quarta-feira, 8 de abril de 2009

código ambiental de Santa Catarina

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Estava lendo um artigo chamado "O trágico código ambiental catarinense". Confesso que não vejo a situação como trágica, mas de uma estupidez elevada à enésima potência, por que?

Santa Catarina recentemente passou por mais uma enchente, repito, mais uma, desta vez apresentada com toda a capacidade da mídia de ampliar a tragédia, pessoas chorando, prejuízos econômicos e mortes, repito, mais uma vez.

Nos vários noticiários e matérias dos jornais, pouco se falou nas causas, menos ainda no histórico que demonstrava que aquela enchente era mais uma de muitas que vieram e que virão. Afinal, mostrar a tragédia mantém mais a atenção do populacho que tentar mostra o que foi feito de errado e quem foi o culpado pela coisa não dá ibope. Isso também é outro péssimo hábito e$borniano, nunca procurar o culpado, o prefeito que não fez o que devia, o político que aprovou o orçamento que não prevê obras pouco bonitas mas fundamentais e assim por diante (mas não procurar culpados é especialidade da polícia e o blog não é sobre assuntos policiais).

As causas (várias), das enchentes naquela região podem ser resumidas de forma simplista em:

Os vales daqueles rios são morfologicamente propícios a esse tipo de coisa, são relativamente estreitos e as encostas, próximas ao mar, podem receber grandes volumes de água, que tem que ir para algum lugar. Normalmente, nas CNTP, todos os caminhos das águas levariam-nas para o mar, mas quando encontram os rios assoreados e aterrados, margem “retificadas” e prédios na zona de estravazamento (no lugar de vegetação), vão para onde??? Para cima dos prédios, lavouras e outras coisas que os manés colocaram lá, no lugar da mata que foi destruída.

parágrafo primeiro. As vezes tenho a impressão que os catarinenses há muito resolveram fazer uma política de terra arrasada (a meta é zerar as florestas nos próximos anos, nem um pé de mato vai sobreviver). Mas isso é uma vontade da colonada e$borniana de um modo geral, seja pessoa física ou jurídica. Só que essa colonada tem tentado fazer da vontade deles uma vontade de estado. Com esse presidente analfabeto, a dilma (que acha que o brasil tem muito mato para ser cortado e muito ar para ser poluído, o reinhold stephanes, ministro da agricultura representando a colonada e um coletinho empertigado e falador como ministro do meio ambiente, isso está sendo fácil. Nessa meta está incluída a destruição e ocupação da mata ciliar que, qualquer pessoa (que não tenha maionese na sinapse ou não seja analfabeta como o presidente), sabe que tem inúmeras funções, entre as quais, se deixada lá, aumentar a capacidade do solo de absorver água, reduzir assoreamento e outras pequenas coisas que, no final, diminuem as enchentes ou pelo menos os danos causados por elas, em especial aos que insistem em ocupar áreas sujeitas a isso.

parágrafo do parágrafo primeiro. o reinhold stephanes foi aquele cara que assinou um cheque que pagou uma fiança de R$ 500 mil, para soltar o laranja paraguaio, nunes soza, detido pela polícia federal com uma mala contendo R$ 5 milhões que seriam depositados numa conta CC-5 em Foz do Iguaçu-PR. As CC-5 eram contas bancárias nas quais depósitos em reais eram convertidos em dólares e depois transferidos para paraísos fiscais. Na época stephanes era presidente do Banestado. Isso está na entrevista do Protógenes, parcialmente transcrita no montado num porco de 19/03/2009.

Voltando, sempre que chove muito um rio sai do leito, quanto maior a chuva, maior a faixa que ele vai ocupar, isso é diretamente proporcional, quando chove muito mesmo, a faixa de estravazamento é grande mesmo e alaga quem está em cima dela. Isso é conhecido por qualquer estudante de primeiro ano de faculdade (não de qualquer curso obviamente).

Mas como prever desastres não é notícia nem dá ibope, já que notícia é aquela choradeira, campanhas, campanhas e mais campanhas de solidariedade (confesso que não fui solidário nessa situação), ver o destino pouco ético dos melhores itens doados e outros dramalhões, em geral bem ao estilo hollywoodiano. Ninguém mais fala nisso, nem das enchentes, até a próxima, que virá inexoravelmente, afogando e alagando um monte de gente, ai vira notícia de novo.

parágrafo segundo. Se fosse um jornalismo sério, poderiam mostrar pelo menos os contratos emergenciais sem licitação (TRADUZINDO, QUE $EMPRE DEIXAM ESPAÇO PARA AJUDAR OS AMIGO$ DO$ POLÍTICO$ OU PROPICIAR AO$ POLÍTICO$ “TIRAR UN$” POR FORA). Contratos feitos para limpar o estrago que poderia ser evitado com ações preventivas, mas essas tem licitação que reduzem (mas não evitam) a margem de lucro “por fora”. Afinal, na E$bórnia, a tragédia do populacho sempre pode virar lucro político ou para o político. No caso de Santa Catarina, o dinheiro federal que chegou não foi brincadeira, se rastreassem onde parte significativa dele foi parar, ai vocês veriam a festa que foi. Fora a capitalização política dessas verbas. Os catarinenses usam a chuva para fazer o que os políticos nordestinos fazem com a seca a mais de 60 anos, desde a criação da SUDENE. Fizeram a mesma coisa na enchente da década de 80, na mesma região e que teve conseqüências semelhantes e nada foi feito, fora as obras e contratos emergenciais e as campanhas de solidariedade.

Voltando "de novo", não satisfeitos com tudo isso que aconteceu e que acontecerá novamente (e novamente e novamente....), os deputados estaduais catarinenes, alteraram o código ambiental, reduzindo a mata ciliar, para permitir mais destruição e ocupação das mesmas e…. mais, muito mais, danos e mortes na próxima enchente.

Mas não acho que fizeram de forma impensada …… foi bem pensada ..... pensada na previsão de grana do governo federal, pensada na grana da corrupção dos contratos de emergência, pensanda na capitalização política, enfim, bem pensada na próxima enchente e nos votos do populacho que não pensa mas que foi em massa apoiar a mudança do código, mesmo populacho que depois vai implorar ajuda na televisão por causa das cheias.

Ao contrário do que acha o autor do “Trágico código ambiental catarinense” isso não é trágico, é uma estupidez elevada a enésima potência, bem ao padrão do populacho e dos políticos e$bornianos.

Esqueceram os cretinos que a legislação federal já define as faixas ciliares (não que elas sejam respeitadas), e uma lei estadual não pode reduzi-la, isso é inconstitucional, mas isso é a E$bórnia e como tentar não sujeita ninguém a punição, tentaram.

PS. Se o ministério público pensasse um pouco, poderia tentar uma maneira de fazer os deputados ressarcirem o patrimônio pelo custo gasto com a tentativa de aprovar uma lei inconstitucional, valeria a tentativa.

PS linha. O estado de SC tem parte significativa do lençol freático contaminado com fezes humanas e de porcos (a maioria oriunda dos porcos), será que o fato de grande parte da população beber essa água .... poderia justificar a posição dos deputados pensantes e do populacho não pensante em relação ao código ambiental??? Perguntar não ofende!!!


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