Hitler. Em ambos os casos a "polícia comunitária" foi e é uma polícia de controle da sociedade, uma espécia de milícia que foge ao controle da Lei.

Nos dias de hoje, a tirania, dita do proletariado, não exclui o capitalismo. Ao contrário, o inclui e controla. Vejam o caso exemplar da China. Há outros, como o Vietnam; e mesmo Cuba se prepara "para o futuro" criando espaços para que o empreendedorismo salve a economia. Lênin já sabia disto quanto inventou a Nova Economia Política. Stalin, envolvido pelas guerras e suas consequências, preferiu aperfeiçoar os sistemas de "controle político". Dessas lições, os anti-democratas concluíram que o capitalistmo não pode mudar o Estado totalitário. O que importa aos tiranos de hoje não é o controle dos meios de produção, mas o controle dos meios de repressão. Prestem atenção na "polícia comunitária".

Durante muito tempo, os liberais usavam a expressão de que "o preço da liberdade é a eterna vigilância". A esquerda, por isso, acusou esta expressão como sendo o símbolo da direita totalitária. Isto faz parte da ignorância de esquerda. A expressão foi originalmente cunhada por um protestante liberal que se notabilizou por defender católicos ameaçados de morte na Irlanda do final do século XVIII, origem do que mais tarde veio a ser o IRA, organização totalitária de esquerda. O liberal que os defendia de serem condenados por apenas um testemunho (ou delação) era John Philpot Curran, um ídolo dos liberais  na Irlanda. 

"A condição imposta por Deus ao nos dar a liberdade foi a eterna vigilância", dizia Curran. "Se o homem deixa de observar esta condição, a consequência deste crime é a servidão, punição para sua culpa", concluia. (Speech upon the Right of Election for  Lord Mayor of Dublin, 1790. Speeches. Dublin, 1808).

Estamos tristes, mas não estamos derrotados.

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