quinta-feira, 23 de abril de 2009

Como se faz um juiz de um tribunal superior na E$bórnia

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Em qualquer país, minimamente civilizado e que o povo tenha vergonha na cara, mesmo que a recomendação de um candidato a uma vaga em um tribunal superior seja competência exclusiva do executivo, os candidatos recebem as recomendações, via de regra, por motivos ideológicos e porque defendem algumas coisas, vide os Estados Unidos, com seus juízes do supremo pró ou contra o aborto, estado mais ou menos secular, mais ou menos liberais, etc..

Obviamente há o componente político, mas uma recomendação para uma vaga nessas cortes não é, ao contrario da E$bórnia, uma certeza automática, já que o legislativo faz o jogo do é dando que se recebe e essa recomendação equivale a uma indicação.

Como há uma degeneração total do congresso (ética, moral e criminal), isso está se refletindo nas “indicações” às cortes superiores, já que quem recomenda está podre, o fiscal da recomendação está podre, a podridão chegou às cortes superiores. A recomendação primeiro deixou de ser recomendação, virou uma indicação, com pouca ou nenhuma chance de recusa, depois deixou de ser minimamente técnica, ideológica e política (no bom sentido), agora a indicação é pelas seguintes razões:

  • Blindar quem o indicou, para que barre futuros processos que possam bater na porta do (ex)chefe que o indicou;
  • Ser blindado pelas decisões tomadas por seus chefes e que respaldou, contra o interesse público;Defender os intere$$e$ (financeiros e criminais) de grupos ligados ao seu chefe;
  • Defender os intere$$e$ (financeiros e criminais) de uma associação de classe que tem o poder de indicar um desses juízes;
  • Ser blindado pelas decisões que tomou para beneficiar os intere$$es de seu chefe e grupo(s) relacionado(s);
  • Garantir o apoio de um grupo ou partido político na base governista;
    Até de parentesco (lembram que ex-presidente indicou um primo).

Há alguns anos atrás, vários anos, “zapeava” a tv e caí na “tv senado”, era um bate-boca na comissão de constituição e justiça, na época com uma composição um pouco menos lixo do que agora. O motivo era a indicação, pelo fernando henrique cardoso, vulgo fhc, de um procurador autárquico para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Militar, outra das excrescências estruturais que mantivemos do regime autoritário militar.

Confesso que nunca havia visto essa situação, fiquei deprimido e confesso também, que quando vi o resultado da votação, só uma expressão ficou, que merda, esse país tá fudido!

Havia ficado claro pelas declarações e perguntas que o grupo que se opunha a indicação fez, mostrando que a intenção era a de proteger o procurador de futuros problemas legais, relacionados às trambicagens governamentais no sistema financeiro, na época que o fhc e equipeconômica (tudo junto mesmo, lembram), quebrou o brasil, mas que um monte de gente (banqueiros) ficou mais rica.

Alguns senadores deixaram claro o envolvimento do procurador para o respaldo jurídico com algumas delas, se não criminalmente, pelo menos eticamente (e ética é uma coisa que se espera, pelo menos utopicamente, de um juiz).

Além das questões éticas e legais que envolviam o pouco distinto candidato, que se ainda não se aposentou, continua no STM, outro problema ficou claro, o procurador não conseguiu responder uma única pergunta técnica, relacionada com as atribuições, mesmo que supérfluas, daquele tribunal, mostrando-se totalmente desqualificado para a função. O cara não acertou nem uma das perguntas preparadas por alguns senadores, e olha que alguma até eu sabia, eram perguntas constitucionais, relativas à função do tribunal, e o procurador e advogado (não necessariamente nessa ordem), pertencente àquela classe que se autodenomina de doutores, não sabia nada, em português claro, não sabia porra nenhuma de direito militar, nem mesmo atribuições constitucionais do tribunal para qual estava sendo indicado, ficava claro que a vaga que estava aberta era essa e o sujeito precisava garantir sua imunidade e impunidade.

De um juiz, em especial de um tribunal superior, espera-se que seja ético, que tenha noção de que o estado é secular e que tenha qualificação, experiência e capacidade técnica para exercer a função, e aquela havia demonstrado para a comissão que sua ética era questionável e que não tinha qualificação técnica para ser o juiz daquela corte. Mas eis que surge a máquina governista e a indicação é posta em votação e o cara virou juiz do STM e foda-se o brasil.

Agora vemos outra indicação do fhc fazendo caca, um político de periferia, mostrando que o ditado popular que fala: “quem nunca comeu mel, quando come se lambuza” está corretíssimo.

Era um cara que tinha o poder do subúrbio, um ser da periferia que, por algum conchavo político ou porque deu mostras que ia proteger o chefe como um cão de guarda, virou advogado mór da união, acabando como juiz do STF. Eu posso imaginar 4 das 5 razões que levaram o cara a receber a indicação para juiz de corte superior da E$bórnia.

Voltando, o sujeito faz um monte de merdas, uma delas, pouco noticiada, foi “visitar” um tribunal eleitoral em março, perto de um julgamento, o réu era o prefeito de Diamantino (MT) Erival Capistrano, que ganhou a eleição da prefeitura batendo um sujeito chamado juviano lincoln, um ex-vereador da cidade que tem sua máxima política apresentando um projeto, aprovado, dando o nome de gilmar mendes a uma “importante” avenida da cidade. O detalhe é que Diamantino é curral eleitoral da periférica família mendes ...... alguém consegue adivinhar o resultado????

parágrafo primeiro: não discuto a necessidade de se cassar qualquer político por menor que seja a irregularidade, mas a justiça eleitoral tem cassado o direito de o povo decidir seus governantes, primeiro nos cassou o direito de anular o voto, agora, ao cassar o ganhador de uma eleição e não fazer nova eleição, é cassar o direito da maioria, que seria refletido em uma nova eleição. A lógica seria uma nova eleição, mas não, as cortes estão cagando para a decisão popular ao colocar um perdedor no cargo, isso está em nível estadual e municipal. Li uma matéria, acho que na Carta Capital, que fez uma analogia interessante com a cassação do collor, fosse seguida essa linha, quem assumiria seria o lula, o 2º colocado, perdedor na época, já que não escolhido pela maioria da população da época, como os segundos colocados que estão virando governadores e prefeitos.

Voltando, como diz o ditado, quem nunca come mel, quando come se lambuza, problema que ta respingando em todo o mundo e esse mel fede!

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