sexta-feira, 4 de junho de 2010

O estado ideal dos "falcões"

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O ataque letal de Israel aos navios que tentavam furar o bloqueio para levar ajuda humanitária a Gaza, foi feito apenas para criar uma situação de afronta e confronto, somente isso.

As circunstâncias são intencionalmente obscuras e permanecerão desse modo, mesmo com uma investigação. Mas a impressão que causou é que o estado de Israel está totalmente disposto a usar qualquer nível de violência gratuita.

Internamente o episódio está sendo tratado como um deslize, que está contribuindo para um isolamento.

O antes, internacionalmente admirado como o que desempenhava um papel do David judeu contra um Golias árabe, está dando lugar a visão de um país violento e desempenhando o papel de tirano regional.


O desejo de Israel de bloquear a flotilha antes que chegasse a Gaza, era esperável, dada a determinação de manter o bloqueio. Ainda que os israelenses assumissem a decisão de executar uma ação contra a flotilha, os voluntários da tentativa de furar o bloqueio sabiam que seriam vitoriosos.

Se eles tivessem conseguido furar o bloqueio ou se fossem bloqueados, seriam heróis e vítimas. Mas a ação intencional da direita facista israelense, que foi conduzida de modo a dar uma “lição” nos confrontadores, foi planejada de modo a causar mortes desnecessárias.

O bloqueio de Gaza e a expulsão e roubo de terras e propriedades de palestinos da Cisjordânia, reconhecidas pela ONU como áreas não israelenses é, antes de tudo, uma afronta e um desafio declarado contra o mundo civilizado.
A idéia de estrangular qualquer atividade econômica dos palestinos e mesmo utilizar a violência sistemática para obrigar a uma nova fuga em massa, como foi feito ao longo dos anos 40 e 50, está dando errado.

Ao invés de enfraquecer e quebrar a moral palestina, o bloqueio e o tratamento, nos moldes que os nazistas deram aos judeus colocados nos guetos, está dando, cada vez mais, uma coesão e noção de estado a um povo tradicionalmente dividido. Permitindo que as lideranças radicais tenham, cada vez mais, o reconhecimento e posições importantes.

Talvez esse seja exatamente o objetivo da direita religiosa judia, defensora da manutenção do bloqueio e dos massacres sistemáticos. Não há um desejo real de estrangular e tirar o apoio do Hamas, ou mesmo libertar os prisioneiros judeus dos palestinos, pois para isso, o bloqueio já deu provas que não funcionou. Tudo leva a crer, que a intenção real dos “falcões”, é criar uma situação de conflito permanente, sem possibilidade de paz ou de cumprimento das determinações da ONU.

A questão é que máscara israelense, do eterno perigo e de eternas vítimas do preconceito mundial, está caindo. Israel é o único estado nuclear da região e já deu mostras que não hesitaria em usar esse poder contra os inimigos, reais e imaginários.

Mas o tiro está saindo cada vez mais pela culatra, ao matar cidadãos turcos e não responder a acusação sobre os desaparecidos nesse ato de pirataria em águas internacionais, Israel está perdendo importantes aliados regionais árabes. Turquia e Egito, não tem mais clima interno para ignorar e justificar os crimes israelenses.

Mesmo os países simpatizantes europeus, estão descobrindo que as intenções de Israel não são relacionadas à segurança interna ou de evitar conflitos, a intenção real é acirrá-los, cada vez mais.

O único defensor incondicional, e que cada vez mais perde credibilidade, são os Estados Unidos, reféns de uma mídia pró israelense e belicista. Mas internamente, esse apoio automático começa a mostrar furos, os democratas estão cada vez mais certos que Israel é comandado por falcões e sabem, por experiência própria, as implicações e os riscos disso.

Sabem também que ao empurrar a criação do estado palestino, para atender aos “amigos” judeus, só ampliam o sentimento antiamericano e colocam em risco os governos árabes pró ocidentais.

Na outra ponta do problema, no mundo árabe, os estados declaradamente inimigos de Israel, angariam a simpatia crescente das populações étnica e religiosamente divididas. Israel e os Estados Unidos são o inimigo comum.

Tudo isso, fatalmente dificultará a tomada e aceitação de qualquer tentativa de tomar uma posição mais dura contra o Irã na ONU. A situação se deteriora tão rápido que o próprio Mossad reconhece que, para a opinião pública americana, Israel está mais para um fardo do que para um aliado.

Mesmo assim, os falcões israelenses mantém o discurso que há um pensamento mundial unânime de externo ódio aos judeus e reforçam que, por causa disso devem (e tem o direito), de atirar primeiro perguntar, incutindo a idéia que o mundo todo é um potencial inimigo.

De resultado concreto, a ação dos falcões, seguidores do ideal de criar um estado racista (e estão conseguido), só vai criar uma situação insustentável, para todos, incluindo seus próprios cidadãos, que viverão num eterno estado de medo e ódio contra os seus “inimigos”, reais ou imaginários.

Ocupação da palestina por Israel


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