quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pesos e Medidas

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Um peso e uma medida:

Tudo leva a crer que o Protógenes vai ser defenestrado da Polícia Federal, por violação de sigilo funcional e escuta telefonica ilegal. Pode até ter feito isso, mas.....

O circo está se armando, o delegado será afastado e os que trabalham para a elite vão mostrar serviço, as provas vão ser consideradas ilegais pelo STF, os membros da CPI vão latir e aparecer bastante, a veja (a revista) vai estampar na capa a matéria e, como sempre, o daniel dantas vai tomar um isquinho com o gilmar mendes e o heráclito forte (DEM do Piauí, o estado que compete com a Etiópia, Bangladesh e Maranhão, feudo do sarney, pelas piores condições de vida de suas populações), no bar da esquina, rindo da nossa cara.

O outro peso e outra medida:

Em 2001 o atual delegado geral da polícia federal, luiz fernando corrêa, então chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes na delegacia da PF em Porto Alegre, torturou a empregada doméstica Ivone da C., nas dependências da polícia federal, após prende-la com o uso de agentes federais e veículo pertencente a instituição.

A domésta, que trabalhava para a avó do delegado foi torturada por que o mesmo suspeitava do envolvimento dela em um assalto na casa de sua avózinha. A família da doméstica não se acovardou e denuncio o caso. As investigações da polícia civil do RS comprovaram a denúnicia de tortura, explicitadas no relatório do D’Artagnan Tubino, encaminhado à Justiça Federal do Rio Grande do Sul, em maio de 2005. Tubino explicita que Ivone “foi algemada, espancada na cabeça e levou choques no estômago e nas costas”.

Mas como lobo não come lobo, retirou do documento a parte do depoimento do delegado Fernando Pontes, da 8ª DP, responsável por investigar o assalto, onde havia a confirmação de que corrêa agiu por interesse pessoal ao levar a doméstica para a PF, já que não havia nenhuma solicitação de apoio ou qualquer fato que levasse a ação da PF no caso.

Como envolvia agentes federais e foi nas dependências de uma instituição federal, o caso foi para a corregedoria da polícia federal e para o ministério público federal.

Perguntas:

Assalto a uma residência é competência de quem? Polícia civil.

Por que o uso da polícia federal? Por que o assalto foi na casa da avó do delegado.

Houve pedido formal de auxílio por parte da polícia civil/RS para a polícia federal? Não, inclusive a declaração do delegado que investigava o assalto dizendo que não houve o pedido sumiu do inquérito.

Quem arquivou a investigação? Esse foi um dos primeiros casos arquivados por valdinho caetano, amigão de luiz corrêa, que foi indicado para a função de corregedor por quem? luiz corrêa obviamente! A alegação é limpar a pauta da corregedoria.


PELO VISTO O NOVO CORREGEDOR TEM UMA META (na realidade duas), LIMPAR A MESA E DIMINUIR O SERVIÇO. LIMPAR A POLÍCIA, ESQUEÇAM, DÁ MUITO TRABALHO, INCOMODA OS AMIGOS E FERE O CORPORATIVISMO!


PERGUNTA:
USAR OS RECURSOS PÚBLICOS PARA INTERESSE PRIVADO, USAR CARGO PARA BENEFÍCIO PESSOAL E TORTURA SÃO O QUE? Vários artigos do código penal e normas internas da PF.

Moral da história:
Em 11 de junho de 2007, o procurador da República ipojucan corvello borba requereu o arquivamento do caso, por falta de provas. borba reconheceu “a gravidade dos fatos”, mas nada pôde fazer com a investigação feita pela PF (torturador investigando tortura é piada né!).

Esse procurador poderia ter exigido novo inquérito e acompanhá-lo de perto, caso considerasse que a PF faria corpo mole de novo, deveria produzir um, denunciar os corregedores, mas se omitiu, não fez nada para justificar parte do salário.

- Delegados e procuradores sao o que? advogados (lobo não come lobo, dizia meu avô).

E A OAB????? Autoproclamada defensora dos direitos e da lei não se manifestou a respeito???? Nem mesmo pelo desinteresse do procurador??? Mas deve ter uma explicação lógica, provavelmente o advogado da torturada deve ser do baixo clero e ela, apenas uma domesitica e pior, pobre, não vai aparecer na veja (a revista), não é cliente pagante potencial e nem faz parte do grupo que tem serviçais, públicos ou privados.

Quer saber mais sobre o caso? Leia a Carta Capital (A Revista).

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