terça-feira, 10 de maio de 2011

Cat Stevens ou Yusuf en Concert?

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Nos meus primeiros dias andando por Paris, um cartaz chamou a minha atenção, em letras brancas, estava lá, Cat Stevens, ele mesmo, aquele Cat Stevens, como o próprio cartaz dizia, o símbolo de uma geração ia tocar na cidade.
parágrafo. Era criança quando descobri as músicas, vídeos dos shows e aqueles clips feitos em filme ou fita, cores opacas, mas a música era boa prá KCT.
Mas as boas lembranças desapareceram quando li em baixo, também em letras grandes e brancas: Yusuf en Concert, foi um banho de água fria.
Lembrei que era mais um grande músico que pirou e virou religioso, mais um que se deixou envolver por essa praga  obscurantista que quer ser dona dos corações e mentes, mas....
O Yusuf também me fez lembrar a história de uma amigo, o Charles, um louco por música e um dos grandes colecionadores de CDs que conheço.
Charles era pouco mais que um pirralho quando foi passear em  Londres, escolheu essa cidade porque queira encontrar a música e tentar encontrar os músicos, entre os eleitos, estava Cat Stevens. 
Descobriu o endereço em um bar, o dono dizia que era amigo do Stevens e tinha um monte de fotos para provar, mas informou que há muito não o via. 
Lá foi o Charles, munido de uma grande cara de pau,  bater na porta de Cat Stevens. Um empregado de cara simpática abre a porta. Ele perguntou se poderia falar com Cat Stevens, só um "oi" já o deixaria muito, mas muito, muito, muito feliz.
De forma curta e objetiva, que só os ingleses conseguem ter, o empregado responde: Cat Stevens está morto, quem mora nessa casa é o renascido Yusuf
Se a cara dele ficou com  a metade da expressão de tristeza e frustração que estava ao me contar a história, deve ter saído de lá um lixo.
Mas voltando aos dias de hoje.
Confesso que fiquei tentado a esperar o show, ver e ouvir  um músico e músicas que gosto muito, com um agravante, seria a primeira e talvez a unica oportunidade de assistir a um show de Cat Stevens.
Mas fui covarde, nada de show, preferi ficar na zona de conforto, com as lembranças e os discos de Cat Stevens, afinal, poderia me decepcionar demais com o show de Yusuf e sair de lá que nem o Charles.



PS. Para  matar a saudade de Cat Stevens, na beira do Seine, no porto de embarque  de um dos bateaux, acho que o bateaux bus, ao lado de Notre Dame, tem uma artista de rua, que munido de um violão toca Cat Stevens de uma maneira que daria inveja ao original.

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