terça-feira, 29 de junho de 2010

Para onde vai o império americano?

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O orçamento militar americano é de 1 trilhão de dólares, a China, a segunda colocada, pouco mais de 100 bilhões de dólares.
China e o resto do mundo somam menos de 1 trilhão de dólares, ou seja, o orçamento militar americano é maior que todos os orçamentos militares do resto do planeta.

Nunca na história americana, o militarismo (e os militares), associado e cúmplice da indústria de armamentos, esteve tão presente e quase onipotente.
Hoje, criticar qualquer ação militar é receber automaticamente a taxação de anti-patriota e até de traidor.

A cultura militarista controla uma parte significativa da política, da economia e dos corações das mentes menos favorecidas (a maioria), mesmo que isso esteja levando a rombos e deficits no orçamento (que dificilmente serão sanados) e ao ódio de uma parte do planeta.

Os EUA se transformaram no último grande império (situação que está inflando e encantando o ego dos americanos comuns e preocupando uma minoria pensante).
Pode não ser um império nos moldes coloniais dos séculos XVII, XIX e início do século XX, com ocupação e controle direto da política e da economia, mas derrubando regimes, eliminando opositores ou apenas com a ocupação ou pressão meramente militar.

Até quando a democracia americana vai resistir ao império americano?

A história ensina que democracias e impérios foram excludentes, nenhum império conseguiu manter uma democracia genuina. O poder militar acabou sempre devorando a democracia, seja pelas bordas (como parece ser o processo americano), ou por sangrentas tomadas de poder.
E quando perdida, recuperá-la vira um processo doloroso e muito longo.

Nos EUA, o contraponto é uma minoria pensante e culta, que ainda está fazendo um certo contrapeso, mas quando será o ponto de inflexão da curva da democracia, onde os indivíduos pensantes não poderão mais influenciar?
Na última eleição, uma das acusações que Obama recebia era de ter uma boa educação formal, ser culto e ter o apoio de pessoas com padrão educacional mais elevado, taxados como não verdadeiramente americanos (???).
Ter educação ou ser culto, para as massas republicanas e populacho iletrado em geral, se tornou quase um sinônimo de palavrão (notaram uma certa semelhança com o Brazil?).

Além da herança deixada por Bush (um lula do hemisfério norte), Obama está acuado pelo stablishment militar e político (mesmo dentro do seu próprio partido).

Desde o início do governo colocou militares em posições chaves, que deveriam ser ocupadas por indivíduos pensantes, designou pessoas que não correspondiam em nada ao discurso de campanha, muito pelo contrário, assumidamente conservadoras e reacionárias.

Fez (e tem feito), nomeações equivocadas, pressionado pelo senso comum (via de regra estúpido) e, talvez, como todo político, pensando nas próximas eleições e querendo ficar "de bem" com o populacho.

Sua única vitória (e promessa de campanha cumprida), foi a aprovação da alteração do sistema de saúde, mas isso foi ofuscado pelo resto (guerras, economia, etc.).

A continuação da ocupação do Iraque e do Afeganistão, as pressão sobre o Iran e Coreia do Norte, ameaças ao Paquistão e Síria, satisfazem as vontades dos militaristas, que se sentem cada vez mais fortes (e populares).

Sabidamente esse grupos querem assumir o poder e mantê-lo, por um longo, longo tempo e fazer os americanos provarem o gostinho de uma ditadura, como fizeram com o resto do mundo.


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